Dicas para conseguir o Canadá Express Entry
Em breve, uma grande mudança, talvez, a mais radical da minha vida, vai acontecer: vou mudar para o Canadá pelo Express Entry!
Sou nascida e criada em São Paulo, super enraizada e morei sempre em bairros próximos. Foram 3 anos no Centro, 23 anos no Brás e 5 anos na Mooca! Meu marido é carioca e bem rodado, Ottawa, nossa cidade de destino, será a quinta cidade da vida dele. Juntos temos dois filhos, ambos nascidos em São Paulo como eu.
Confesso: nunca pensei em sair do Brasil. Até dava aquela vontadezinha, mas sou tão apegada aos amigos, família e rotina (vejam bem, 23 anos morando no mesmo endereço!) que nunca fui atrás. Depois do meu marido, as coisas mudaram um pouco. Ele cresceu em San Francisco e sempre disse que gostaria de proporcionar aos filhos a qualidade de vida que ele teve na infância. Com a chegada das crianças, meu pensamento de “vou morrer no Brasil” começou a mudar. Apesar de termos uma vida boa, com muita batalha, fatores como a violência descontrolada do país, o ensino caro e de qualidade razoável, a instabilidade política começaram a me incomodar. Muito.
Com a chegada da caçula, começamos efetivamente a pesquisar sobre imigração. Nossa primeira opção era os Estados Unidos ou eu tirar a cidadania italiana. Ambas estavam inviáveis por várias razões e partimos para o plano Canadá. Apesar dos muitos elogios ao país, eu morria de medo do frio. Foram meses de pesquisa, optamos por aprender sobre o processo e não contratar consultoria.
Chegamos à conclusão de que deveríamos tentar o Express Entry, um programa de imigração do governo canadense. Usamos a calculadora do site do governo e vimos que teríamos uma nota razoável para arriscar. O programa consiste em pontos que o candidato alcança após cadastrar seu perfil no site do CIC, com dados como nota do IELTS ou TOEFL, atividade profissional, estudos, estado civil e etc.
O primeiro passo foi meu marido fazer o IELTS, uma prova para atestar a proficiência dele em inglês. A prova é cara e, na primeira tentativa, ele tirou uma nota boa. Como cada ponto vale muito, ele optou por refazer a prova para tentar uma nota melhor e deu certo. A prova foi aplicada na Cultura Inglesa, aqui em São Paulo.
O passo seguinte foi mandar os diplomas da faculdade e pós dele para validação no Canadá, em uma instituição chamada WES. Nos cadastramos no site, pagamos a taxa e enviamos um histórico original e uma cópia do diploma. Esse processo demorou um mês, aproximadamente.
Em março, criamos nosso perfil no site do CIC e cadastramos todas as nossas informações: a nota do IELTS, nossa formação acadêmica, assim como histórico profissional. Entramos no chamado pool e esperamos. Mensalmente (às vezes mais ou menos), o CIC faz um sorteio, chamado draw. Atingimos 428 pontos, uma nota digamos que “boa”, mas nem criamos muitas expectativas, afinal os últimos sorteios tinham sido na casa dos 440 pontos.
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Eis que chegou a Páscoa e com ela nosso presente: o draw 59 teve nota 423 e recebemos o convite para nos candidatar!
Depois de muitos pulos de alegria, listamos o que precisávamos mandar. Foram muitos diplomas, históricos, comprovação financeira, carteira de trabalho, cartas de emprego, isso e muito mais, tudo traduzido para o inglês. Fizemos o exame médico obrigatório e dá-lhe mais gastos. Mas tudo pelo sonho canadense! Enviamos tudo e finalizamos nossa candidatura em julho. A partir daí, senta que poderiam ser 6 meses de espera, imagina a ansiedade?
Enquanto esperávamos, aproveitamos para conhecer pessoalmente Ottawa e nem preciso dizer que voltamos super encantados com a capital do país, né?
Em setembro, a boa nova, pediram nossos passaportes para confecção de nossos vistos! Mais pulos de alegria e comemoração! E tudo isso em segredo, pois não queríamos criar expectativas nas pessoas além do que nós mesmos estávamos sentindo. O que salvou nossa ansiedade foi entrar em um grupo de WhatsApp de brasileiros na mesma situação que a nossa, aguardando o tão sonhando Permanent Residence e, assim, poder trocar muitas ideias.
Nossas dicas para quem tem interesse nesse processo são: estude bastante inglês, nem que tenha que fazer um cursinho preparatório; economize dinheiro tanto para pagar as taxas do processo quanto para traduzir documentos e comprovar sua renda; se qualifique o máximo que puder e tenha em ordem seu diploma e históricos escolares; tenha sempre sua carteira de trabalho em mãos e atualizada, assim como uma boa relação em seu trabalho para poder pegar cartas, se necessário.
