É tempo de Ramadan no Egito, tempo em que o povo muçulmano reafirma sua religiosidade e fé. É também tempo de privações e abstinências, de agradecimentos e reflexões.
Conforme o calendário Islâmico, o Ramadan acontece no nono mês e perdura durante 29 ou 30 dias, de acordo com a lua crescente, sendo esse período marcado pela obrigatoriedade do jejum absoluto para adultos desde o nascer do sol até o pôr. Essa regra se quebra em situações de doenças, mulheres gestantes, lactantes ou em período menstrual.
A abstinência se prolonga para além do consumo de alimentos e líquidos, também é proibido fumar e manter relações sexuais, assim mantendo o corpo e a alma limpa. Os muçulmanos mais rígidos não admitem nem a higiene bucal e ainda consideram um insulto a Allah, assim chamado o Deus dos muçulmanos, comportamentos violentos, uso de palavrões e brigas de forma geral.
Ainda que, para nós ocidentais, isso tudo pareça loucura, o povo Islâmico se prepara para esse ‘encontro com Allah’, de forma muito alegre e otimista. As casas, ruas e estabelecimentos comerciais são enfeitados com tecidos coloridos, lamparinas e bandeirolas.
O mundo egípcio acinzentado pelo pó do deserto ganha cores e brilhos, deixando essa terra ainda mais mágica e encantadora. Toda essa preparação nos reporta ao nosso Natal e contagia até mesmo aqueles que não fazem parte dessa religião.
Em tempos de proximidade de Allah, as rezas que normalmente acontecem 5 vezeas por dia, agora passam a ser 6 e ficam ainda mais assíduas, lotando as mesquitas. A leitura do Alcorão, assim chamado o livro sagrado muçulmano, é seguida com mais vigor e, segundo eles, ajuda a saciar a fome e a sede. Sede essa que se intensifica com o calor escaldante de 40 ou mais graus que marcam o verão egípcio.
Muitos que podem se afastam de suas atividades rotineiras mantendo-se enclausurados em suas casas durante o dia, mas a grande massa trabalhadora precisa seguir suas vidas de forma normal. Estabelecimentos públicos e privados reduzem suas cargas horárias durante esse mês, afim de facilitar a vida daqueles que seguem o jejum e ainda permitir que todos possam se reunir com amigos e familiares para o Iftar ou desjejum.
Esse é preparado pelas mulheres, sendo marcado por um banquete, mesas exageradamente repletas de deliciosas comidas e doces árabes. Ao entardecer acontece uma das rezas que antecede o desjejum, que muitas vezes se estende pela madrugada com muita harmonia, orações e é claro, comida e bebida. A última refeição é feita por volta das 3 horas, antes do nascer do sol.
O fim desse período é marcado por 3 dias consecutivos de feriado nacional, onde muitas famílias festejam com viagens, lotando hotéis e resorts da região. Nesses dias costumam vestir roupas novas, pois trata-se de uma importante festa da cultura muçulmana e atuam caritativamente com doações de alimentos para os menos favorecidos.
Mergulhar nessa diversidade cultural é sempre enriquecedor, pois nos proporciona sabedoria para a mente e a alma, além da compreensão de mundos e realidades tão diferentes dos nossos. Uma escola para poucos!
Ramadan Kareem! Feliz Ramadan!
6 Comments
é sempre interessante ver essas diferencas tao marcantes em relacao à nossa cultura e tudo que conhecemos…. Muito legal teu texto.
Muito obrigada Joy!
Olá, sou Brasileira e pretendo ir ao Egito em julho. Irei passar apenas 5 dias. Estou ansiosa. Bjo
Eu sou brasileira ,tenho muita fé que o meu sonho vai ser realizado ,para conhecer essa cidade tão bela ,lugar de páz como o Egito onde eu possa clamar o nome de Jesus.
Eu conheci um rapaz do Egito ,e estamos apaixonados mas infelizmente não sei quando iremos nos ver pessoalmente,será que é tam dificil uma viagem ao Egito?
Olá Lucileide,
A Mauren Grazziotin parou de colaborar conosco e, infelizmente, não temos outra colunista morando no país.
Obrigada,
Edição BPM