A violência doméstica é uma realidade presente em vários países do mundo, inclusive na Dinamarca. Apesar de figurar entre os 10 países com melhores condições de igualdade entre homens e mulheres, contando até mesmo com um ministério dedicado à igualdade entre gêneros, além de ser uma nação onde o feminismo dá suas cartas abertamente na organização social, a violência doméstica é um fator que atormenta cerca de 4% (29 mil) das mulheres que vivem no país, segundo dados da organização Dansk Kvindesamfund. A violência contra a mulher não é exclusivamente física: pode ser tanto física quanto psicológica, sexual, material e econômica, ou tudo isso junto. Muitas das mulheres vítimas desse tipo de violência acabam sendo as estrangeiras. Sozinhas num país completamente diferente do seu, muitas vezes sem poder se comunicar em inglês ou dinamarquês e totalmente dependentes dos companheiros ou maridos tanto financeira quanto psicologicamente, essas mulheres acabam sofrendo caladas, sem saber o que fazer ou para onde correr, e sem a família ou amigos por perto a situação pode ser tornar ainda pior.
A febre dos relacionamentos online e as promessas de amor eterno
Com a Internet como facilitadora os relacionamentos online se tornaram a última moda do momento e muitas mulheres e homens buscam na rede o caminho para o amor. Mas se todo relacionamento tem seus riscos, um relacionamento transcontinental apresenta mais obstáculos, que começam com a questão do idioma e se estendem para outras áreas como cultura, experiência de vida, expectativas, entre outros. Promessas de amor instantâneo, promessas de casamento a curto prazo e pedidos de ajuda financeira devem ser vistos como sinais de alerta e é preciso tomar muito cuidado. Não compreender o idioma do outro pode se tornar um agravante, principalmente nos casos de uma mudança de país, pois a pessoa que se muda sem conhecer o idioma do cônjuge, além dos desentendimentos que podem ocorrer no dia a dia, corre o risco de não conseguir procurar ajuda no caso de uma necessidade.
Se você está se relacionando com alguém via Internet, tente sempre verificar o máximo possível de informações sobre aquela pessoa, como por exemplo onde ela trabalha, onde ela mora, e se possível tente se conectar com familiares e amigos próximos dela pelo Facebook ou outras redes sociais. Desconfie de quem se declara apaixonado muito instantaneamente, de quem promete mundos e fundos e de quem não tem amigos ou nenhum contato com a própria família. Um relacionamento se estabelece através de troca de informações, convívio e muita conversa sobre temas diversos e, apesar de muitos acreditarem em ‘amor à primeira vista’, é preciso tomar cuidado porque nem sempre o que o coração ‘vê’ corresponde à realidade. A empolgação pelo novo relacionamento e a carência afetiva, entre outros fatores, podem cegar algumas pessoas. Todo cuidado é recomendado – e necessário.
Mas caso você já tenha caído no ‘canto da sereia’, já tenha se mudado para a Dinamarca e esteja passando por dificuldades na relação com um dinamarquês, saiba que há muitas possibilidades de se pedir ajuda. Existe um serviço dedicado exclusivamente ao auxílio de mulheres vítimas de violência doméstica. Esse serviço se chama krisecenter, existe em várias cidades e disponibiliza uma hotline onde você pode contar o seu problema ou denunciar uma suspeita de abuso, seja por e-mail ou por telefone. No krisecenter a mulher é assistida com a oferta de um abrigo temporário e ajuda de custo para recomeçar a vida. A LOKK – sigla para Organização Nacional dos krisecentre para Mulheres – oferece uma lista com todos os krisecentre do país. Busque ajuda no krisecenter mais próximo da sua localidade ou peça para alguém lhe ajudar. O site da LOKK conta com uma versão em inglês e na central em Copenhague há uma portuguesa que pode ajudar as brasileiras que só falam português.
Conheci brasileiras que já foram vítimas de violência doméstica na Dinamarca. As histórias são tristes e incluem abuso psicológico e físico, assédio moral e em alguns casos, cárcere privado.
Eu mesma tive uma experiência pessoal com a questão da violência doméstica por aqui. Uma brasileira me contatou através do blog; ela tinha conhecido um dinamarquês e estava vindo para se casar com ele. Era a sua primeira viagem internacional e ela só conhecia o rapaz por fotos e mensagens no celular e computador. A comunicação entre os dois se fazia por meio de tradutor eletrônico. Cheguei inclusive a conversar com o rapaz por Skype pois ambos estavam inseguros sobre a chegada dela e os procedimentos na alfândega, documentação para o casamento, enfim… Para resumir a história, a moça chegou, mantivemos o contato e nos falávamos quase que diariamente. Ela foi relatando o comportamento estranho do rapaz: proibições, restrições quanto ao uso do celular particular dela, isolamento, violência verbal. Notei semelhanças com o relato de outra brasileira que tinha me contatado um ano antes e que curiosamente tinha visitado um rapaz na mesma cidade e que veio com o mesmo propósito dessa segunda, só que as coisas deram errado e ela voltou ao Brasil. Fui ligando os pontos e por fim, descobri que se tratava do mesmo homem. Ao cabo de duas semanas ele tentou agredi-la fisicamente e ela, com medo, entrou em contato comigo, que fui imediatamente buscá-la. O tal rapaz tinha uma dívida enorme com a Receita Federal dinamarquesa e seu plano era trazer mulheres para submetê-las à prostituição, dizendo que elas precisavam ajudá-lo a pagar a dívida, já que ele tinha pago a passagem delas para cá e custeado sua estadia. Ela decidiu não denunciá-lo às autoridades mas felizmente voltou em segurança ao Brasil. Aproximadamente 6 meses depois disso, outra brasileira entrou em contato comigo e coincidentemente, estava falando com esse mesmo homem pela Internet. Eu a alertei a respeito dele e ela nem chegou a vir para a Dinamarca. Quando ela decidiu terminar, ele reagiu de forma agressiva e violenta, com gritos enérgicos e insultos dos piores. Pelo menos, ela não passou apuro em terra estrangeira.
