Facebook Twitter Instagram
    BrasileirasPeloMundo.com
    • Home
    • Sobre o BPM
      • Time do BPM
      • Autoras
      • Contato
      • Na Mídia
      • Blogs
    • Colabore
    • Custo de Vida
      • Quanto custa
      • Cheguei e agora?
      • Custo de Vida Pelo Mundo
    • Países
      • Alemanha
      • Austrália
      • Áustria
      • Canadá
      • EUA
      • Espanha
      • França
      • Inglaterra
      • Itália
      • Japão
      • Polônia
      • Portugal
      • Suécia
    • Mais
      • Dicas para viajar sozinha
      • Relacionamentos online
      • Turismo Pelo Mundo
      • Vistos
    • Intercâmbio
      • Intercâmbio pelo Mundo
    Facebook Instagram
    BrasileirasPeloMundo.com
    Home»Alemanha»Intersexualidade e terceiro gênero na Alemanha
    Alemanha

    Intersexualidade e terceiro gênero na Alemanha

    Nathalia VitolaBy Nathalia VitolaJanuary 8, 2019No Comments5 Mins Read
    Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr Email
    Fonte: pixabay
    Share
    Facebook Twitter LinkedIn Pinterest Email

    Intersexualidade e terceiro gênero na Alemanha

    Feminino. Masculino. Diverso. Além da virada do ano, a sociedade alemã teve dessa vez mais um motivo para celebrar: a partir do dia 1 de janeiro de 2019, é possível registrar-se com um “terceiro gênero” na certidão de nascimento e documento de identidade na Alemanha. Essa legislação pioneira na Europa tem como intenção a inclusão, proteção e respeito para com as pessoas que não possuem características biológicas e sexuais que se encaixam totalmente no conceito tradicionalmente conhecido como “feminino” ou “masculino” – ou seja, os intersexuais. Agora, além dessas duas alternativas costumeiras, é possível preencher formulários com a opção “diverso”.

    O Tribunal Constitucional Federal Alemão, mais alta instância jurídica do país, decidiu aprovar essa mudança no fim de 2017. No entanto, desde o ano de 2013 já era possível optar por deixar em branco o espaço referente ao gênero em documentos locais – medida que ainda não era considerada suficiente pela comunidade defensora dos direitos dos intersexuais. De fato, o termo “intersexual” é um tanto complexo, pois é uma condição que pode ser identificada tanto no momento do nascimento, através da formação do órgão sexual, quanto posteriormente, como durante a puberdade.

    Para uma introdução ao assunto, é bom lembrar alguns conceitos básicos: Gênero é uma construção social que atribui a alguém normas culturais masculinas ou femininas de acordo com seu sexo biológico. Por sua vez, o sexo biológico refere-se ao órgão sexual de uma pessoa. Por último, a orientação sexual indica por qual gênero alguém sente atração. Essas coisas são independentes umas das outras.

    Leia também: Casamento homossexual na Alemanha – o que mudou?

    Como tudo começou

    A campanha pela mudança da lei começou em 2016, quando um grupo em nome dos intersexuais na Alemanha apresentou pela primeira vez uma reclamação constitucional para a introdução de uma categoria de gênero legal além de “masculino” e “feminino”. Há cerca de 80 a 120 mil pessoas com essa condição no país. A organizadora do grupo, chamada Vanja, conhece o problema em primeira mão, pois foi registrada como mulher no seu nascimento em 1989. Entretanto, de acordo com uma análise cromossômica apresentada, ela possui um único cromossomo X. Consequentemente, não é biologicamente de sexo masculino nem feminino e por esse motivo queria modificar seus documentos.

    A partir desse momento, foi discutido com cada vez mais frequência uma questão que já era abordada nas últimas décadas: como registrar os bebês que não conseguem ser claramente identificados pelos médicos como meninos ou meninas no momento do nascimento? São cerca de 150 casos por ano na Alemanha. Enquanto a situação era tratada como um “distúrbio de formação”, as consequências eram as quase 2 mil operações anuais em todo o país, além dos tantos problemas físicos e psicológicos acarretados na vida dessas pessoas. Afinal, não eram aceitas a partir do momento que chegaram ao mundo.

    Leia também: tudo que você precisa saber para morar na Alemanha

    Fonte: pixabay

    Apesar do fracasso inicial da campanha, o grupo não se deixou abater. A reclamação constitucional era justificada com a violação do direito geral à privacidade e à discriminação de gênero – uma vez que deixar simplesmente em branco a lacuna de sexo nos documentos era como não perceber ou não enxergar a situação dessa minoria. Por fim, o Tribunal considerou que o direito geral de proteção à personalidade, previsto na Constituição alemã, também inclui de fato a proteção à identidade de gênero. Por isso, faltando apenas um voto para a unanimidade, os juízes decidiram em 2017 estabelecer uma nova legislação para permitir “designações positivas de gênero” como a opção “diverso”. Uma linguagem que inclua o terceiro gênero também já está sendo discutida.

