Vou falar um pouco sobre choque cultural, depressão e o processo migratório. Minha experiência de migração começou cedo, aos 4 anos de idade quando meus pais voltaram para Alemanha. Desenvolvi a paixão pelos estudos interculturais provavelmente baseada na minha experiência de sempre estar em parte “deslocada” ao viver em vários países. Nenhuma mudança foi fácil, e até hoje estou aprendendo estratégias para lidar com novos sentimentos de pertença. Assim como certamente você também.
Migrar é um ato de coragem. Todos nós sabemos que envolve ganhos e perdas, e questionamentos que nem sempre tem respostas claras. Infelizmente, muitas vezes esquecemos dessa coragem que nos fez cruzar fronteiras e explorar o desconhecido.
Quando isso acontece, pensamentos negativos tendem a tomar conta e “obscurecer” nossas pequenas e grandes vitórias. Largar o conhecido pelo desconhecido é algo que gera ansiedade e, em alguns casos, se somados a outros elementos psíquicos e sociais, propiciam episódios depressivos e ate mesmo depressão. É importante entender o processo de adaptação, e nos reconhecer neste processo.
Antes de mais nada, gostaria que se lembrasse do momento que tiveste a coragem de tomar a decisão (pelos mais variados motivos), e partir. Essa coragem, mesmo quando questionamos nossa decisão ou enfrentamos momentos difíceis, não dissipou. Mesmo quando sentimentos de estagnação, fracasso, ansiedade, há espaço para autoconfiança emergir.
Mas antes de discutir especificamente sobre depressão, gostaria de brevemente falar sobre o processo de adaptação de uma perspectiva psicológica.
Berry (2004) esclarece que problemas de saúde mental geralmente emergem durante a aculturação psicológica. Aculturação nesta perspectiva é um processo que envolve mudança de contexto cultural, social e econômico. É quando reavaliamos papéis sociais que muitas vezes temos como “sedimentados”, e questiona-se valores, relações familiares, e a própria identidade (incluindo uma nova identidade “dada”, a de estrangeiro/imigrantes).
Identidade aqui é um aspecto importante, porque representamos muito papéis que são contestados no novo contexto. Uma sensação de perda de identidade em discursos como “aqui não sou nada, no Brasil era advogada/médica; aqui não tenho ninguém; não posso ser eu mesma; etc.” Portanto, um conceito chave aqui é entender que identidade se constrói, constantemente.
Imigrantes reconfiguram noções de pertencimento ao redefinir categorias sociais de classe, identidades nacionais, gênero e religião. Tudo isso acontece durante o processo de choque cultural.
Procurando por psicólogas brasileiras pelo mundo?
Quando falamos de choque cultural geralmente imaginamos algo pejorativo. De fato, o termo “choque” não é algo exatamente agradável… Porém veremos que associamos isso a algo negativo porque focamos em apenas em um dos estágios do processo de choque cultural. Deveríamos ver este processo como transformação, e não uma experiência negativa. É uma reação natural a um novo padrão sociocultural econômico, um novo cenário.
- O primeiro estagio é chamado “honeymoon” (lua-de-mel) e como o termo deixa a entender, é a fase do deslumbramento, geralmente parecida com a que os turistas têm. Geralmente o novo é interessante, estimulante e se quer explorar o desconhecido mas de uma perspectiva, ainda, de distância. Uma analogia que costumo usar é aquela sensação de ver neve pela primeira vez… O primeiro inverno nos primeiros dias é interessante, a neve fofa e branca. Linda… Porém, quem passou um inverno inteiro em um país que neva muito, bem sabe que isso não é duradouro.
- Vem a segunda fase, chamada “emptiness” (vazio). É quando a neve começa a derreter e a coisa fofa e branca se torna uma massa cinzenta, molhada. Nesta fase se experiencia a pressão da adaptação, o sentimento de não-pertença. As dificuldades e desafios tornam-se mais aparentes. Este geralmente é o estágio onde a depressão acha terreno para se desenvolver. É onde muitos migrantes percebem que esta será sua nova vida. Acentuam-se as “disconfirmed expectancies” (expectativas não-confirmadas), parte de um processo de dissonância cognitiva. D.E. são “profecias” que falharam e causam desconforto uma vez que o resultado da experiência nao condiz com a expectativa .
