Sou do tipo de pessoa que adora trabalhar. Com 14 anos, morando no Brasil eu falava Inglês fluentemente, e vi logo que eu poderia capitalizar esse “dom”. Fora no karaoke, que eu arrasava nas músicas em inglês, comecei a dar aula particular. Nunca mais parei de trabalhar. Daí fui “au pair”, assistente disso, daquilo e de mais aquilo lá, sempre procurando algo que me desse mais independência.
Trabalhei também em estágios importantes com multinacionais super conhecidas e não gostei.
Logo identifiquei que eu não gosto da “mesmisse” da rotina diária, e da inflexibilidade de trabalhar para outros; isso com 18 anos. Alguns anos depois me encontro aqui, dona e fundadora de uma firma de Direito, respeitada na comunidade brasileira e entre os americanos também. Amo! Continuo aprendendo, mas aqui seguem algumas das lições que aprendi sobre ser dona do meu próprio negócio.
Seja mais você
Quando comecei a trabalhar senti a necessidade de me encaixar nas expectativas dos outros. Terno preto ou cinza, blusa branca, brinco pequeno, unhas claras, escritório com cores neutras. Nada chamando muita atenção, nada destoando. Quem me conhece sabe que hoje saio bem do molde da advogada tradicional por aqui.
O sucesso vem quando nos diferenciamos do que já existe no mercado. Eu me diferencio em como me apresento, no jeito de me expressar, no jeito mais informal que gosto de me comunicar com meus clientes, na recepção gostosa do nosso escritório (nada frio e sóbrio como o de muitos por aqui), tudo baseado na amizade que estabelecemos. E o resultado é que você acaba atraindo pessoas como você.
Minha mãe veio para os EUA com 24 anos sem falar uma palavra de inglês. Hoje em dia, apesar de um inglês nota dez, vira e mexe ouço ela se desculpando pelo seu sotaque. Mas a verdade é que todos acham o sotaque dela maravilhoso. Encontrou a lição? Aquilo que você acha que é o seu ponto fraco, outros podem achar que é sua riqueza.
Essa semana assistindo “Super Soul Sunday”, da Oprah, apareceu Joel Olsteen, pastor da maior igreja dos EUA. Um comentário dele ressoou muito comigo. “Ninguém é melhor em ser você do que você”. No mundo de hoje onde estamos sempre buscando alcançar algo melhor do que já temos – mais cabelo, menos bunda, mais dinheiro, menos timidez – seja mais você mesmo.
Ame o que faz
Identificar sua paixão não é difícil. O que você ama fazer? No que você é boa(m)? Boa(m) mesmo sem medo de ser arrogante. O que você faz que as pessoas estão sempre te elogiando? É estar conectada(o) com os outros, é manter relacionamentos, é explicar, ensinar, é fazer amizades, é na área de artes, na cozinha, no computador? Teria algo que se você fizesse tem certeza que seria um sucesso?
Não vou dizer que tudo no mundo de pequenas empresas é um mar de rosas, e que é só se fazer o que ama, que o resto é tranquilo. Não. Tem que ter muito pique para ter sua própria empresa. Os dias são longos e muitas noites também. Mas, fazendo o que se ama faz o trabalho mais agradável e divertido.
Seja consistente e evite a falência
Encontrou sua paixão e começou o próprio negócio? Agora, é preciso manter. Deixe de lado aquele “jeitinho” brasileiro que tanto conhecemos. Falou? Faça. Prometeu? Cumpra. Muitas empresas falham porque:
- Faltam expectativas realistas. Roma não foi construída em um dia. E nem sua empresa (na maioria das vezes) será multimilionária em dias. Leva tempo, paciência, perseverança e muita garra.
- Deixam de avaliar o feedback (a reação) dos seus clientes, ou subestimam a competição. Estão fazendo um bom controle de qualidade? O custo está consistente com o mercado?
- Esquecem o valor dos seus funcionários. Contratar e reter funcionários não é fácil. Entrevistar e treinar cada um demora e é tempo tirado do seu trabalho. Quando um funcionário sai é mais tempo perdido. Se o funcionário é bom, não falte com palavras e ações para elogiar. Faça a pergunta: eu trabalharia para mim mesmo? Se sua resposta for não, está na hora de procurar um curso de gerenciamento.
- Falta planejamento para um desacordo entre sócios. Ter um sócio é tudo para mim. Quando só tinha eu na minha empresa sentia falta de conversar com alguém sobre minhas ideias, meus medos, etc. Desde 2011, meu sócio é meu marido. Nós temos muitos dos mesmos objetivos, não só para nossa empresa, mas também para nossa vida pessoal. É importante que a visão dos sócios seja parecida. Muitos desacordos acontecem por falta da mesma filosofia de vida.
- Falta planejamento e o dinheiro acaba. Inclusive um artigo na CNBC informou que 37% de donos de empresas, uma vez ou outra, não tinham dinheiro suficiente para cobrir todos os custos da empresa. Pesquise e prepare-se.
- Rodeie-se de pessoas que já estão fazendo aquilo que você procura fazer. Troque ideias com alguém que já passou pelo que você está passando, poderá lhe poupar muito tempo, dinheiro, e dor de cabeça. Aprenda com os erros dos outros.
Recapitulando
Procure e foque naquilo em que você se destaca. Dedique a sua paixão naquilo que só você faz do seu jeitinho. Trace suas metas e um plano realista para sua empresa. Associe-se a pessoas que possam te ajudar. Seja honesta(o), trabalhador(a), e com uma atitude positiva. Acredite que você atingirá os seus alvos e faça de tudo que você pode para atingi-las. And go!
Precisando de mais informações ou qualquer orientação entre em contato comigo.
5 Comments
Thais olá! Adorei sua abordagem positiva,sem tirar os pés do chão. Meu nome é Rubens e me mudei a uma semana para a Califórnia com minha esposa Carol. Viemos com o objetivo de estudar inglês e abrir um futuro negócio. Pretendemos nos qualificar na língua e pesquisar o mercado de perto. Nada de imediato, mas respeitando nossas metas futuras é nossa realidade atual. Grato pela atenção e mais sucesso.
Rubens, obrigado pelo feedback positivo. Precisando de qualquer orientação estou aqui para ajudar. Sucesso para vocês! Vai adorar a matéria do mes que vem destacando um outro empreendedor brasileiro aqui nos, EUA. Fique de olho! Um grande abraço, Thais
Boa tarde Thais!
Que relato bom de ler, linguagem fácil, obrigada!
Você fez faculdade no Brasil ou já cursou o superior nos EUA? Termino a faculdade de Direito agora em junho e quero muito mudar de país, ter uma experiência diferente e com isso ter perspectivas diferentes.
Agradeço muito se puder responder,
Abraços!
Oi Talana, cursei todo ensino superior aqui nos EUA. Mas conheco muitos brasileiros advogados aqui que se formaram no Brasil e oficializaram depois aqui. Sei que o processo não é facil, mas também não é impossivel. Sei que será necessário cursar o LLM (Latin Legum Magister – Master de Lei) e prestart o exame do Bar no estado dos EUA onde você pretende trabalhar.
Vou fazer uma pesquisa e escrevo uma matéria sobre esse assunto em breve, ok?
Boa sorte! Um grande abraço!
Thais, estou na mesma situação da Talana: faço direito e gostaria de me mudar. Aguardo teu post a respeito. 🙂