Esses dias, ao conversar com uma das responsáveis pelo BPM, estávamos pensando sobre como pode ser desafiador, para nós mulheres, decidir viajar sozinhas e desbravar o mundo, o que me fez pensar em escrever um post sobre isso. Foi então que, poucos dias depois, saiu um texto maravilhoso abordando esse mesmo tema aqui no BPM, onde a Teca dá dicas preciosas sobre o assunto.
Mas, minha vontade de escrever não parou, afinal já tinha pedido relatos de mulheres guerreiras que haviam decidido, em algum momento da vida, sair do Brasil e realizar um sonho: aprender um novo idioma, fazer um mestrado, doutorado, um intercâmbio ou tirar um período sabático, e isso tudo sozinhas! Uma experiência diferente da minha, que fiz isso ao lado do meu marido, o que não deixa de ter desafios, mas acaba sendo diferente.
Foi incrível ouvir esses relatos e elas acabaram dividindo comigo algumas experiências que me fizeram refletir sobre alguns pontos que vou dividir com vocês.
A Adriana queria muito fazer um mestrado e recebeu uma oportunidade fantástica em um outro país, porém, nessa época, ela tinha duas filhas que estavam entrando na adolescência e que não poderiam acompanhá-la, o que poderia se tornar um GRANDE problema. Ela poderia ir e se afastar das filhas, ou poderia ficar e se frustrar, por não realizar seu sonho. Foi então que ela encontrou o caminho do meio: ela foi e conseguiu se manter presente na vida das filhas da mesma forma. Ela me contou que, através do Skype, elas conseguiam se manter conectadas ao ponto dela continuar almoçando com as meninas no final de semana e ajudá-las em suas lições de casa, participando mesmo que de longe da vida delas! Claro que isso não impediu que a saudade e que pequenos problemas relacionados aparecessem, mas, com certeza, se ela tivesse ficado no Brasil teriam aparecido outros tipos de problema, e o que fez a diferença pra ela foi saber lidar com as situações que estavam diante dela de uma forma inovadora!
Ainda sobre essa decisão de ir para um outro lugar, estudar e ter um relacionamento pesando na balança, a Luiza me relatou que, quando foi fazer um intercâmbio da faculdade, optou por continuar com seu namoro à distância. Segundo ela, isso a impediu de curtir a viagem e aproveitar as oportunidades, pois como o relacionamento já estava um pouco sensível antes da sua partida, ela precisou lidar com mais essa situação ao longo do intercâmbio, o que ocasionou um desgaste ainda maior em vários sentidos. Por isso, a dica que ela deixou é, se alguém já está repensando sobre um relacionamento e aparece uma oportunidade como essa, talvez seja interessante tomar um tempo para pensar sobre o assunto para ver se realmente vale o investimento e o desgaste, pois ao mesmo tempo que para algumas pessoas o namoro à distância pode ser uma experiência positiva, para outras pode ser algo muito desgastante. O que leva ao ponto de podermos nos conhecer melhor para tomarmos nossas decisões.
Já a Karina tinha o sonho de melhorar o inglês e por isso resolveu se aventurar no Canadá. Pelo relato que ela me deu, o que resume bem a experiência dela é estar aberta e se adaptar! Ela comentou como através do intercâmbio pôde ter contato com pessoas de diferentes etnias e costumes e sobre como ela precisou se adaptar a esses costumes, percebendo que essas diferenças não precisavam ser vistas de forma negativa, mas que podiam ser fonte de aprendizado e de novas experiências, inclusive no que diz respeito à comida.
Outra coisa bem interessante que ela falou, foi com relação ao contato com a família no Brasil. Ao contrário dos outros relatos, como ela não tinha nem filhos, nem namorado na época, ela optou por não estar em contato o tempo todo com as pessoas queridas que ficaram no Brasil, falando com elas ocasionalmente e conseguindo, então, mergulhar de cabeça nessa oportunidade de aprender uma nova língua e conhecer uma nova cultura. Ela comentou que percebeu que se falasse muito com a sua família ela acabaria não estando nem de verdade na sua cidade natal e nem de verdade no Canadá. Ponto esse que eu concordo muito, pois a primeira vez que me mudei de cidade tive a mesma sensação. Às vezes, podemos cair na armadilha de querer estar muito presente no lugar que saímos e, por essa razão, não conseguimos nos inserir no nosso novo ambiente e deixamos passar oportunidades de conhecimento, amizades e integrações. Ou seja, não estamos “de verdade” em nenhum lugar.
Também existem dois pontos que muitas meninas comentaram: a questão do transporte e do medo de errar.
Com relação ao transporte, o que elas me passaram e eu também concordo muito é: procure se informar sobre como os meios de transporte funcionam, como é feito o pagamento e os horários de encerramento do tráfego. Isso pode ser essencial para deixar o seu tempo fora mais ou menos estressante. Isso pode te poupar de pagar multas desnecessárias ou até mesmo de ficar sozinha no meio da noite, em um lugar não muito conhecido.
Com relação ao medo de errar, foi quase uma unanimidade: não tenha medo de falar errado, não tenha medo de dar uma gafe, não tenha medo do que os outros vão pensar e, principalmente, não tenha medo de expor seu ponto de vista!
A Júlia e a Veridiana deram um exemplo ótimo com relação a isso: elas relataram que tiveram o mesmo problema com relação ao quarto que estavam hospedadas e o quanto isso as impediu de aproveitar a viagem, enquanto estavam neles, e que a partir do momento que resolveram criar coragem e arrumar um outro lugar, puderam aproveitar melhor o que a cidade tinha a lhes oferecer! Muitas vezes acabamos nos preocupando demais com o que os outros vão pensar e acabamos esquecendo da pessoa mais importante: nós mesmas!
A minha mãe também passou por isso, mas com a diferença de que seu primeiro intercâmbio aconteceu, simplesmente, há 40 anos! Ela foi para a Inglaterra com 19 anos e, apesar de ter estudado inglês por um tempo antes de ir, ela teve muita dificuldade para entender o que as pessoas diziam logo de cara – e no meio do intercâmbio, depois de ver uma notícia no jornal de uma promoção pra Grécia, ela resolveu passar uma semana lá. Porém, o hotel que a promoção incluía, não era bem um hotel, mas sim uma pensão muito mal cuidada, suja, em um bairro não muito seguro e aonde ninguém falava inglês! O que a deixou simplesmente desesperada! Imaginem a situação?
Procurando por psicólogas brasileiras pelo mundo?
O que nos leva a outro ponto: procurem bem sobre o local aonde você pretende se hospedar! Vamos aproveitar que, ao contrário da minha mãe, temos acesso a dezenas de sites com avaliações feitas pelo próprios consumidores e procurar por lugares seguros para que as nossas viagens possam ser aproveitadas com o mínimo de preocupação possível!
Espero que tenham gostado do post e das dicas, lembrando que cada história é única e pode não se aplicar a todas nós, mas que nós podemos aprender sempre umas com as outras!
2 Comments
Eu vim passar (apenas) três semanas na Grécia fazendo trabalho voluntário na minha área de atuação, depois de tentar viver na Alemanha por um relacionamento que acabou não funcionando. Se eu pudesse, com certeza ficaria mais na Grécia. A experiência tem sido muito gratificante e me identifiquei com algumas histórias contadas, apesar do período de estadia ser pequeno.
Oi Helena! Que bom que você se identificou com o post! Torço para que você consiga encontrar um outro caminho bom após esse período aí na Grécia! E que você fique bem após o término do relacionamento… 🙂