Desafios da adaptação no Qatar
Todos nós sabemos que se adaptar a um novo país com novas regras, povo, crenças e tudo que envolve o nosso dia a dia longe da terra natal, é algo desafiador. Imaginem em um país no Oriente Médio onde a cultura é no mínimo…diferente? É por isso que resolvi compartilhar por aqui a experiência destas 6 brasileiras que vivem em Doha e saber um pouquinho como foi a adaptação delas e como o fato de ter outras brasileiras morando na mesma cidade pode ter ajudado. Porque o importante é não deixar a peteca cair e criar nossa própria família em pleno Golfo Pérsico, não é?
Vamos lá?
Zilda, Porto Alegre – RS, mora há 4 anos e 7 meses no Qatar
“Eu cheguei em Doha e fiquei logo grávida no 1° mês. Então além da adaptação, também teve minha nova gestação com muito enjoo, meu filho pequeno de 3 anos que tinha que se adaptar à uma nova escola que ele não falava a língua e o marido fora por 2 meses. Mas mesmo diante de toda dificuldade que foi neste início, eu busquei forças e me apegava no que eu acreditava que seria melhor para minha família: segurança e facilidades que o país oferece. Quando eu cheguei tinham brasileiras morando aqui mas não tinham tantas como hoje em dia. Foi muito bom conhecer estas pessoas e elas fazerem parte da minha adaptação. Isso ajudou bastante! Além disso, considero o fato de querer sair do Brasil e tentar uma vida fora, como o principal alicerce para me manter firme no início.”
Natalia, São Paulo – SP, mora há 1 ano no Qatar
“Minha adaptação no Qatar foi melhor do que eu esperava. O fato de ter outras brasileiras aqui contribui muito para quem está vindo. Antes mesmo de vir para o Qatar, eu já participava de grupos no whatsapp onde podia tirar todas as dúvidas a respeito da vida por aqui e conhecer outras brasileiras que estavam vindo também. Sem essa troca, tudo seria muito mais difícil. Decidi também visitar Doha antes de me mudar para cá e estudar sobre o país, o que foi muito importante! Então, eu vim com vontade realmente de vir. Acho que se tivesse vindo obrigada ou desanimada, também teria sido bem mais difícil esta adaptação. Não vou dizer que todo dia é fácil, porque estar longe da família é algo ruim, mas me sinto muito feliz aqui, principalmente com relação à segurança que temos.”
Mariana, Piracicaba – SP, mora há 2 anos no Qatar
“Quando cheguei em Doha, o Enrico tinha 4 meses de vida e o meu marido ainda estava no treinamento inicial do trabalho. Nós moramos nos primeiros 6 meses em um apart – hotel oferecido pela empresa, o que para mim foi essencial pelo fato de ter uma ajuda muito grande com a limpeza da casa, focando mais em cuidar do bebê. O fato de estar morando neste lugar, facilitou pra caramba! Desde que cheguei já tirei minha carta de motorista e dirigia para conhecer a cidade, independente do meu marido estar ou não. Isto foi bom para eu não ficar em casa sentindo falta da família e dos amigos no Brasil. Só depois de 3 meses aqui eu conheci as meninas e comecei a ter uma vida social. O que foi ótimo! O lado positivo de estar com outras brasileiras, é suprir essa ausência de amigos do Brasil, passar o tempo mais rápido quando os maridos não estão (maridos pilotos) e se sentir acolhida em datas importantes. O lado negativo é o inglês, pois eu seria obrigada a falar mais a língua. Com relação ao fato de ser um país árabe, claro que no começo todo mundo estranha o vestuário e a cultura porque são bem diferentes, mas eu me adaptei rapidamente e sempre achei muito interessante.”