Campanhas são feitas constantemente para diminuir a incidência de violência contra as mulheres. Estima-se que a violência doméstica custe aos cofres dinamarqueses algo em torno de 65 mil coroas ao ano por mulher, segundo a organização Momnetwork.
Conecte-se com brasileir@s pelas redes sociais e procure ajuda imediatamente
Além de ser uma forma bacana de trocar experiências a respeito do processo de integração, choque cultural e vida na Dinamarca, o contato com outros brasileiros pode lhe ser útil na hora de eventualmente precisar de ajuda e ainda não conseguir se comunicar em dinamarquês. Faça parte de grupos nas redes sociais de brasileiros vivendo na Dinamarca e busque fazer amizades com pessoas que já estão há algum tempo no país; elas podem auxiliar caso você passe por uma situação dessas.
Se você for vítima de violência doméstica, nunca sofra calada. Não tenha vergonha, fale com alguém e procure ajuda imediatamente. O Brasileiras Pelo Mundo também conta com um diretório onde estão listados grupos de apoio à mulher em vários países, incluindo a Dinamarca.
58 Comments
Um otimo alerta Cristiane, acabo de chegar para morar na Dinamarca…estou sempre atenta esse tipo de conduta. Boas dicas 🙂
Obrigada, Patricia, e continue acompanhando os textos sobre a Dinamarca! 🙂
I would like to hear if you know how many Brasilian women who come to Denmark every year and how many of those who need help
I live with a Brazilian woman who I have known for two years and we live an ordinary life
We have a couple of times been so stupid to help some of my wife’s girlfriends to meet some of my friends. Every time we have explained how things are here in Denmark and what they can expect. But each time they have come up here with unrealistic expectations. because they see Gringos in Brazil lead forward and spend money. They can not understand that most of the men they meet in Brazil’s savings for years to have fun 2 or 3 weeks in Brazil
When they need to live a normal life here as they become disappointed and start to complain about it. and several times I have seen how they offer to everyone who seems to have more than they live with.
Some time ago since my friend had a woman resident, she had come up here that they might know each other personally, after a long internet relationship. This woman had repeatedly been told that she could not work during her three-month stay in this country. But one day we were in a brasiiliansk church here in Copenhagen and she met some other women who told that they could easily get a job for her. My friend said that it was okay but it should not be something that was happening every day he could have problems with the system here in Denmark where it was discovered. But after a while the woman was beginning to work so much that my friend was nervous and asked her to stop. the woman would not stop and she told her friends that my friend did not treat her properly which was not true, but the result was that this woman left my friend’s house and moved over to her friends.
This is just an example of how many Brazilian women use their Danish lovers, but this we never hear about it is always the woman who is being exploited in your stories but in fact there are just as many men who are treated badly
I think it’s perfectly okay that there is a place where women can go and get help if they need it, but I think it is wrong that it is always the man who gets the blame for these conditions not lasting.
You hear, only about relationships that do not work and never about all the women who live ordinary lives here
Sincerely Claus Kidmose
Hej Claus og tak for din kommentar. I will answer the rest in English so more readers of the blog can follow. First things first, I would like to make a statement about the Danish men: you are one of the most open, generous, faithful and kindest type of men I know in the entire world. I believe it so much that I even married one of you! That said, my intention while writing this article was never to accuse or to put all men from Denmark in a position of judgement. I decided to focus the theme of my text in violence against women in Denmark because I write about the country and it also happens here, despite of all kindness of most Danish men. And since this blog focuses mainly on issues about women around the world and I myself experienced domestic violence by helping some Brazilians who suffered it here, I believe in the importance of bringing the subject to discussion. About your comment on your partners’ friends, all I can say is that I am really sorry that she is friends with such people. I know many Brazilian women living in Denmark and all those I know and are my friends came here either for a job or for love – true love. All of them live a decent life together with their husbands or on their own; all of them have jobs or are studying to pursuit a job or a career. Some of them have kids. All of them have been to the language center to learn Danish. Some of these women suffered on the hands of violent Danish men but they held their heads high and kept fighting. These are decent honest people who came here not to take advantage of anyone, but because they found love, they found a job, they decided by free will to come to Denmark not with the interest of escaping from a miserable life nor by monetary interest. They are giving their share to the country in a positive way. I don’t judge a book by the cover; my intention was never to put all Danes in the same level. Most Danes are honest, decent people as I said in the beginning. As I wrote to another Dane who made a comment on the blog’s fanpage, we all know there are also women who see a marriage to a foreigner as a form of ‘escapism’ or improvemet of their lives in comparison to what they have in their homeland – and they can be Brazilian or from any other land in the world. Therefore, the advice I give in my text should be valid for both men and women: be careful when you meet someone with a different cultural background, especially if online. One never knows what one might expect. I feel truly sorry to hear that some of my fellow Brazilians are treating Danish men the way you describe in your testimonial here above – it is very important to talk about it, too; on the other hand, we must not deny that violence against women exists also in Denmark and most of the victims are foreigners, regardless of where they come from. Most of the women travelling overseas to find love are full of good expectations and the majority wants to build a nice honest life with their partners, believe me! Maybe it is the case that your partner starts to choose better friends… Just maybe.