É como se procurássemos sinais, , atitudes que confirmem nosso pensamento ou “self-fulfilling prophecy”. Se você engaja em padrões negativos de comunicação sobre a nova cultura/povo/realidade você está praticamente procurando uma justificativa que confirme sua percepção negativa. Eventualmente isso terá um impacto não-produtivo na sua abilidade de integração e aumenta o risco de episódios depressivos (note que depressão clínica é diferente de tristeza ou episódios depressivos). Leia mais aqui.
Estudos em imigração e saúde mental indicam que o período de maior fragilidade psicológica para os imigrantes corresponde aos primeiros dois anos após a migração, mas estes problemas podem se prolongar por vários anos. O processo migratório de fato envolve muitas perdas, e todos eles relacionados ao desenvolvimento da depressão: perda da família, amigos, e grupos de apoio (como igreja, etc.).
Esta série de perdas é experienciada como um luto e pode indicar uma maior vulnerabilidade aos transtornos mentais.
“Fazer o luto” do lugar que deixamos e que nunca mais será o mesmo uma vez que partimos é um processo doloroso. A dor precisa existir e não ser ignorada. Se o luto é ignorado, a tendência é que certos traumas retornem a superfície em momentos críticos.
- A terceira fase é a “conforming” (conformação), onde há um maior entendimento da nova cultura e se percebe os ganhos e perdas da experiência migratória. Aprende-se novos “scripts” culturais, laços de suporte são fortificados.
- O último estágio é chamado aculturação, onde muitos aspectos da cultura nova se tornam “naturais”, embora isso dificilmente mude o status de “estrangeiros” e não “totalmente pertencente”. A tendência é que haja uma melhora da auto-estima nessa fase, e fatos que antes causavam insegurança como sotaque não são mais tão significativos. Esta fase não significa um abandono de referências anteriores, mas o equilibrio.
Estar “no-entre” é cheio de contradições e parte disso é o sofrimento. Sentir-se triste, abatido não é anormal, e faz parte da vida. Mas quando o vazio toma conta e afeta sua funcionalidade diária e motivação, pode ser um sinal de alerta de
depressão.
Perda de interesse em amigos, vida social, família, trabalho, fatiga, perda de apetite, ideias auto-acusatórias, dificuldade de concentração, solidão, melancolia, sono alterado, mudanças no temperamento, sentimentos de vulnerabilidade, irritabilidade, ressentimento, idealização da cultura de origem, sentimento de inadequação, falta de auto-confiança, uso excessivo de estereótipos, e sensação de estar perdido.
Preste atenção se estes sintomas forem muito intensos ou frequentes. Eles são muitas vezes parte do processo de choque cultural, mas podem tambem indicar depressão. Não subestime os “sinais emocionais” e busque ajuda de um profissional.
Algumas sugestões para amenizar (não eliminar) o estágio do “vazio” são: preparação antes de sair do país é importantíssima, como por exemplo entender os estágios de choque cultural, conhecimento da nova cultura. No novo país, algumas estratégias são cruciais: ter objetivos claros e realistas, o que inclui permitir-se o tempo de aprendizagem (língua, conhecimento da cultura, etc.), ter um “informante cultural”, pessoas que expliquem e guiem sobre a nova cultura, “zonas culturais seguras” onde se sente a vontade (igrejas, grupos com interesses semelhantes, etc.), entendimento do estágio do “vazio”, e evitar o discurso negativo.
A manutenção dos laços com o país de origem e a construção de novos na sociedade receptora são cruciais para evitar depressão e ansiedade. Costumo dizer em treinamentos que precisamos adaptar nossa lente cultural, alterar nossa visão das coisas, forçar nossos olhos a ver com outra perspectiva.
O retorno, porém, é muitas vezes mais difícil do que a partida. A isso chamamos de “choque cultural reverso”. Mas isto é conversa para outro dia…
36 Comments
Excelente materia. Muito bem struturada. Todas as mudanças de modo geral passei por cada um dos estagios. Em alguns lugares eh mais forte de q outros e tambem pude perceber q as circunstancias q fazem com q o individuo mude sao muito importantes em como definir o desenrolar do ciclo experimentado. Parabens!
