Couchsurfing: 5 dicas para perder o medo de se hospedar com homens
A segunda vez foi ainda melhor. Foi com um alemão em Frankfurt. No começo eu estava nervosa, um pouco desconfiada, mas descobri uma pessoa incrível, que me tratou super bem, me levou para almoçar num restaurante tradicional da cidade e para assistir um jogo de futebol da seleção de Frankfurt. Sem contar a voltinha de Mercedes a 200 km por hora e um quarto maravilhoso. Era a segunda vez que eu usava o Couchsurfing, uma plataforma de hospedagem gratuita. E foi com um homem.
Talvez você possa imaginar o sentimento de dormir na casa de um cara desconhecido. Para algumas de nós, essa pode ser uma barreira difícil de ultrapassar. Afinal, quando se trata do sexo oposto, nunca sabemos o que esperar. Eu sempre prefiro me hospedar com mulheres, mas já fui recebida por homens que esbanjaram respeito e se mostraram dignos de confiança. Esse texto é para compartilhar algumas dicas de segurança e assegurar que qualquer mal-entendido fique apenas no primeiro parágrafo.
1- Evite pedidos abertos de hospedagem
O Couchsurfing lhe dá a possibilidade de criar viagens públicas para que os anfitriões saibam que você vai estar na área. Muitas vezes você pode receber convites de gente bacana com intenção apenas de ajudar, mas isso também pode ser uma isca para os malandros de plantão que se aproveitam da plataforma para buscar outras experiências. Ainda mais porque eles sabem que no começo pode ser difícil encontrar um anfitrião, já que você não tem referências. Prefira entrar em contato direto com o anfitrião que você escolher para sair do radar de homens mal-intencionados.
2- Muita atenção ao perfil e referências do anfitrião
Parece óbvio, mas ler o perfil inteiro do anfitrião antes de enviar um pedido de hospedagem é essencial. Verifique se há informações básicas sobre a acomodação como “quarto privado”, “espaço comum”, que costuma ser a sala, ou “compartilhado”, quando vocês dormem no mesmo espaço. Se não houver, pergunte! Acredite, mas acontecem casos como “Desculpe, não tenho sofá, só tenho espaço na minha cama”. Olhe todas as fotos! Numa dessas, peguei no flagra um espertão que fazia perfis falsos para levar mulheres a sua casa. Denunciei na hora. Mais importante ainda são as referências deixadas por outras pessoas. Na minha opinião, são elas que dão credibilidade e fazem o Couchsurfing funcionar. E como às vezes as pessoas têm receio de deixar comentários 100% sinceros abertos ao público, escolha ao menos duas ou três meninas que já se hospedaram com o fulano ou ciclano e pergunte no privado como foi a experiência. Eu fiz isso com todos os anfitriões homens. Isso me dá mais segurança e nunca falha ????
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3- Aplique seu lado CSI
Sempre peça o endereço do anfitrião com antecedência, dê aquela “googada” básica para checar os arredores, o acesso ao transporte público e se o bairro é seguro. Além disso, compartilhe a localização com alguém próximo, seja seus pais, ou um(a) amigo(a) de confiança. Use as redes sociais a seu favor. Elas também contribuem para conhecer um pouco mais do anfitrião e sua rotina. Facebook, Instagram, procure tudo o que puder. Outra dica é combinar de encontrar a pessoa num lugar público e não direto em sua casa. Além de quebrar o gelo, isso também será a cartada final para saber que você não entrou numa furada. Caso você se sinta desconfortável, essa é a hora de ir para um hostel/hotel. Na minha experiência com o alemão, por exemplo, nos encontramos no centro da cidade, e nos primeiros 10 minutos de conversa eu tive a certeza de que, além de anfitrião, ele se tornaria um grande amigo. E assim foi.
4- Afaste os malandros de plantão
Sempre verifique que nada no seu perfil do Couchsurfing atraia as pessoas erradas. Esse é o lugar para colocar aquela foto que você jamais postaria no instagram. Fotos de biquíni, decote, shortinho e frases como “sou mente aberta” ou “adoro festa” são um prato cheio para os salafrários em busca da próxima vítma. Em minha foto do perfil, por exemplo, estou com um capacete de bicicleta e óculos de grau. Está horrível mesmo, mas pelo menos elimina qualquer interesse que não seja o puro e genuino prazer em me ajudar. Ainda complementei com a frase: “Homens, lembre-se que isso não é Tinder”. Sim, todas nós sabemos que a culpa nunca é da vítima em casos de assédio sexual. Mas nem todo mundo pensa assim, e quando se trata da nossa segurança, não custa fazer nossa parte, certo?
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5- Ouça a sua intuição
Se ao conhecer a pessoa, ou chegar na casa dele, você se sentir desconfortável, estranha, ou qualquer coisa do tipo, simplesmente vá embora. Todo bom anfitrião vai entender. Não tenha medo do que ele vai escrever sobre você no Couchsurfing. Nenhuma referência negativa pode ser tão ruim quanto ficar em uma situação que você julgue insegura. Mas aquele sexto sentido apurado também pode servir para o bem. No caso que contei no começo, desde as primeiras conversas pelo site, alguma coisa me dizia que eu poderia ficar tranquila e que ele era um cara legal. E meu instinto não decepcionou! Somos amigos até hoje e estou só esperando uma oportunidade para retribuir tudo o que ele fez por mim.
A ideia desse post não é assustar, apenas lhe deixar alerta para situações que, apesar de raras, podem acontecer. Mas como você pode ver, viajar é uma prova de que tem mais gente boa do que ruim por aí. Então siga essas dicas, aproveite sem medo e se permita viver uma experiência incrível com o Couchsurfing que dinheiro nenhum pode proporcionar! Espero que você tenha uma história legal para contar depois!