Thank you once again for giving your point of view on that matter and thanks for reading. Hope you keep following our posts and if you have any suggestion about themes for next articles, feel free to contact me about it.
Venlig hilsen
Cristiane
Eu acho que nesse caso que ele contou o problema principal é a cultura, uma mulher falou que ela podia trabalhar, aí o marido, disse que não, ela não entendeu de verdade que a lei aqui é assim muito rígida, quanto a trabalho ilegal, não é como no Brasil.
Pois se foi o caso as amigas brasileiras deviam tê-la advertido em vez de encorajá-la, já que estão no país há mais tempo e deveriam saber como funcionam as coisas. Enfim, uma pena pra todo mundo.
Excelente! Já temos casos horrorosos de violência contra à mulher, diária no Brasil e passar por isso em um país tão distante e diferente é ainda mais terrível. O alerta é muito importante.
Lendo alguns textos e relatos, notei que aí nos países do norte o aliciamento ocorre comumente como vc nos conta; um suposto casamento. Nunca vi casos como os que acorrem mais frequentemente na França, Itália…onde grupos são aliciados e tal. Ou estou enganada? Parabéns Cristiane. Sempre alerta!
Viviane, na verdade há muitos meios de se aliciar mulheres. Nos relatórios oficiais dos órgãos competentes, tanto daqui quanto a nível de Europa, vê-se que o quadro quase sempre é o mesmo: mulheres com baixa escolaridade, carentes, solitárias; muitas inclusive possuem problemas psicológicos e buscam nos romances online a fuga para a ‘prisão’ onde se encontram. Na Dinamarca também existem casos de tráfico de mulheres para fins de prostituição, sobretudo provenientes de países africanos e asiáticos, mas há também muitas latinas. Todo cuidado é pouco na hora de se relacionar com alguém pela Internet, ainda mais se a pessoa está do outro lado do mundo. Eu sempre aconselho a que as mulheres deixem que os homens venham visitá-las no Brasil antes de encarar uma viagem que pode até ser sem volta; além disso, é importante verificar se a pessoa tem família e amigos , quem são esses familiares, como é a relação entre a pessoa e seus amigos, por exemplo. Confiar cegamente não é a melhor opção. Obrigada pelo seu comentário e continue acompanhando tudo sobre a Dinamarca aqui no BPM 🙂
Cristiane Leme, por gentileza anjo, gostaria de conversar contigo sobre um indiano, meu email jahcampos45 @gmail.com, por favor…… Até mais
Olá. Por favor, deixe a sua dúvida que responderei por aqui. Por questão de privacidade, prefiro responder pelo blog – espero que compreenda! Obrigada 🙂
Maravilhoso texto
Obrigada! O intuito é que ele seja útil. Muitas mulheres ainda são bastante inocentes nesses assuntos e é preciso ter cuidado, principalmente se a pessoa nunca saiu do Brasil e não fala inglês ou o idioma local.
Cris,
Extremamente pertinente seu texto e serve de alerta para muitas mulheres. Eu mesma, recebo emails de leitoras perguntando sobre o processo para residir aqui na Holanda e são moças que muitas vezes mantém apenas um contato on line de pouquíssimos meses com os namorados . Conheço casos aqui não só de violência física e psicológica, mas também de abandono emocional, o que é muito triste, pois a mulher vive como um fantasma na própria casa. Foi realizada uma pesquisa em 2012 com centenas de mulheres por toda a Europa e comprovou-se que os países mais violentos estão no norte, se não me engano Dinamarca está em primeiro ou segundo lugar, Finlândia, a Bélgica em terceiro e a Holanda em quarto ( com 45% das entrevistadas, isso mesmo 45% !!!) já tendo sofrido algum tipo de violência.
Ótimas dicas. Bjs
Cintia, obrigada pelo comentário! Eu tentei procurar essa pesquisa que você mencionou mas não encontrei – olhei no relatório da ONU para os países da Europa Ocidental e não achei nada. Se puder me passar um link, tenho muita curiosidade em ler. Infelizmente a violência contra a mulher acaba sendo abafada pelas próprias vítimas que, seja por medo ou por vergonha, preferem ficar vivendo uma vida miserável e sofrida nas mãos de canalhas em vez de tentarem se libertar. Conheci uma moça que sofreu assim, calada, apanhando do marido e com dois filhos pequenos. Só tomaram conhecimento da situação quando uma das crianças falou na creche o que estava acontecendo em casa. A situação não melhorou e o homem seguiu agredindo inclusive os filhos durante visitas, o que gerou uma situação tão desconfortável que ela teve que se mudar de cidade. Eu aconselho a qualquer pessoa que saiba de uma mulher sofrendo violência que denuncie, mesmo que a própria vítima fique contra. Em muitos casos o agressor também tem condições psicológicas sérias como depressão, síndrome do pânico, traumas e outros tipos de distúrbios e acaba canalizando na violência a forma de lidar com esses problemas. É muito triste mas é muito sério e não devemos nos omitir. No caso das moças que eu ajudei, a terceira moça (a que não veio para a Dinamarca) me ajudou a denunciar o tal agressor ao site onde ele buscava suas vítimas. Nunca recebi confirmação do site sobre a exclusão do perfil mas espero sinceramente que essa pessoa não consiga fazer novas vítimas.