Ana, muito obrigada por sua mensagem, fico feliz em poder refletir em palavras e mesmo em pesquisa o que tantas de nos passamos. De fato alguns estagios sao mais evidentes que outros, e isso tambem eh muito singular. Um forte abraco, Cristina
Obrigada Cristina, excelente teu texto e muito esclarecedor.
Oi Morgana, muito obrigada pelo feedback, eh isso que faz um pesquisador continuar a pesquisar 🙂 Um abracao
Ótimo texto!Realmente o inicio do processo de mudança e adaptação gera muita angústia.É sempre bom saber que não estamos “sozinhas” nesse aprendizado!
Obrigada Marina, aprecio muito o seu comentario, e de fato, eh importante saber que nao estamos sozinhas e tentar identificar estagios e entender que as vezes a angustia eh apenas parte do processo de crescimento… Um abraco
Perfeito!
Reconheci todas as fases e vi que até que me saí bem.
Parabéns pelo excelente texto!
Beijos!
OI Carol, muito obrigada, faz muito bem ouvir que reconheceste as fases e que te saiste bem 🙂 Agradeco de curacao o feedback
Que delícia de texto. Saber que nao somos os únicos a passar por esse tipo de processo também ajuda, já que tem muita gente que esconde o quao difícil é essa adaptacao por medo das críticas. Parabéns!!!
Oi Joy, que bom que gostaste do texto, muito obrigada pelo seu comentario! De fato tendemos a seconder, especialmente para as pessoas que estao “do outro lado” as fases dificeis. Sofrimento eh parte do processo e nao pode ser ignorado, tens toda razao! Um forte abraco e muito obrigada!
Interessante o seu texto Cristina, acho q já passei por todos os estagios q vc comentou, vivendo aqui na Alemanha ha quase 25 anos…mas tem uma coisa q eu acho q seria interessante comparar, se acontecesse o mesmo com os estrangeiros q vao viver no Brasil? Eu tenho a sensaçao q até a lingua eles aprendem mais rápido apesar de nao ser mais fácil! Algo me diz q o jeito do nosso povo receber um estrangeiro no Brasil contribue muito pra sua integraçao e consequentemente o perigo de cair ou nao em depressao, o q aqui na Alemanha nem sempre ocorre de uma maneira agradavel…Algo q eu acho q ajuda muito tb é vc ter uma ou mais atividades, se tiver um emprego q seja junto com algum tipo de atividade q lhe dê prazer, um grupo de dança, uma academia, ou até um grupo de brasileiros q divulguem a nossa cultura, aprendi q atravez disso vc cria um tipo de raiz no país onde móra sem deixar de ser brasieliro e q assim começa a se sentir parte desse país tb. Outra coisa q constatei foi q fazer terapia com alguem q nao conhece a sua cultura, o seu país, as suas ideias, medos, nao ajuda muito nao…abraços!
Gostei de seu comentário Sueli. Morei por 2 anos na Alemanha, quando era jovem, fui sem poder me preparar e foi bem difícil. Agora após 30 anos estou pensando em migrar novamente e desta vez sozinha, mas estou tentando me preparar em todos os sentidos. Bom saber sua opinião, suas dicas. Obrigada.
Cristina, embora eu seja uma imigrante, muito provavelmente, devido aos 40 anos “on and off” entre Brasil e Inglaterra, as minhas passagens adaptativas se processaram normalmente, sem stress. Mas, conheci e convivi com imigrantes que passaram e alguns ainda passam, por todos os estagios elencados e dissecados, no seu texto, o qual deveria fazer parte da algo como a Biblia do Imigrante. Excelente! Aguardo O choque cultural reverso.
Oi Cristina, adorei seu texto.
Hoje rio de certos momentos de xilique que tive com meu marido e das tantas tempestades que causei com poucos copos de água. Porém, também entendo que naquele momento aquele simples copo mais parecia um rio transbordando em períodos de chuva. Vivi cada estágio mencionado acima; uns menos, outros mais intensos e nem sempre fica claro que isso é uma fase e que todos passamos por algo parecido.