    Leia também: 100 anos do sufrágio feminino na Alemanha

    Polêmica

    Os grupos favoráveis e que lutaram pela inclusão legal do terceiro gênero contam com o Instituto Alemão de Direitos Humanos, a Sociedade Alemã de Pesquisa Sexual e a Sociedade Alemã de Psicologia. Porém, mesmo a nova legislação ainda é considerada insuficiente para alguns. O termo “diverso” é também interpretado de maneira não-representativa, como uma solução simplista que inclui de maneira desprimorada qualquer um que não se encaixe nos padrões tradicionais de gênero. Além disso, não apenas questões biológicas como os cromossomos deveriam ser tomadas em conta, mas também o fator psicológico.

    Por outro lado, é claro que existem também opiniões diferentes e polêmicas em relação ao assunto. Por exemplo, alguns políticos conservadores e o Comitê Central dos Católicos Alemães consideram a medida exagerada. Entretanto, não há um movimento grande que se posicione e lute contra esse desenvolvimento. A Alemanha é um país com estilo de vida e políticas progressistas, onde mulheres contam com o direito de abortar legalmente desde os anos 70 e a Igreja Evangélica não apenas apoia, como também participa ativamente da Parada do Orgulho Gay. Com certeza muitas melhorias ainda deveriam vir, mas de maneira geral é confortante saber que o respeito a todos, inclusive às minorias, não é deixado para o segundo plano.

    Os intersexuais representam pouco menos de 1% da população alemã. A nível mundial, de acordo com as Nações Unidas, esse número pode chegar a 1,7%. Outros países que já contam com a possibilidade de registro com um terceiro gênero são Austrália, Índia, Nepal e Nova Zelândia.

    Textos relacionados

    • Primeira mesquita liberal da Alemanha
    • O que aprendi com os alemães – parte 2
    • O que aprendi com os alemães – parte 1
    • O que fazer durante o Natal na Alemanha
    • 100 anos do sufrágio feminino na Alemanha
    • 10 semelhanças entre Alemanha e Portugal
    Clique aqui para ler mais artigos da mesma autora
    alemanha comunidade LGBTQ Gênero inclusão intersexualidade legislação lei LGBT preconceito terceiro gênero
    Share. Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr Email
    Nathalia Vitola
    • Website
    • Twitter
    • LinkedIn

    Nathalia é gaúcha e formada em Comunicação Social. A partir dos 17 anos começou a explorar outros cantos do mundo e a aprender novas línguas - e não conseguiu mais parar. Tem um Bacharelado que começou no Brasil e terminou em Portugal, quando veio para a Europa em 2012. Viveu em Lisboa, Roma e mora em Berlim desde 2014, onde faz Mestrado.

    Related Posts

    Refugiados LGBTQIA+ acolhidos na Espanha

    September 13, 2021

    O futuro dos jardins de pedra na Alemanha

    August 30, 2021

    Dia do orgulho no Panamá

    August 9, 2021

    Leave A Reply Cancel Reply

    This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

    • Facebook
    • Instagram
    Polônia

    Dia de Finados na Polônia

    By Ann MoellerOctober 28, 20240

    Dia de Finados na Polônia O Dia de Finados é comemorado oficialmente pela Igreja Católica…

    Novas gírias e expressōes faladas nos Estados Unidos

    March 1, 2023

    Terremoto na Turquia

    February 10, 2023

    Natal em tempos de guerra

    December 21, 2022
    Categorias populares

    Green Card e Residência permanente após o casamento

    April 26, 2015

    Como morar legalmente na Espanha

    August 7, 2015

    Como estudar no Ensino Superior em Portugal

    August 14, 2014

    Como é morar em Santiago no Chile

    June 28, 2014

    Validação do diploma brasileiro nos EUA

    May 20, 2016

    Cinco razões para não morar na Dinamarca

    April 19, 2015

    Passo-a-passo para fazer mestrado ou doutorado com tudo pago nos EUA

    March 2, 2016

    É brasileiro e reside no exterior? A Receita Federal ainda lembra de você!

    February 9, 2017
    BrasileirasPeloMundo.com
    Facebook Instagram
    • Sobre o BPM
    • Autoras
    • Na Mídia
    • Anuncie
    • Contato
    • Aviso Legal
    • Política de privacidade
    • Links
    © 2012-2025 BrasileirasPeloMundo.com

    Type above and press Enter to search. Press Esc to cancel.