Logo que chegamos em Bangkok, após quase um mês na região de Pattaya, ficamos em um hotel de residência bem próximo a um dos maiores parques da cidade, o Lumpini Park. Um local arborizado, cheio de passarinhos e com muito espaço para meu filho brincar!
Eu ia lá todos os dias para passear e brincar no playground. Neste período, comecei a observar a quantidade de crianças acompanhadas por babás, ou com um dos pais e mais uma babá, algo que, pelo menos na região onde eu morava no Brasil, não era mais tão comum.
Comecei a questionar algumas mães em conversas informais, no parquinho, sobre esse tipo de serviço na Tailândia e, quase como uma resposta unânime, disseram se tratar de um serviço barato, muito requisitado e que a maioria das funcionárias ainda dormia no trabalho. Comprovei isso em um artigo que li na BBC Brasil, da Marina Wentzel (link aqui), onde comenta que o serviço é bem comum no país, havendo a própria jornalista dele se utilizado.
Após um mês, nossa saga por hotéis continuou e nos mudamos para outro hotel, também com um parque pertinho, bem menor, mas com uma área legal para crianças, o Benchasiri Park. Nesse local, tive mais contato com as nannies e algumas até me ofereceram os serviços.
Nesta época, também conheci várias mães japonesas que me deixaram impressionada com a forma de cuidado com as crianças. Elas andam com as crianças (muitas vezes penduradas nos cangurus) para cima e para baixo, levando os filhos para as mais diversas atividades. Muitas delas, assim como eu, deixaram a profissão de lado e estão se dedicando à família, em um novo país.
Após essas conversas, passei realmente a pensar em contratar uma empregada doméstica e/ou uma babá para trabalhar em casa já que, até então, no Brasil, tive apenas faxineira, mas nunca uma funcionária fixa. Foi o momento de amadurecer a ideia e pensar qual seria o impacto disso em nossas vidas. Algo que tínhamos em comum acordo era não querer ninguém para dormir em casa, porque achamos que poderia invadir a nossa privacidade.
Quando saímos do hotel e fomos definitivamente para o nosso apartamento, o meu filho ainda não estava na escola, então eu só conseguia fazer o serviço da casa aos poucos, durante uma brincadeira ou outra em que ele se distraia, ou na hora da soneca. O apartamento é enorme para nós três, mas devido às facilidades de acesso a mercados e escolas, e à estrutura que o condomínio oferece em termos de playground, quadras de esportes, academia e piscina, optamos por este. Assim, realmente decidi que era necessário alguém para me ajudar.
Conversei, também, com uma empregada e babá do nosso prédio, cujos patrões estavam indo embora. Apesar de a Tailândia não exigir as mesmas regras de contratação do Brasil, gostaríamos de fazer um contrato de trabalho com uma pessoa regularizada com a imigração. Esse não era o caso desta senhora que não tinha os documentos comprovando a sua regularidade no país. Apesar da negativa, ela grudou em mim, vindo ao prédio a toda hora. Avisei a ela que estava em busca de uma pessoa com visto, mas ela não me deixava em paz. Comecei a ficar com medo e cheguei até a pedir para que a segurança não deixasse ela usar o interfone e tivesse o mínimo de acesso ao prédio. Foi quando ela entendeu e parou de me procurar.
Passado este sufoco, encontrei uma agência de empregos que seleciona pessoas para vários tipos de serviços domésticos, de faxineiras a funcionárias que dormem no emprego, cuidadora de idosos, babás com treinamento para recém-nascidos, jardineiros e motoristas. Achei o site da agência o máximo. Caso você tenha interesse, pode acessá-lo por este link. Você seleciona a faixa salarial, a jornada de trabalho e a idade de sua preferência, e o banco de dados gera um catálogo onde você escolhe a pessoa que se enquadra mais nas suas necessidades. Neste catálogo estão fotos da candidata, se ela está regularizada com o visto (caso seja estrangeira) ou se necessita de ajuda; os idiomas que fala; se esta disposta a cozinhar, a cuidar de pets; as nacionalidades das famílias com quem já trabalhou e carta de referência, caso possua.
Ao selecionar as candidatas, você pode agendar uma entrevista presencial ou por Skype. Se gostar de alguma, a agência faz uma espécie de contrato e você paga uma taxa, com garantia de 3 meses, podendo trocar de funcionária durante este período, caso não esteja satisfeito com o serviço prestado, sem taxas adicionais.
Fiz todas estas etapas para a seleção e entrevistei quatro candidatas. Gostei de uma com um pouco mais de experiência, vinda de Myanmar e com passagem por duas famílias estrangeiras, com quem permaneceu por longos períodos.
Estamos muito felizes com ela aqui em casa. Já se foi quase um ano de convívio. Ela fica de manhã até o fim da tarde, faz o serviço de casa e, quando preciso, fica com meu filho. Ele adora ela e ela, ele; acho que isso é o mais importante para nós.
Ensinei ela a fazer alguns pratos que gostamos e ela adora cozinhar. O nosso sábado, em casa, ficou institucionalizado como o “dia de feijão com arroz”, já que conseguimos sentar todos à mesa para almoçar. Quem prepara o nosso feijão é nossa funcionária: feijão brasileiro, feito na Tailândia, por mãos birmanêsas.
2 Comments
Parabens pela página. …ajudará outros a adaptar-se . Muita sorte pra vocês.
Obrigada!