Passados 10 meses vivendo no México, finalmente recebemos nossas primeiras visitas! E, no meio da eufórica preparação para receber amigos queridos, surgem as dúvidas: aonde levá-los? Que pratos típicos apresentar? Carro, metrô ou Uber? Afinal, morar em outro país é também criar uma rotina que muitas vezes te consome no esquema casa-trabalho-casa, como em qualquer outro lugar, e muito do que eu gostaria de lhes apresentar, nem eu mesma conheci ainda. Mas tentei combinar, dentro do que eles me indicaram, passeios tradicionais do circuito turístico, com lugares que conheci neste tempo vivendo aqui, e neste texto, citarei alguns passeios na Cidade do México e arredores.
Começo pelo bairro Coyoacán, lugar super tradicional, pitoresco e boêmio que fica a 1 km de minha casa. Coyoacán é uma das 16 Delegações que formam o Distrito Federal, e abrigou residências de muitos intelectuais, como Frida Kahlo, que inclusive tem seu famoso Museu neste bairro (Calle Londres, 247). Aliás, o Museu está sempre lotado, e uma dica importante para evitar fila é comprar as entradas pela internet no site oficial. As entradas são enviadas para o seu email, e se você apresentá-las através da tela de seu celular, não é necessário imprimir. O Museu da Frida é um dos passeios mais caros dos que fiz até agora – $120 MXN para estrangeiros – e está aberto de terça-feira a domingo.
Ainda em Coyoacán, recomendo um restaurante para café da manhã mexicano do qual já sou fã: o El Convento. Fica na Calle Fernández Leal, 96, e nos domingos, entre 9:00 h e 13:00 h há um café da manhã/brunch por $220 MXN com música ao vivo, onde você poderá provar vários pratos típicos, como Chilaquiles e Quesadillas. Entre as ruas super tradicionais e arborizadas, temos também o Mercado de Coyoacán, semelhante a um Mercado Municipal, onde você encontrará alimentos, artesanatos, flores, e itens super típicos como as Piñatas, aqueles personagens para festas infantis que enchemos de doces e a criança, com os olhos vendados, precisa acertá-lo para que se abra e os doces caiam. Mas se a intenção for comprar artesanatos e lembrancinhas de viagem, o lugar ideal nesta zona é o Mercado de Artesanias Coyoacán, também no centro histórico. Lá você encontrará ímãs, caveiras, brinquedos de madeira, chapéu mexicano e tudo mais. E por fim, não deixe de comer os tradicionais doces pelas ruas deste bairro, ou tomar um café no famoso El Jarocho.
Saindo um pouco da parte histórica da Cidade do México, precisamos falar dos novos mercados gourmet, que não replicaram esta palavra para os preços e são bem acessíveis. Visitamos dois deles: Mercado del Carmen, que fica na região de San Ángel, e Mercado Roma, que fica na Colônia Roma. Ambos têm um ambiente cool e seguem o conceito de coletivo gastronômico, reunindo várias opções de comida no mesmo lugar. O desafio no final de semana é sentar, já que não há muitos lugares disponíveis para tal, mas eu juro que todo o sacrifício vale a pena, principalmente pelas delícias da Churrería El Moro, que está no Mercado Roma. O pedido de 4 churros (enormes!) com um pote de doce de leite ou chocolate sai por $21 MXN (estamos falando de cerca de R$ 4,00 na conversão atual – muito barato!). Dica: evite ir de carro. Ambas regiões são “badaladas” e difíceis de estacionar. Metrô ou Uber são as melhores opções.
Um lugar bem turístico, e que não se pode deixar de visitar estando aqui, é a Zona Arqueológica de Teotihuacan, onde ficam as famosas pirâmides do Sol e da Lua. O local está a 55 km da Cidade do México e as estradas estão em boas condições e bem sinalizadas. Se for de carro, na ida e na volta há pedágio de $70 MXN. A entrada para o passeio custa $65 MXN e o estacionamento no local $45 MXN.
Teotihuacan, na língua indígena local, significa “Cidade dos Deuses”. É uma cidade pré-colombina que foi considerada um dos maiores centros urbanos no mundo antigo, chegando a mais de 100 mil habitantes. Foi construída em um vale rico em recursos naturais, e não se sabe ao certo por quem. Há registro da chegada dos Astecas em 1300 d.C., e eles acreditavam que a cidade havia sido iniciada por Deuses, por isso o nome. No percurso de suas ruínas é possível identificar os locais onde as oferendas aos deuses eram feitas, tema também explicado no Museu Nacional de Antropologia, na Capital.
Diz a lenda que a Pirâmide do Sol, terceira maior do mundo, com 63 metros de altura e 250 degraus, é uma fonte de recarga de energia. Chegando no alto, os visitantes costumam abrir os braços em direção ao sol para recebê-la. É claro que também fizemos isso, afinal, energia positiva nunca é demais!
Em 1987, o local foi considerado Patrimônio Mundial da UNESCO.
O passeio todo leva aproximadamente 5 horas. Além das pirâmides, há museus no sítio arqueológico e uma longa caminhada no lado oposto à Pirâmide da Lua que passa por várias ruínas. Super recomendável ir com roupa confortável, óculos, chapéu, protetor solar e água. Para comer na região, o melhor lugar é o Restaurante La Gruta. Típico lugar com preço turístico e comida mexicana “normal”, mas comer literalmente dentro de uma gruta não é algo que fazemos todo dia, então vale a pena o investimento.
Há muitos lugares na Cidade do México e arredores que poderíamos citar, e que certamente renderão outro texto, mas acho que estes já nos dão uma clara ideia de como é possível navegar facilmente por história, cultura e modernidade neste rico país. Certamente aprendi mais sobre o México apresentando-o aos meus amigos. Espero que eles tenham gostado!
2 Comments
Preciso levar uns presentes para moradores do México de idades variadas. O que você me sugere levar do Brasil que iria agradar os mexicanos?
Olá Marli,
A Joseane Dambros parou de colaborar conosco, mas temos outras colunistas no México que talvez possam te ajudar.
Você pode entrar em contato com elas deixando um comentário em um dos textos publicados mais recentemente no site.
Obrigada,
Edição BPM