Como você disse: precisamos manter os laços com o nosso país e posso afirmar que fazer aula de capoeira, mesmo sendo criticada por conterrâneas porque, segundo algumas delas, a capoeira não combina comigo. Porém, posso afirmar que fico feliz por não ter dado ouvidos às críticas. Até porque eu combino com o que eu quiser…rs… a capoeira me ajudou a manter as raízes e as sessões de terapia me ajudaram a lidar melhor com os momentos de tempestade e sei que se tivesse lido sobre o assunto antes de mudar, provavelmente tudo teria sido mais fácil para mim e também para as pessoas ao meu redor.
Beijos
É o tipo de texto que enriquece o Blog.
Obrigada por partilhar seus conhecimentos de forma tão perfeita.
O texto deveria ser obrigatório qndo fossem tirar visto p qlqr país rsrsrssrsr. Eu tmb passei por td isso e n foi fácil, mas dps d alguns anos vc se adapta tao bem q n quer mais ir embora. Estou em Portugal a 8 anos e já estou na fase da integração. Espero q não venha a fase do retorno, e sim a de aceitação por algum outro país rsrsrsr. Parabéns a autora e ao blog
Eu tb estive em Portugal por 11 anos e custou-me mais saur de lá e vir para o Canadá do.que propriamente ter saído do Brasil!
Olá Denise. Seu comentário me chamou atenção, pq estou pensando em imigrar para Portugal ou Alemanha, onde já morei por poucos anos; na época era bem jovem, foi difícil… Se vc tiver disponibilidade, seria precioso para mim saber um pouco sobre sua experiência em Portugal, tenho infos de que tb não é fácil, que há preconceitos, etc também, por lá. Grata.
Pode haver pessoas preconceituosas como existem também no Brasil e nos outros Países, mas os Portugueses aceitam bem os Brasileiros, embora hajam excepções
Cristina, parabéns pelo seu belo texto, bastante esclarecedor.
Com certeza você conhece muito bem sobre o assunto e já passou por cada uma dos estágios mencionados.
Desejo muito sucesso para você. Continue compartilhando com as pessoas as suas experiências de uma brasileira pelo mundo.
Uma grande beijo e abraço.
Gostaria que você dissesse como se sentia quando criança, jà que disse que começou aos 4 anos de idade. porque eu e meu marido optamos por sair do Brasil, a oportunidade na Europa era melhor, mas os meus filhos parecem ter sofrido um pouco pra se adaptar e mesmo agora que estao adaptados, sinto que ficou algo “pendente” na vida deles..
Texto exelente! Deveria ser leitura obrigatória antes de deixar o pais de origem! Parabéns Cristina!
Excelente texto!!! Muito obrigada!
Sou portuguesa e estive por 2 vezes na Suécia e na Noruega e estou pela 3ª vez na Noruega.
Na primeira vez fui pela Universidade, e apesar do medo inicial e angustia de deixar os amigos e família (primeira experiência no Estrangeiro por longo tempo), adaptei-me facilmente (já tinha estado diversas vezes nos países nórdicos) tanto ao clima frio como ao estilo de vida e nem passei pela fase de depressão, adorei a experiência de trabalho e senti até tristeza em largar o local pois não deu para continuar (só podia fazer o estágio, para emprego mesmo necessitava saber a língua). Na segunda vez fui para a Noruega, conseguindo assim fugir ao desemprego e ao terrível verão quente português (gosto mais de frio e inverno e detesto verão quente), trabalhar num emprego de Verão num pequeno hotel de montanha. O meu espírito esteve sempre em alta, sempre feliz sem sentir depressão e foi a melhor opção que fiz-já conhecia o país, adorei a montanha e as pessoas. Também senti tristeza ao sair do lugar. Dessa vez, acabei por nem regressar logo a casa: continuei mais uma semana na Noruega a fazer campismo na natureza,
Agora já consciente de me ter corrido bem a experiência, resolvi regressar a Noruega. O problema é que desta vez o trabalho (limpeza) é bem mais pesado e há uma grande pressão do tempo de acabar as tarefas. Desta vez desci para a fase depressão e não consigo sair dela. Nem mesmo rodeada da linda paisagem nevada que tanto adoro. Sinto uma falta dolorosa dos amigos e família, sinto solidão (apesar de viver numa casa partilhada, mas são apenas conhecidos…) e uma pressão psicológica enorme vinda da pressão do tempo imposto no trabalho para terminar cada tarefa e do enorme esforço físico e dor oriunda desse mesmo esforço. Sinto-me afundada na fase depressão, na fase “luto” (ainda que temporário) e não consigo sair disto, ainda tenho mais 3 meses de contrato á frente e não consigo sair deste “buraco” nem sentir-me feliz, e sei que tenho de começar novamente a enviar candidaturas para empregos e tudo isso faz-me mais deprimida ainda, num ciclo que não consigo sair.
