O que os finlandeses comem?
Ouvi tanto essa pergunta antes de vir pra cá. Era uma curiosidade que todos tinham e inclusive nós.
Chegando, descobrimos que basicamente os finlandeses comem o mesmo que o resto do mundo. É um espanto? Talvez. Para um país que teoricamente, ao ver de muitas pessoas, vive apenas no inverno, produzir alimentos aqui seria algo questionável.
Antes mesmo de vir, pesquisamos para ter uma noção do custo que isso teria em nosso orçamento, já que imaginávamos que haveria poucos produtos nacionais e a grande maioria seriam importados.
Junto com minha nutricionista, também tentamos levantar opções saudáveis para continuar a reeducação alimentar que havia começado no Brasil com produtos orgânicos e naturais, sem ter que depender apenas dos industrializados.
Eu me preocupava em encontrar comida de verdade. Queria manter o mesmo padrão ou até similar do que tínhamos no Brasil. Era e é importante pra mim saber a procedência do alimento, de como ele afeta o meio ambiente, as pessoas que trabalham com ele e como ele chega às nossas mesas. É uma filosofia de vida que cria um círculo do bem e que cada vez mais faz sentido para mim.
Em qualquer bairro aqui você encontra mercados pequenos e grandes recheados de produtos importados de todos os tipos e de todos os cantos do mundo, e há também mais outros milhares de produtos finlandeses disponíveis nas prateleiras. Como alimentos típicos encontramos muita batata de todos os tipos; diferentes tipos de frutas do bosque e cogumelos – onde inclusive existe uma lei que permite que as pessoas os colham de qualquer local público desde que não prejudiquem a natureza -; maçã; leite e derivados; peixes, diversos tipos de linguiça que chamam de makkara; carne de frango, porco e de rena. Também encontrei carne bovina, mas o custo dela é bem maior que a dos outros.
A Finlândia tem uma consciência grande com as escolhas sustentáveis e na alimentação, não é muito diferente. Buscando informações sobre a procedência dos alimentos, me dei conta que os que são produzidos aqui são considerados um dos mais limpos e livres de agrotóxicos da Comunidade Europeia; que eles têm criado movimentos estimulando produtos orgânicos e locais e que são o terceiro maior consumidor per capita de produtos rotulados como Fair Trade (produção sustentável) no mundo. Isso quer dizer que trabalham com um comércio justo que apoia tanto os produtores como os trabalhadores para que melhorem suas vidas e de suas comunidades, mantendo um preço tabelado – apesar da variação nos mercados – e que permita apenas o uso de produtos orgânicos sem modificação genética.
E por incrível que pareça, apesar do clima ser bastante frio ele tem trabalhado a favor da agricultura local. O frio faz com que o risco de pestes diminua e, com isso, o uso de pesticidas não se torna necessário. O governo, inclusive, lançou um programa em 2013 para alavancar em 20% a agricultura orgânica até 2020 no país.
Claro que o frio faz com que os produtores tenham uma estrutura apropriada para o cultivo e, por isso, é possível encontrar vegetais e legumes durante todo o ano, produzidos em estufas. Infelizmente o mesmo não acontece com as frutas, mas sempre temos as importadas. Já para as carnes, além das importadas, eles também têm um sistema na criação e possuem a preocupação de que sejam animais criados em espaços abertos e comendo comida natural. Por isso, as carnes e ovos estão disponíveis tanto nos meses quentes como nos frios.
Em geral, é possível encontrar opções orgânicas e/ou integrais de quase todos os tipos de produtos disponíveis; alguns mercados têm uma seção exclusiva de produtos sem glúten; todos os leites e derivados têm a opção de sem lactose que inclusive chega a ser até mais barata em diversos casos. A carne moída, por exemplo, tem indicação na embalagem sobre a quantidade de gordura que contém, além de já existir uma redução de sal estipulada em todos os produtos de procedência animal.
Qualquer pessoa, com qualquer tipo de restrição – ou não – comerá muito bem aqui, seja em casa cozinhando ou na rua. Muitos restaurantes e até fast foods já atendem as diversas necessidades de seus consumidores.
Fico feliz em ter tido essa grata surpresa na Finlândia para o que acredito que seja a melhor forma de comer limpo.
Minha nutricionista diz que é melhor gastar dinheiro com comida que com remédio. Eu concordo 100% com isso.
E você?
12 Comments
Gostei mto do seu post. Bom saber q aí tb se come bem! Boa alimentação é essencial para uma vida saudável! Te adorooo, bjussss! Saudades.
Obrigada tia!!! Muitas saudades! <3
Parabéns pelo artigo bem escrito e bastante informativo!! Finlândia está na nossa bucket list do biênio 16/17… Muito sucesso para vcs!!
Keilla querida, muito obrigada! Que máximo, vou amar receber vocês! Keep in touch! Um beijo! <3
Adorei o texto! Super bacana conhecer um pouco mais sobre a Finlândia….
Parabéns pelo trabalho e obrigada pela deliciosa e informativa leitura que nos proporcionou 🙂
Ahh amiga linda! Super obrigada pelo carinho!! <3
Pensando aqui em estudar na Finlândia após a aposentadoria….53 anos estudando em Helsinki…hummm…sonhar é tão bom!!!
Oi Tânia, que legal! Nunca é tarde para estudar! Continue sempre sonhando! Boa sorte e obrigada por me acompanhar por aqui! Um beijo!
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