Beijos!
Cristiane me chamo ysnar e quero conhecer a india vou passar poucos dias. E conhecer um rapaz ele não me promete nada vou sem compromisso porque quero conhecer o país e me divertir ver como eles são e fazer amizades e logo voltar o que vc me diz obg
Você quer conhecer a Índia e faz a pergunta no texto sobre a Dinamarca? Eu não entendi.
Recomendo ler e seguir os conselhos do texto da Camila sobre relacionamento com indianos, aqui mesmo no blogue. Lá você encontrará todas as dicas sobre o que fazer antes de viajar, precauções que deve tomar etc.
Boa sorte!
Ótimo texto!
Obrigada, Juliana, e continue acompanhando mais sobre a Dinamarca aqui no BPM! 🙂
Cris, parabéns pelo texto e pela temática abordada. Acho bem importante informar sobre essa situação, algo que é bastante possível que ocorra, embora ninguém ache que passará por ela… Muitas filipinas, inclusive, passam por essa situação diariamente, em diversos países do mundo.
Particularmente, acho que é uma mistura de ilusões do Mundo Disney de um príncipe encantado com a esperança de ter um futuro melhor. E é muito complicado porque, muitas vezes, não importa a quantidade de informação que passamos: as pessoas vêem o que querem, no final!
Parabéns outra vez e um beijo!
Obrigada, Tati. E é verdade mesmo que há muitas mulheres – sobretudo as com menos recursos financeiros – que se deixam seduzir pelas promessas de viver num país da Europa e mal sabem onde estão se metendo na verdade, e há as que realmente se casam com desconhecidos (de verdade) e acabam sendo infelizes ou descobrindo que a vida não era todo esse conto de fada. Inclusive esse ano saiu um filme dinamarquês que aborda o tema: um fazendeiro viúvo e solitário que entra num desses sites de encontros e escolhe uma filipina para se casar. Ele a traz para a Dinamarca e quando ela chega, percebe que a vida na fazenda não é lá o mundo que ela sonhava, mas conhece o filho do fazendeiro que pode fazer tudo mudar… Não vou dar mais spoiler, hehehe! O nome desse filme é Rosita, caso queira ver.
Beijos e obrigada por comentar! 🙂
Cris
O site é esse http://fra.europa.eu/en/press-release/2014/violence-against-women-every-day-and-everywhere
foi uma pesquisa realizada pelo European Union Agency for Fundamental Rights.
Logo nos meus primeiros meses de Holanda conheci uma brasileira que já residia aqui a 7 anos ( na época), essa moça conheceu o marido durante as férias dele no Brasil,ele ficou por lá cerca de duas semanas e quando retornou já veio com ela e com um filho que ela já tinha no Brasil. Passado algum tempo, o conto de fadas perdeu a cor. Hoje vivem como dois estranhos na mesma casa, ela com mais duas crianças (filhos dele). Até aonde pude perceber não havia viloência física mas um grande abandono emocional tanto dela quanto das crianças. Ela mesma afirmou que preferia viver assim do que voltar ao Brasil pois lá não teria casa, os filhos nao teriam as oportunidades de estudo que tem aqui e que não conseguiria arranjar um bom trabalho pois não tem boa escolaridade. Posteriormente conversando com as professoras, elas me contaram que a família do marido dessa brasileira, é antiga aqui na região, mas que digamos assim não era recomendável.
Informação é fundamental, mas eu concordo com a Tati , no fim cada um vê o que quer.
Bjs
Obrigada! 😉
Parabéns pelo texto eu também já vivi isso moro na Dinamarca há 15 anos fui casada 11 e sou separada a 3 anos moro só com minha filha o meu ex marido me agrediu quando estávamos com 5 anos de casada fui morar no krisecentre hoje sou Feliz pois moro sozinha e não preciso dele pra nada
Puxa, Francisca, que barra que deve ter sido. Fico feliz por você agora estar seguindo a sua vida e feliz! Obrigada pelo seu comentário e continue acompanhando tudo sobre a Dinamarca aqui no BPM 🙂
Infelizmente essa deve ser a realidade de muitas mulheres que moram fora e se casaram com estrangeiro. Ainda existe mulheres principalmente no Brasil que acredita em história de príncipe encantado da Disney, ainda mais quando se trata de um europeu, ficam com aquela imagem do cara branco, loiro de olhos azuis, educado, gente fina, que não trai e tal e vai na onde legal. Muitas devem ir sem ao menos ter um inglês básico(alô cursinho da fisk) rsrsrs, ou pelo menos ser formanda .Ano passado mesmo durante esse período teve a copa do mundo aqui no Brasil e vi muita mulher iludida achando que conseguiria fisgar um europeu e mudar de vida, sem precisar trabalhar, estudar, correr atrás das suas coisas, que viveria em um castelo e seria feliz para sempre rsrsrs. Acorda Alice.
