Bem, vocês já sabem que a Dinamarca é um país feminista e já leram sobre a história do feminismo no país no meu texto de março. A mulher ocupa um lugar de destaque nessa sociedade e foi com muita curiosidade que constatei que isso se reflete também na TV local. As mulheres são retratadas como protagonistas em diversas séries da televisão dinamarquesa e algumas delas estão disponíveis no Brasil. Como o BPM é um projeto exclusivamente feminino, achei que tinha tudo a ver e, por isso, trago pra vocês a lista com as séries dinamarquesas protagonizadas por mulheres.
Anna Pihl
Anna Pihl (Charlotte Munck) é uma policial que trabalha na estação Bellahøj, maior distrito policial de Copenhague, no dia a dia da patrulha urbana. Ela é mãe solteira e cria o filho Mikkel, de 4 anos, praticamente sozinha. Divide um apartamento com o amigo Jan, que é gay. Trabalha com Kim e Malika nas patrulhas e Malika acaba se tornando uma grande amiga. Num dado momento da série, Anna se envolve com um colega de profissão, Martin, e muitas reviravoltas acontecem. Além do dia a dia exaustivo no trabalho e com o filho, ela tem uma relação conflituosa com o pai, que é um policial aposentado.
A série estreou na TV2 em fevereiro de 2006, teve 3 temporadas de 10 capítulos cada e acabou em agosto de 2007. Foi transmitida em países europeus e na Austrália. O Eurochannel do Brasil transmitiu a série até 2011.
Rita
Professora, mãe, mulher, cheia de sonhos, desejos e defeitos, Rita Madsen (Mille Dinesen) é uma mulher como todas nós – ou quase. Sua vida como professora do ensino fundamental dinamarquês e mãe solteira é cheia de altos e baixos e ela encontra conforto no sexo (inclusive com colegas de trabalho e na própria escola), numas taças de vinho e muitos cigarros fumados compulsoriamente. É franca, direta e sem papas na língua, fazendo o que julga ser melhor para sua vida, sem medo de ser julgada nem mesmo pela filha adolescente.
A série foi lançada em fevereiro de 2012 e teve 3 temporadas até abril de 2015, com uma breve pausa em 2014. A protagonista Mille Dinesen recebeu o prêmio Monte Carlo de TV na categoria “melhor papel feminino” por seu desempenho como Rita. Foi transmitida na França e no Canadá e produtores dos EUA compraram os direitos autorais da série para produção em seu país; a versão estadunidense segue sem previsão de estreia.
Dicte
Dicte Svendsen (Iben Hjejle) é uma repórter criminalista que com sua perspicácia, sexto sentido e destemor colabora com a polícia na elucidação de crimes, entrando de cabeça nas investigações que, para ela, são um misto de aventura e fuga de seus problemas pessoais. Depois de se divorciar, decide voltar para sua cidade natal, Aarhus, junto com a filha adolescente, Rose. A mudança não é fácil, já que sua infância como Testemunha de Jeová e um bebê dado para adoção na juventude são fantasmas que a atormentam, mas com o trabalho no jornal Dagbladet ela está determinada a encarar seu passado e resolver os dilemas que permeiam sua vida. John Wagner é o investigador de polícia que tenta afastar Dicte dos casos desde o início, porém com o tempo os dois se tornam melhores amigos e ela, com seus métodos peculiares, acaba ajudando na solução dos crimes.
A série é baseada no romance Dicte, da autora Elsebeth Eghoms. Estreou na TV2 em janeiro de 2013 e até agora foram ao ar 10 episódios em 2 temporadas; aguarda-se o lançamento da terceira temporada no outono dinamarquês de 2016.
Lulu & Leon
Lulu (Lene Maria Christensen) é cabeleireira, mãe de uma garota adolescente e mora há 10 anos com Leon, um gângster de Copenhague, com quem tem um filho. Para que se casem, Leon promete que ficará 5 anos fora do mundo do crime. No dia do casamento, ele é preso. Aí começam os problemas de Lulu: com a prisão dele, ela passa a tomar conta de seus negócios escusos.
A série estreou em setembro de 2009 na TV3 e foi a mais cara do canal: sua produção custou cerca de 30 milhões de coroas dinamarquesas. Em 2010 o canal estatal DR1 comprou os direitos autorais da série para a produção da segunda temporada.
Forbrydelsen (The Killing)
Quem nunca ouviu falar de Sarah Lund que atire o primeiro suéter num dia nublado de frio e ventania!
Essa é mais uma das séries dinamarquesas que se tornaram um fenômeno mundial, com direito a remake nos EUA (The Killing) e na Alemanha. No melhor estilo nordic noir a série de 20 episódios transcorre em torno da investigação do assassinato da jovem estudante Nanna Birk Larsen, conduzida pela investigadora Sarah Lund.
Sarah (Sofie Gråbøl), que está de mudança para a Suécia, está no seu último dia de trabalho na polícia de Copenhague quando chega a notícia do desaparecimento da jovem de 19 anos. No corpo da estudante morta há indícios de que ela foi violentada e brutalmente assassinada, e Sarah é designada para chefiar a investigação junto com seu colega Jan Meyer, já que eles são os melhores da corporação em crimes desse tipo. Testemunhas apontam uma ligação do político Troels Hartmann com o crime, em meio à campanha eleitoral para prefeito de Copenhague na qual ele é candidato. Enquanto o crime não for solucionado, tudo paira no ar: a família de Nanna quer justiça; Hartmann quer vencer as eleições e Sarah precisa elucidar o crime o quanto antes para se mudar de vez com o noivo e começar o trabalho na polícia sueca.
O climão de suspense típico do nordic noir, aliado à fotografia com dias pesados e frios e os inconfundíveis suéteres da protagonista seguem por toda a série, conferindo-lhe uma densidade digna de Agatha Christie.
Borgen
A série conta a história de como Birgitte Nyborg (Sidse Babett Knudsen) conseguiu, contra todas as expectativas, se tornar a primeira mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra da Dinamarca, e explora os bastidores do que acontece na sede do Parlamento de uma Dinamarca fictícia. O palácio do governo dinamarquês de verdade se chama Christiansborg – daí o nome Borgen, que em dinamarquês significa “castelo”. Houve muita crítica no país a respeito da série, que foi considerada propaganda ideológica política pelos conservadores. Coincidentemente ou não, Helle Thorning-Schmidt chegou ao poder logo em seguida. Para quem não sabe ou chegou agora, Thorning-Schmidt foi a primeira – e única até o momento – mulher a ocupar o posto de primeira-ministra no país, entre outubro de 2011 e junho de 2015.
A série estreou em setembro de 2010 e teve 3 temporadas, encerrando-se em 2013.
Espero que vocês tenham gostado e até o mês que vem!