Agora estamos aqui na reta final, organizando tudo, doando muitas coisas, vendendo outras, vendo passagens, pesquisando onde ficar em Ottawa, formas de levarmos nossos gatinhos conosco e mais um montão de coisas! Empolgados, ansiosos, com um frio na barriga imenso! Muitos desafios e emoções nos esperam, o bilinguismo, a adaptação à nova casa, ao novo clima, a busca por emprego, uma vida começada do zero! As pessoas nos perguntam se somos loucos de largar tudo para mudar para um país sem emprego, só com um visto. Mas estamos animados com a novidade e prontos para esse desafio, de coração aberto!
21 Comments
Guaci…
Bem vinda ao time!!! Sabia que voce estava aprontando kkkk!!! E agora vamos nos encontrar ainda mais por aqui!! Bjs lindona e boa sorte!!
Obrigada, Re! Agora seremos “vizinhas”, faço questão de te receber e também de te visitar! Já estamos com planos de levar as crianças para Flórida nas férias de verão, quem sabe não esticamos pro Texas? Bjs!
Ai que legal! Eu fiz o processo do express entry também, vou pra Toronto ano que vem! Também fiz tudo sozinha e as pessoas me achavam doida por não ter contratado consultoria. Boa sorte pra vocês nessa nova etapa!
Obrigada, te desejo muita sorte nessa nova etapa pra vocês também!
Muito legal saber como foi o processo de vocês! Obrigada por compartilhar!
Mas fiquei com uma dúvida: você não precisou estudar inglês e fazer a prova também? Pq pelo que eu entendo (estou pesquisando para tentar o mesmo que vcs!) os dois devem pontuar, e a nota de inglês entra mesmo para o cônjuge, não é assim?
Obrigada e boa sorte!
Oi, Livia! Não é obrigatório o conjuje prestar a prova de inglês. Caso o conjuje preste a prova e obtenha uma boa nota, conta pontos extras no processo, porém não é obrigatório. Como meu inglês é só “bom”, optamos por tentar sem meus pontos para não gastar com a inscrição do IELTS. Abraços!
Fiz o mesmo faz uns bons anos e deu tudo certo.
A diferença é que viemos para Toronto e as nossas filhas nasceram aqui.
Boa sorte.
Obrigada, Kleber! Toronto é nosso plano B, uma cidade que nos encantou também! Abraços!
Dúvida: como vocês fizeram para levar os filhos? Que tipo de visto tiveram que tirar para eles?
Oi, Gisa! Pelo Express Entry, a família toda (casal e filhos menores) ganha o visto de residência permanente, portanto não é necessário tirar nenhum visto separadamente para os filhos. Abraços!
Ola Guaciara, tudo bem?
Minha familia tambem quer ingressar nesse processo canadense e estou com uma duvida cruel. Sera que voce saberia me responder? eu tambem preciso validar os meus diplomas ou somente o meu marido (main applicant)?
Uma otima vida nova pra voces ?
Um abraco!
Oi, Angela! Isso é uma decisão bem pessoal, pois validar os diplomas é um processo relativamente caro (uns mil reais por pessoa) e só o aplicante principal ganha bastante pontos por isso. O conjuje até ganha pontos, mas são bem poucos. Por isso arriscamos validar apenas o do meu esposo. Caso faltasse pontos, validaria minha graduação e pós também. Abraços e boa sorte pra vocês, qualquer dúvida estou as ordens!
Olá Guaciara, amei o post. Qual a profissão do seu marido?
Oi, Hana! Meu marido trabalha com seguros aqui no Brasil e pretende continuar no Canadá, chegando lá vamos nos informar se será possível.
Oi amei o post.Como está a vida ai? Valeu a pena? Tambem penso muito em tentar.
Oi, Thais! estamos nos preparativos, nos mudamos em fevereiro! Nesse momento inclusive estava arrumando as malas, rs. Estamos bem animados com essa nova possibilidade. Abraços!
Olá. Obrigado pelo post. Tenho uma dúvida: A validação de diploma pelo WES fez com que seu esposo tenha que cursar algumas cadeiras no Canadá?
Olá Marcos,
A Guaciara Rhein Pereira parou de colaborar conosco, mas temos outras colunistas no Canadá que talvez possam te ajudar.
Você pode entrar em contato com elas deixando um comentário em um dos textos publicados mais recentemente no site.
Obrigada,
Edição BPM
Oi, Marcos! Meu marido fez administração com pós em marketing e ambas não exigem mais nada aqui no Canadá. Já meu irmão que faz engenharia civil, quando vier para o Canadá, terá que fazer validações e provas por aqui para equivaler o diploma dele. Isso funciona com carreiras como veterinária, odonto e outras várias! Espero ter ajudado, agora vou escreve no Brasileirinhos pelo Mundo. Abraço!
Olá tudo bem? Então vocês conseguiram entrar pelo EE sem precisar fazer algum college no Canadá?
Olá Ana,
A Guaciara Rhein Pereira parou de colaborar conosco, mas temos outras colunistas no Canadá que talvez possam te ajudar.
Você pode entrar em contato com elas deixando um comentário em um dos textos publicados mais recentemente no site.
Obrigada,
Edição BPM