Pois é, Diego, e as que acham que ‘fisgar o europeu pra melhorar de vida’ é uma alternativa acabam sujando o nome das que estão buscando um amor de verdade. A grande maioria das que vêm, vêm procurando amor de verdade, mas claro que existem as que chamo de ‘pistoleiras’, que só pensam em se dar bem. Gente assim não tem muito futuro. Mas o texto trata das que vêm por amor e acabam sofrendo na mão de homens violentos. Obrigada por comentar.
Queria te parabenizar pela postagem que serve de alerta pra muitas que ainda estão no BR e no meu grupo no face surgiu uma história há um tempo atrás que supomos ser o mesmo gringo citado… O problema é que tem meninas que já vão de mala e cuia levando filho pequeno (foi o caso contado no grupo do face) e depois começaram os abusos. é preciso ter muito cuidado, nós lá no grupo tentamos alertar mas as vezes surgem casos de meninas se casando por procuração com um gringo que ela ainda não conhece nem pessoalmente… São histórias muito tristes, cada uma pior que a outra. Tem que desconfiar sempre.
Débora, obrigada pelo comentário. A gente tenta alertar mas sabemos que infelizmente há muitas que também querem ‘fugir’ do Brasil a todo e qualquer custo e acham que o casamento com um estrangeiro é uma forma segura de fuga. Eu sou totalmente contra esse tipo de pensamento de ‘casar para melhorar de vida’ – acho que a pessoa tem que primeiro estar bem consigo mesma, para depois introduzir alguém em sua vida. Muitas dessas mulheres não denunciam os abusos e sofrem caladas por vergonha do que a família no Brasil vai dizer – em vez de apoiar, sabemos que muitas famílias vão dizer: ‘tá vendo? Eu disse, foi escolher sair, agora que quebre a cara sozinha’. Também tenho pena, por isso dei várias dicas aqui no texto para que as mulheres e homens fiquem espertos quando se relacionarem com pessoas pela Internet. Se ao vivo e a cores já existem riscos, estes se ampliam ainda mais com os meios eletrônicos, onde muitas vezes as pessoas fingem ser quem não são. Todo cuidado é necessário para ambos, homens e mulheres. Espero que canais como o seu ajudem de verdade essas mulheres a se protegerem. Acima de tudo acredito em prevenção e penso que é muito importante denunciar o que aconteceu, mas é igualmente importante se preparar bem para sair de seu próprio país e embarcar numa aventura que, muitas vezes, pode ser sem volta ou com resultados desastrosos. Continue acompanhando tudo sobre a Dinamarca aqui no BPM e volte sempre para comentar 🙂
Olá, me chamo Gabriella.
Eu converso com um dinamarquês já faz um tempo pelo skype. Mas, eu sou um pouco ocupada com trabalho. Em agosto finalmente terei uma semana livre e ele se ofereceu pra pagar tudo pra mim do nada. Inclusive comprou a passagem e ofereceu estadia no apartamento dele em Silkeborg mas antes disso, segundo ele, vivia em Aarhus. Tudo que eu precisaria era de dinheiro e a carta convite, além do seguro pra passar pela alfândega. Achei muito bom, claro.
Mas, quando converso com ele, apesar de ele dizer que é solteiro e morar sozinho notei dois itens suspeitos como: uma luminária rosa no quarto dele e um ursinho de pelúcia. Achei suspeito mas não comentei nada. Fora que, ninguém gasta desse jeito sem querer algo em troca.
Por gentileza, eu gostaria de saber se é a mesma pessoa. Nós não fazemos proposta de casamento ou coisa parecida um pro outro. O plano é apenas conhecer e deixar acontecer mas eu não tenho como saber sobre a índole do rapaz quando tudo que eu tenho são palavras.
Preciso tanto tirar esse peso de mim. Meu email é gabriellawinchester2@gmail.com
Eu aguardo teu contato. Ou alguma informação. Posso te enviar algum video dele pra ver se vc reconhece. Por favor. Gostaria muito de ajuda.
Oi Gabriella. Obrigada por entrar em contato. Eu lhe enviei um e-mail com as informações a respeito dessa pessoa que denunciei. Leia atentamente. Espero que não seja a mesma pessoa com quem você está se correspondendo, mas todo cuidado é necessário. Caso deseja, mantenha o contato comigo para qualquer emergência – eu moro a 1 h de Silkeborg.
Abraços
Cristiane eu gostaria de falar com você eu deixei meu email e estou pra ir à Dinamarca em setembro. Por favor entre em contato eu estou bastante apreensiva. Eu conheci um homem de Dronninglund, e estou completamente apaixonada, gostaria muito de saber qual o homem que teve problemas de violência que você relatou, além disso preciso de dicas para ficar mais tranquila. Eu acho que a cidade de Dronninglund é proxíma da sua, por favor entre em contato. Obrigada e bjs!!
Olá. A pessoa do caso se chama Nikolaj Andersen e até onde eu sei, morava em Viborg e agora se mudou pra Næstved. O perfil desse homem sobre o qual falo está no Brazilcupid, veja no link: http://www.brazilcupid.com/es/profile/showProfile/ID/1541920 – se foi esse o homem que lhe contatou, aconselho cancelar imediatamente a viagem para a Dinamarca. Ele diz que não pode sair da Dinamarca porque tem casa e emprego mas todas as pessoas normais têm casa e emprego e viajam normalmente, quando podem; na verdade, a razão pela qual ele não pode se ausentar do país é por ter problemas com a polícia e a receita federal local. Ele vai lhe contar um monte de mentiras e vai tentar lhe enganar com promessas de casamento e uma vida feliz na Dinamarca. Desconfie imediatamente se esse homem entrar em contato!
