Do Rio para Omã
Provavelmente você, que está lendo esse texto, está pensando em sair do Brasil neste momento ou já está morando fora. Eu estive e estou nessas situações, e durante a reflexão prévia à decisão de deixar o Brasil fiz muitas buscas na Internet. Assim achei o BPM e pensei: “nossa, um site desses deve com certeza ter alguém falando sobre Omã”.
Encontrei alguns artigos bem interessantes de vários outros países , mas nada sobre Omã. Portanto, sou a primeira a relatar a vida nessa local encantador. Fico feliz que a próxima brasileira que se aventurar por essas terras poderá contar com um pouco da minha experiência.
Desde quando comecei a trabalhar na minha atual empresa, sempre busquei uma oportunidade internacional. Quando a gente pensa em ser expatriada no trabalho, costumamos imaginar algum país na Europa, EUA, talvez Singapura ou Austrália. Mas aí eles chegaram com uma proposta para Omã. Naquele momento eu nem sabia direito onde ficava; me diverti muito com isso depois, desafiando meus amigos a me explicar onde está localizado o país.
Minha primeira missão foi desbravar a Internet em busca de informação e mais detalhes e pouca coisa encontrei. Foi conversando com outros brasileiros da empresa que estão ou já estiveram aqui que me convenci. O feedback deles era extremamente positivo e isso acendeu minha curiosidade em seguir com o processo para essa oportunidade. Nesse momento, um mundo novo começou a se abrir para mim: lugares, costumes, histórias, religião, etc.
Confesso que não foi fácil decidir vir. Sabia que precisava ampliar meus horizontes e me desafiar. A vida que eu tinha no Brasil era ótima, tudo funcionava bem, mas no fundo eu sabia que não era suficiente. Por outro lado, como ia fazer para trocar o Rio de Janeiro por um país muçulmano?
Durante os meses do processo e visto, fui fazendo minha reflexão e cheguei a fazer uma lista de prós e contras. A coluna de “contras” ficou bem grande, porém algumas coisas na coluna de “prós” eram mais importantes. Cheguei à conclusão de que é bem mais fácil listar os pontos “contras”, pois é isso que conhecemos; é fácil mensurar o que estamos perdendo…. Os “prós” tendem a ser novidades e, sentados no sofá de casa, normalmente temos muita dificuldade em identificá-los. Dica: conte com a ajuda e experiência dos que já passaram por isso para ampliar sua lista de “prós”.
Eu queria crescer pessoalmente e profissionalmente. Eu queria me colocar à prova, saber se realmente eu era capaz disso. Eu queria descobrir novas coisas. Eu queria viajar mais, ampliar meus horizontes, conhecer novos lugares e novas pessoas. Eu queria ampliar meu domínio em outros idiomas.
Três coisas foram essenciais para mim nesse processo decisório: conversar com as pessoas que já viveram isso, estar com o coração aberto/ livre de preconceitos e me conhecer. Trocar experiências é essencial para qualquer país, cada um traz suas opiniões e impressões, e cabe a nós filtrarmos essas informações de acordo com nossos objetivos. Um movimento de mudança geralmente já traz muito aprendizado; tenho percebido que a maneira como olhamos o diferente é essencial para a nossa felicidade. Olhar com os nossos “olhos brasileiros” pode limitar as experiências e vivências que podemos ter por um novo país, então abra seu coração!
Além de tudo isso, acho que o item mais importante no meu processo de decisão foi o exercício do autoconhecimento. Não é todo mundo que quer ou que consegue deixar sua cidade, casa, móveis, amigos, família, planos, sonhos…. É essencial a gente conhecer nossos limites e respeitá-los. Vale também vir bem preparado para os primeiros dias e meses de adaptação, que tendem a demandar muita energia e jogo de cintura da gente. Busque apoio, peça ajuda, você sempre vai encontrar um outro expatriado que já passou por isso.
Quando comecei a contar para amigos e familiares, as reações foram diversas: eles mostraram principalmente muito medo pelo fato de ser um país muçulmano – contarei mais sobre isso nos próximos posts, ainda estou em fase de descoberta. Independentemente dos comentários, dicas e recomendações deles, eu sabia porque estava vindo.
Tentei tirar o peso dessa decisão de mim e ficou fácil decidir quando percebi que eu posso voltar a qualquer momento, e se essa minha aventura no Oriente Médio durar 1 mês, 6 meses ou 5 anos, vai ter valido a pena!
Me lembro sempre do que um amigo me disse: “As pessoas são felizes em Omã. Provavelmente, diferente da maneira que você é feliz aqui. Você só vai ter que ir até lá e descobrir o que faz com que eles sejam felizes”.
Estou aqui e pronta para descobrir!
4 Comments
Acabei de visitar o Oriente Medio a trabalho e a experiencia foi otima (estive nos Emirados e Bahrain). Incluirei Oma na proxima visita. Adoraria travar contato com a Paula, via email ou Facebbook. Obrigada!
Olá Paula,meu nome é Marcia, trabalho na Global Line. A Global Line é uma consultoria com mais de 20 anos de experiência, focada nas questões interculturais relacionadas a transferências internacionais ou nacionais.
Em nossos treinamentos convidamos alguém que tenha vivência no país de destino para falar um pouco sobre o dia a dia naquele país, é um bate papo por telefone ou Skype com duração de 1 hora.
Temos um treinamento de uma pessoa que será expatriada para Omã e precisamos de um testemunho.
Você não teria interesse em nos ajudar nesse trabalho dando um testemunho?
Marcia, a Paula deixou a colaboração e nós não temos mais contato com ela.
Obrigada por seu interesse.
Edição BPM
Muito obrigada Cristiane!