Olá. Também sou psicóloga. Estou querendo mudar para a França. Muito bom o texto. Parabéns!
adorei. Nao passei por isso quando emigrei pra Inglaterra por que era meu sonho e a realidade me confirmou o sonho. Tenho alma inglesa. Depois de 30 anos voltei para o Brasil por motivos familiares e estou no processo em reverso. Nao estou deprimida porque nao tenho ess a tendencia,mas nao vejo a hora de sair de novo. Nao me sinto em casa.
excelente texto.
Adorei seu texto! E depois que a gente passa por isso, é que percebe. Minha experiência foi de 17 meses e eu não tinha a intenção de imigrar desde o início, mas surgiu uma oportunidade que me fez repensar, no fim não deu certo e eu voltei. Mas foi tudo em cima da hora. E hoje, depois de 2 meses que retornei e depois de muita reflexão, percebi que não me preparei psicologicamente para voltar. E vivi esse luto no Brasil. Adoraria saber como funciona esse processo de retorno e de quando será essa próxima conversa.
Ótima leitura. Esclarecedora. Aguardando seu texto do choque reverso. Gratidão!
Um tema caro a todos nós que fizemos isto. Eu também li, refleti, debati e escrevi a respeito. Um texto chamado “Brasilite” que foi publicado no NRC,, um jornal holandês de qualidade. Neste meio tempo meus filhos nascidos e criados na Holanda são dois homens. Vida que passa!
. Muito bom o seu texto, anatíco verdadeiro e aberto.
Júlia Abreu de Souza carioca de Amsterdam.
Parabéns , muito bom o texto, esclarecedor . Me vi em cada uma das fases que foram citadas. Vou esperar ansiosamente pelo texto do choque reverso .
Amei o texto…
Estou pensando em me mudar de país e foi muito esclarecedor. ..
Cristina seu texto relata a realidade de mtas pessoas ainda sinto tdo isso vivo na Suiça há 6 anos , não aprendi ainda o idioma ou seja não trabalho, não saio pq não tenho amigos e tb por que sou casada, deixei no Brasil , meus amigos minha familia , tdo esse texto eu me vi dentro dele, parabéns !
Marli, eu morei 14 anos fora do Brasil e vou ousar dar alguns conselhos para você. Em primeiro lugar aprenda o idioma. Matricule-se em um curso ou assista muita televisão. Se você ainda tem dificuldade para ler na lingua, (seja francês, alemão ou italiano dependendo de onde está) comece com livros infantis. Eles são mais fáceis de entender e você irá acostumando-se com a estrutura das frases. A comunicação é a porta de entrada para a adaptação. Se você não tem licença para trabalhar, faça uma atividade voluntária. Procure a Cruz Vermelha, uma ong, a biblioteca municipal, um orfanato ou um centro comunitário. Em todos estes lugares a sua mão de obra, mesmo com limitações pela falta de destreza no idioma será bem vinda. Tente estas pequenas atitudes que você acabará envolvida na cultura local.
Obrigada pela generosidade, Dra Cristina.
Seu texto foi essencial para minha preparação mental e emocional no que diz respeito a um futuro processo imigratório, se os trâmites se concluirem bem. Saber que o que está por vir é um processo natural e que esse processo, se vivenciado sem dramaticidade, pode promover um crescimento intelectual e um amadurecimento emocional – assim presumo eu – traz segurança.
Excelente texto! Queria tê-lo lido quando foi publicado pois, bem nessa época, estava com depressão devido ao choque cultural. Agora passou, mas nunca realmente me senti “local”, apesar de estar bem adaptada. Muito esclarecedor e pertinente!
Achei sua matéria exatamente porque passo por um período difícil. Não tive a fase do deslumbramento, cheguei nos EUA a duas semanas e estou triste, feliz porque meu esposo está fazendo o que ama, mas triste por deixado meus gatos por la. Espero que essa angústia passe.