Dronninglund fica a 163 km a norte de Holstebro ou a 2:11 de carro, enquanto que Viborg fica a 45 minutos de carro, e Næstved fica mais longe ainda. As dicas principais que dou às pessoas que se relacionam pela internet estão no texto: tentar fazer contato com os familiares da outra pessoa, saber onde ela trabalha, ter um diálogo aberto, estar atenta a demonstrações de raiva repentina, declarações de amor muito apaixonadas em curto espaço de tempo, solicitação de dinheiro etc. Todo cuidado é necessário, principalmente se vocês não conseguem se comunicar em um mesmo idioma no qual os dois sejam fluentes. Desejo boa sorte na sua visita e caso precise de alguma coisa, pode me encontrar pelo Facebook.
Olá Cristiane, estou numa situação quase parecida. Por favor, fale comigo via email: jullyhahn@gmail.com
Jully, acabei de lhe enviar um e-mail. Entre em contato comigo.
Gostaria de deixar um recado às leitoras que me procuram buscando informações a respeito de como se certificar a respeito da idoneidade de uma pessoa na Dinamarca: gente, não tem como eu ajudar vocês a saberem se uma pessoa é idônea ou não. Não tenho tempo nem meios para fazer pesquisas na Internet ou ir à polícia perguntar a respeito de alguém que sequer conheço. Por favor, se você, leitora, tem uma pergunta desse tipo pra mim, o máximo que posso dar como orientação é o que está no texto: procure na Internet, use o site Krak.dk para verificar endereços e telefones, jogue o nome do fulano no Google e veja o que aparece. Eu sinceramente não posso ajudar mais que isso. Obrigada!
Muito providencial seu post Cristiane Leme e que sirva de alerta para outras brasileiras.. Não dá mesmo para cair no ” canto da sereia”.. Eu por exemplo gostaria de tentar recomeçar minha vida na Europa ou USA mas sei que apesar da excelente formação acadêmica que tenho, isso não será valorizado..Também tenho fluência em outros dois idiomas: inglês e espanhol.. Pode ser que me ajude em algo, mas vejo muitos relatos de decepções por parte de mulheres que deixaram tudo aqui no Brasil e foram viver o “grande amor com um gringo”.. Sei que nunca vamos ser valorizadas suficientemente e sempre seremos tratadas como “brasileiras”.. Parabenizo você novamente!! Saudações, Patrícia Assis
Patrícia, não dá para generalizar como você está fazendo, minha cara. Cada caso é um caso e conheço muita gente que é feliz estando casada com um estrangeiro. O que eu vejo acontecer e muito é que algumas mulheres se deixam levar por conta da carência afetiva e acabam acreditando em qualquer coisa gentil que se lhes diga. O problema do desamor é um mal mundial e o temos visto se espalhar ao redor do mundo. É muito triste. As pessoas estão sedentas de amor e se enganam ao criar expectativas em vez de viver um dia de cada vez. Existe o fantasma da idealização do amor perfeito, da vida perfeita, mas a vida é composta de imperfeições e falhas e é justamente aí que mora sua beleza. Discordo de você quando coloca as brasileiras em situação de inferioridade: nem todos os estrangeiros nos tratam como prostitutas, e cabe a nós quebrarmos o estereótipo. Porém o que vejo é que muitas de nossas compatriotas alimentam esse estereótipo através de seu comportamento. Não sei se é o caso mas sinto que há muitas mulheres com problema de baixa autoestima, pessimistas. Ser realista é diferente de ser pessimista, sabe? Seja menos pessimista e mais realista. Se o seu desejo é recomeçar a vida no exterior, prepare-se para isso e faça acontecer; nada é impossível quando nos preparamos adequadamente para algo.
Obrigada por ler e comentar!
Abraços
Olá Cristiane, parabéns pelo seu texto , gostaria muito de falar com você sobre uma situação de stalking se vc pudesse falar comigo por e-mail agradeço , ilmaal@hotmail.com.
Ilma, eu peço a gentileza de ser mais específica no seu questionamento para ver se tenho ou não a possibilidade de ajudá-la.
Olá Cristiane???? … Estou aqui paralizada lendo sobre o Nicola!! Hahah tenho todos os dados desse louco e bandido ( eu e meu esposo tentamos denúncia-lo desde aquí da Noruega se te ajuda em algo posso te contar toda uma história que vivemos ano passado ao darmos abrigo a uma brasileira que com nossa ajuda fugiu da casa dele. O cara é psicopata ????????????
Queria tanto ter energia pra contar toda a história aqui .. beijos
Karla, obrigada por comentar. Infelizmente esse Nikolaj fez várias vítimas brasileiras mas nenhuma quis denunciá-lo na Dinamarca e pelo que ouvi das autoridades daqui, é preciso que a própria vítima denuncie os abusos para se abrir inquérito. Há alguns meses atrás uma brasileira entrou em contato comigo para questionar a respeito dele. Essa moça veio para a Dinamarca em setembro ou outubro e quando perguntei a ela como estavam as coisas com ele, ela disse que estava tudo bem, mas realmente é difícil pra mim dizer se estava mesmo tudo bem ou não. Se encontrar forças para contar a história aqui, seria interessante – quanto mais gente for alertada, melhor!