Gitana, Pelotas – RS, mora há 1 ano e 10 meses no Qatar
“Eu sempre tive vontade de morar fora e nunca me importei em mudar de vida, na verdade sempre gostei de mudar. Acho que por isso também que escolhi ser comissária de vôo. Eu incentivei muito o Bruno, meu marido, a vir para cá. E já desde a hora que cheguei em Doha, estava feliz por ter vindo. Isso acho que facilita muito na adaptação. Desde que cheguei, comecei a trabalhar com eventos e foi assim que “destravei” meu inglês. Além disso, a quantidade de brasileiras aqui é bem grande e estamos sempre juntas, como uma família. Tenho amigos que em pouco tempo considero irmãos. Acho que isso faz toda diferença. Quanto a cultura, apesar daqui ser um país árabe, muito diferente do Brasil, não tenho do que reclamar. Fui muito bem recebida e nunca tive problema algum.”
Marielen , Manaus – AM, mora há 2 anos no Qatar
“Minha adaptação foi melhor do que eu esperava porque acreditava encontrar um país muito mais restrito para as mulheres e certa dificuldade em comprar alguns itens como cosméticos e roupas e não foi assim. O fato de ter outras brasileiras ajudou muito principalmente antes de chegar aqui para saber o que trazer, o que tem no país, conselhos e etc. São elas que nos ajudam no dia a dia e são a linha aberta para perguntarmos qualquer coisa. Eu sou fotógrafa e logo comecei a trabalhar aqui. O boca a boca acabou fazendo a minha clientela e nela tenho não só brasileiros como árabes também. Independente de onde sejam: Líbano, Síria, Arábia Saudita, eles são muito compreensivos comigo e nunca me trataram mal como imaginei que pudessem tratar. Nunca tive problema por morar em um país árabe. Claro que algumas coisas irritam como a necessidade da presença do marido para às vezes ir ao banco ou resolver algo, mas nada que seja algo decisivo na minha vida.”
Nicole, Florianópolis – SC, mora há 1 ano e 7 meses no Qatar
“Minha adaptação foi boa, pois eu me preparei antes de vir. Meu problema nunca foi por ser um país árabe e sim por ter que largar meu pai que estava sempre comigo e o Micha, meu marido. Nunca tive dúvidas de vir para cá, mas mesmo assim procurei orientação antes de vir para fazer desta fase uma grande fase. O fato de ter brasileiras aqui me animou muito e você se sente mais perto de casa. Desde o começo tive ajuda e muitas dúvidas foram sendo respondidas. O lado bom é que necessidade eu nunca passei, nem carência. O lado ruim é que você acaba transformando esses amigos em familiares e às vezes até se fecha para novos amigos, involuntariamente. Além disso, também atrasa muito o aprendizado de uma nova língua. Francamente, eu não me sinto impactada com a cultura islâmica, até esqueço por vezes, mas me irrita o fato de não poder ser atendida às 11h30 em um restaurante na sexta – feira pois eles tem que rezar. Mas aí você escuta aquela música no rádio, olha o pôr do sol e tem certeza que nunca em nenhum lugar haverá um pôr do sol como esse. E daí tudo vale a pena!”
8 Comments
Alguem poderia me colocar no grupo de brasileiros no Whatsaap , estou pretendo residir em Dona ..?
Também queria entrar no grupo de whatsapp, pretendo morar no Qatar
Olá,
Eu mudarei para o Qatar em Dezembro com meu esposo e meu filho. Gostaria de saber os contatos, como posso conversar com as brasileiras que já residem ai.
Obrigada pelo blog está me ajudando muito.
Gratidão,
Amanda
Oiii! Também devo ir pra Doha pra morar em dezembro! Você vem com o visto de trabalho do seu marido? Eu ainda vou me casar… E casa? Já viram?
Olá Tatiane,
A Mariana Marques parou de colaborar conosco, mas temos outra colunista no Qatar.
Você pode entrar em contato com ela deixando um comentário em um dos textos publicados mais recentemente no site.
Obrigada,
Edição BPM
Estou me mudando pra Doha em dezembro e gostaria de tirar algumas dúvidas… como ainda vou me casar, acho que vou ter que entrar com visto de turista, né? Existe visto de estudante? Vocês sabem de algum curso de inglês?
Olá Tatiane,
A Mariana Marques parou de colaborar conosco, mas temos outra colunista no Qatar.
Você pode entrar em contato com ela deixando um comentário em um dos textos publicados mais recentemente no site.
Obrigada,
Edição BPM
Obrigado!