Seattle é uma cidade que vem ganhando notoriedade nos últimos anos. O que começou, há pouco mais de um século, como aquele lugar misterioso e afastado de tudo, tornou-se referência na área de tecnologia: empresas como Microsoft, Amazon, Starbucks e Boeing, tiveram sua origem aqui na terra da garoa e, desde a última recessão econômica em 2008, a região vem crescendo exponencialmente e exigindo mudanças drásticas em termos de planejamento urbano. Devido ao relativamente baixo custo operacional comparado a cidades como San Francisco, Los Angeles e New York, muitas grandes empresas abriram escritórios regionais e trouxeram consigo a mão-de-obra especializada e extremamente bem paga que hoje reside na região do Puget Sound. Com esse interesse todo, as pessoas querem saber sobre o custo de vida em Seattle.
Muita gente tem perguntado se é viável vir morar em Seattle em busca de uma oportunidade de trabalho. Embora exista o potencial para se conseguir um bom emprego, é importante também levar em consideração o custo de vida. Esses dias alguém levantou a questão em um grupo no Facebook, e eu confesso que me assustei com as respostas. Uma pessoa que mora aqui há muitos anos comentou que gasta 7 mil dólares por mês! Esse valor me pareceu absurdo até eu colocar meus próprios gastos na ponta do lápis e chegar à conclusão de que, ou é preciso ter um ótimo salário (o que todas nós sabemos que resolve a maioria dos problemas), ou é preciso planejar direitinho para não se deixar afundar.
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Então vamos categorizar o custo de vida desde o mínimo possível, até o padrão a que muitos da classe média estão acostumados no Brasil.
Cenário 1: Vivendo como um estudante
- Aluguel de um quarto, com banheiro e cozinha compartilhados, próximo ao centro: $600–800
- Luz, água/esgoto/coleta de lixo, internet básica (compartilhados, às vezes inclusos no valor do aluguel): $50–100
- Celular, tipo smartphone com voz/SMS/dados com aparelho parcelado: $60–100
- Alimentação, sendo comida fast-food ou básicos feitos em casa: $300
- Carro com 10–15 anos de uso, parcelado em 24 vezes (ou passe de ônibus mensal): $300
- Seguro, gasolina e manutenção básica: $150–300
- Vestuário, livros, acessórios, eletrônicos comprados em lojas de segunda mão ou em liquidação: $50–150
Total Mensal: de $1.500 a $2.000
Cenário 2: Casal sem filhos
- Aluguel de um apartamento com 1 quarto a 15 minutos do centro: $1.400–1.700
- Luz, água/esgoto/coleta de lixo, pacote básico de internet e TV a cabo: $150–300
- Celular, tipo smartphone com voz/SMS/dados com aparelho parcelado: $100–150
- Alimentação, indo a restaurantes 1 vez por semana: $600–700
- Carro seminovo, compacto ou sedan, parcelado em 36 vezes: $500
- Seguro, gasolina e manutenção básica: $150–300
- Vestuário, livros, acessórios, eletrônicos comprados em lojas desconto ou em liquidação: $150–300
Total Mensal: de $3.000 a $4.000
Cenário 3: Família com 2 filhos
- Aluguel de uma casa com 3 quartos a 30 minutos do centro: $1.900–2.500
- Luz, água/esgoto/coleta de lixo, pacote premium de internet e TV a cabo: $300–500
- Celular, tipo smartphone com voz/SMS/dados com aparelho parcelado: $100–150
- Alimentação, indo a restaurantes 2 vezes por mês: $700–1.000
- Carro zero tipo SUV ou minivan, parcelado em 60 vezes: $400–600
- Seguro, gasolina e manutenção básica: $150–300
- Vestuário, livros, acessórios, eletrônicos comprados em lojas desconto ou em liquidação: $250–500
Total Mensal: de $4.000 a $6.000
Outros custos
- Mobília para um quarto: $300–600
- Mobília para um apartamento: $2.000–4.000
- Mobília para uma casa com 3 quartos: $4.000–10.000
- Curso superior, sendo 15 créditos por trimestre: $1.200–1.600
- Convênio para uma pessoa pelo Obamacare: $300–800
- Faxineira, 2 horas de trabalho: $60–150
- Jardinagem, 1 vez por mês: $100–400
- Cabeleireiro, incluindo corte e tintura: $200–300
- Manicura e Pedicura: $80–100
- Depilação incluindo pernas, axila e virilha: $150–200
Deu para ter uma ideia? No Brasil, as coisas são mais caras, mas estamos acostumadas a pagar por serviços sem sentir o peso no bolso.
É possível gastar pouco e viver com dignidade? Sim, se você for disciplinada e não se importar em adquirir coisas de segunda mão, limpar a sua própria casa, fazer as próprias unhas, dividir seu espaço com outras pessoas. A boa notícia é que em Seattle as pessoas pouco se importam com aquilo que você veste ou onde você mora, portanto é perfeitamente aceitável – e até admirável – viver frugalmente.
É importante considerar também que o custo de vida tem aumentado muito desde essa migração em massa, e por isso a quantidade de pessoas sem-teto na cidade tem crescido na mesma proporção. Para quem trabalha na área de tecnologia ou já está bem estabelecido na região, ou ainda para alguns que tiveram a sorte de conseguir um aluguel com um preço razoável que não aumentou tanto nos últimos 2–3 anos, a média dos salários possibilita viver com um certo conforto. Mas para aqueles que estavam vivendo com uma certa dificuldade, a situação só piorou – os salários não aumentaram na mesma proporção, e para essas pessoas, ficar sem ter onde morar se tornou uma realidade cada vez mais próxima.
Para quem está chegando agora, é importante já ter um bom emprego em vista, de preferência um contrato de trabalho assinado. Ou então ter um bom planejamento, incluindo diminuir drasticamente o padrão/custo de vida por alguns meses até encontrar algo definitivo.
8 Comments
Olá… como faço para ter contato com brasileiros? Estamos nos organizando para imigrar para Seattle e queria ir já tendo conversado com algumas pessoas sobre a vida na cidade. no aguardo.
Abraços
Então, eu e uns amigos estamos planejando ir morar em Seattle, somos em 4, pretendemos alugar uma casa ou um apartamento para os quatro, com todo mundo trabalhando, acha que seria possível viver relativamente bem?
Preciso de alguém que faça acessoria na Cidade de Seattle. Pra tratar de assuntos como drivers license, conta bancária e quarto pra alugar. Tô me planejando pra ir pra lá em breve. Meu ZAP 21 96623-4982.
Olá Andreson!
A Ded Freixeira parou de colaborar conosco, mas temos a colunista Camila Picolli que mora em Seattle.
Você pode entrar em contato com ela deixando um comentário em um dos textos publicados mais recentemente no site.
Obrigada,
Edição BPM
Liliane,
Gostaria de informação para um adolescente de 16 anos estudar em Seattle. Quem poderia me ajudar?
Renata
Olá Renata,
A Ded Freixeira parou de colaborar conosco, mas temos outra colunista em Seattle chamada Gabriela Albuquerque que talvez possa te ajudar.
Você pode entrar em contato com ela deixando um comentário em um dos textos publicados mais recentemente no site.
Obrigada,
Edição BPM
Gostaria de informação sobre Seattle quem poderia me auxiliar?
Olá Joci,
A Ded Freixeira parou de colaborar conosco e, infelizmente, não temos outra colunista morando em Seattle.
Obrigada,
Edição BPM