Abraços
Olá Cristiane! Esse é um tema realmente importante, porque a mulher, apesar da igualdade de gêneros, é mais vulnerável a violência doméstica. Gostaria de saber se a Dinamarca tem uma boa estrutura para atender as vítimas (delegacias especializadas, por exemplo) e se o poder judiciário é mais eficiente em punir os agressores. Eu percebo que aqui no Brasil, presume-se que o acusado é inocente, e precisa de provas concretas para incriminá-lo, tornando o processo burocrático (e em caso de ameaça, por exemplo, somente a vítima pode representar criminalmente contra o agressor, mesmo tendo testemunhas). Eu vejo que, mesmo com a existência da Lei Maria da Penha, o Brasil ainda precisa melhorar em outras áreas para coibir a violência doméstica no Brasil, e constatei que as vítimas que dependem financeiramente do marido ou companheiro, até dão queixa, mas desistem de representar criminalmente por não ter condições de se sustentar sozinha ou sustentar seus filhos (aí entra o problema social), ou talvez por não confiarem na justiça. E o que começa por uma ameaça pode terminar em uma tragédia. Eu gostaria muito de saber como o Poder Judiciário atua nesses casos na Dinamarca, e se na sua visão é eficiente ou não. Obrigado desde já pelas informações! 🙂
Olá Elias. A Dinamarca é um país predominantemente feminista e, portanto, os direitos das mulheres e crianças são bastante respeitados e considerados. Existe uma boa estrutura de apoio à mulher vítima de violência doméstica, conforme eu relatei no texto. No Krisecenter a mulher recebe todo o apoio para reconstruir sua vida. A justiça leva muito a sério as denúncias e investiga todos os casos. Homens com histórico de violência doméstica contra suas parceiras ficam com um registro policial e caso resolvam se casar, a noiva pode consultar esses registros, o que é de grande ajuda, principalmente se a noiva for estrangeira, já que ela pode ter seu visto negado caso o marido tenha um registro desse tipo. Mesmo assim, aqui também existe o medo da denúncia: a maioria das vítimas prefere sofrer em silêncio, principalmente estrangeiras que por uma série de fatores escolhem não denunciar, principalmente por medo ou desconhecimento da lei que as protege. Eu conheço brasileiras morando na Dinamarca que foram vítimas de violência doméstica e que conseguiram se reerguer, assim como conheço brasileiras que ainda sofrem com o problema e preferem não denunciar o parceiro. Em todo caso, penso que o sistema judiciário daqui dá a devida importância aos casos, sim!
Abraços e obrigada por comentar 🙂
Muito obrigada pelas informações ! Texto riquíssimo e alertador diante dos perigos que nos rodeiam- relacionamentos online. Como qualquer tipo de relacionamento, o cuidado e a sabedoria devem andar a par…não menos importante são os relacionamentos online, onde muitas deixam -se enganar e não se dão conta do poço de ingenuidade no qual estão. Tua abordagem foi bem direta e objetiva, trazendo ainda fontes de ajuda, além da própria disponibilidade, para quem se deu conta cedo ou tardiamente onde se meteu…achei interessante os pontos que tu levantaste sobre o porquê algumas buscam esse tipo de subterfúgio, situações ruins que muitos de nós passamos mas que algumas escolhem ir por este lado, sem avaliar os perigos reais. A maioria de nós está insatisfeito com o nosso país, com a própria vida, mas há meios de mudanca sem recorrer a relacionamentos onlines. Esquecem-se que os relacionamentos são online mas os perigos são reais e podem ser afetadas para o resto de suas vidas. Nunca passei por isso mas sinto uma dor no coracao quando me coloco no lugar delas…Mais uma vez obrigada !
Agradeço por ler e comentar! Espero que as pessoas se conscientizem, pois temos recebido inúmeros contatos de brasileiras se relacionando com estrangeiros que parecem desconhecer os riscos de um relacionamento à distância.
Ajude a espalhar e compartilhe o texto! Obrigada 🙂
estas meninas que envolvem com homens pela internet elas sabem que podem sedar mal e mesmo assim vão, nao adianta dar conselhos ….
Maria Eduarda, a gente alerta; seguir ou não vai da consciência de cada um. Eu mesma me casei com um homem que conheci na Internet, então acho que cada caso é um caso e não dá para generalizar. É preciso, contudo, estar sempre alerta.
Obrigada por comentar e continue nos acompanhando!
Parabéns, Cristiane!
Recebo muitos e-mails e por escrever bastante sobre minha história feliz, muitas vezes me interpretam mal e levam como um encorajamento. Vou eu, em todos os e-mails, alertando sobre a importância de se conhecer a pessoa. Eu só tomei uma decisão depois de conhecer muito bem o pretendente, família que convivia com ele em 1 ano que ele passou no Brasil e amigos. Importantíssimo!
Estou compartilhando seu texto!
Mais uma vez, parabéns!
Obrigada pelo comentário, Carol! A minha história também começou online e teve final feliz, mas tanto eu quanto o meu marido tomamos as devidas precauções antes de nos conhecermos pessoalmente. No fim, deu tudo certo, mas todo cuidado é pouco.
Por qual razao o dinamarques da reportagem que tentava recrutar mulheres para a prostituicao forcada nao foi preso?
Aqui na Alemanha as leis tambem sao brandas e ofensas menores acabam nao sendo devidamente punidas.
Obrigada
Angelica
Não foi preso porque as vítimas não o denunciaram. Sem denúncia formal da vítima a polícia não pode abrir inquérito. Hoje, inclusive, fiquei sabendo que esse rapaz se casou com uma brasileira (que inclusive me procurou para perguntar a respeito dele, depois de ter lido esse artigo). Fui verificar e o perfil dele no Brazil Cupid também foi apagado. Não conversei com a moça para saber detalhes da história.
Parabéns pela clareza do texto e pela abordagem de um tema tão contundente!
Oi, Regina. A intenção é que ele seja de utilidade pública. Obrigada pela visita e pelo comentário! 😀
Excelente mesmo este alerta! Se comprometeria ou não a relatora que vivenciou os fatos, acho que ela deveria não só denunciar, mas revelar o nome do tal dinamarquês amável, cafetão e agressor, pois quantas mulheres não podem estar neste exato momento sendo enganadas por ele?!
O nome da pessoa já foi revelado em comentários, se não nesse texto, no texto sobre dinamarqueses e o amor.
O então homem que aliciava mulheres e citado no depoimento tinha, na verdade, um grande drama de identidade e desde o ano passado assumiu a identidade de gênero feminina. Agora ela se apresenta não mais como Nikolaj Andersen e sim, como Nikoline.
Oi, Cristiane! Conheci um senhor também pela internet e ele quer comprar os bilhetes para que nós conheçamos pessoalmente em fevereiro, período do carnaval. Fiquei muito animada por seu interesse em me conhecer, inclusive pagando tudo! Após o texto estou receosa pois não falo nem inglês, nem dinamarquês… Não sei como me sentir mais segura e aproveitar essa oportunidade. Beijos!!!
Sol, eu não sei quantos anos você tem, nem a idade dessa pessoa com quem está se correspondendo, e apesar de entender o seu desejo de “aproveitar a oportunidade”, como disse, sugiro ter muita cautela. Tenha à mão o telefone da embaixada do Brasil em Copenhague e se possível mantenha contato com alguém do Brasil que more na Dinamarca para lhe ajudar caso seja necessário – há vários grupos de brasileiros na Dinamarca no Facebook, eu sugiro entrar num deles. No mais, a polícia local (tel. 112 para emergências e 114 para problemas menos urgentes, ligando da Dinamarca) pode ajudar com tradutores, se for o caso de precisar acioná-los, porém a polícia só irá intervir em caso de violência física contra você e não poderá te proteger ou abrigar caso seja mandada embora da casa onde está hospedada, por exemplo, ainda que você tenha uma carta-convite da pessoa se responsabilizando pela sua estadia. Venha com algum dinheiro ou tenha um plano de emergência para caso as coisas venham a ser diferentes do que você imagina – de forma alguma eu recomendo a vir dependendo financeiramente exclusivamente de quem vai lhe convidar. Em geral, o que tenho percebido é que homens de meia idade tendem a ter mais problemas psicológicos e reações agressivas, principalmente se a mulher depende deles no país financeiramente e está sem poder se comunicar, mas a gente nunca sabe como vai ser.
Se a sua vontade é vir, venha consciente dos riscos que está assumindo, tome as providências de segurança necessárias e ligue o alerta em caso de qualquer anormalidade, por exemplo se a pessoa proibi-la de contatar a família ou outros brasileiros, se ela se oferecer a ‘guardar’ seus documentos em segurança, ou se impedir você de ter acesso à Internet ou telefone. Sempre deixe alguém no Brasil de sobreaviso: obtenha nome, endereço completo e telefone da pessoa que você vai visitar e passe para uma pessoa de confiança no Brasil. Combine de entrar em contato tão logo esteja acomodada na Dinamarca e mantenha essa pessoa informada dos acontecimentos, inclusive viagens que venham a acontecer, ainda que dentro da Dinamarca, mesmo. Da mesma forma que essa experiência pode ser maravilhosa, há um risco de que seja surpreendente num outro sentido, então é bom estar preparada para todas as possibilidades e ver no que vai dar.
Caso necessite num caso de extrema urgência, se estiver correndo algum perigo ou sofrer ameaças você pode se comunicar comigo por aqui e entrarei em contato com você. Por questões de privacidade, prefiro que o contato seja feito por aqui – garanto a você sigilo, já que a comunicação é moderada.
Boa sorte na sua aventura e obrigada por ler e comentar!
Excelente post, parabéns!!
Tive uma experiência e gostaria de compartilhar, conheci um dinamarquês e como não sou boba preferi que ele viesse para o Brasil para nos conhecermos, ficaríamos 10 dias juntos, eu falo pouco do inglês e resolvi arriscar, bom! para minha sorte, no quarto dia ele já começou a dar sinais de ser violento, mesmo ele não falando uma palavra em português, em uma discussão, ele não hesitou em brigar comigo e levantar a mão para mim, mas não passou de ameaças e enfim findamos ali mesmo. Enfim, fica um alerta para as mulheres que ainda acham que devem confiar e fazer a viagem para o país do homem para conhecê-lo, prefira que ele venha para o Brasil e ainda assim na sua oportunidade para visitar o país dele, prefira levar alguém com você como “companhia” e também já compre a passagem de volta.
É melhor prevenir do que remediar!
Boa sorte a todas!