Pequeno país no coração da Europa Central que respira história. Assim, é possível descrever a Eslováquia, uma terra de pouco mais de cinco milhões de habitantes, com uma quantidade incrível de castelos (são mais de 300!), estações de esqui em todos os cantos e um cheirinho de café pelo ar.
Se há oito anos alguém me perguntasse sobre a Eslováquia, confesso que torceria um pouco o nariz e afirmaria que jamais pensaria em conhecer. Japão, Austrália e Alemanha apareceriam em minha lista de destinos. Eslováquia? Certamente não. Mas a vida dá voltas e, hoje, vivo nesse país, que tem seus encantos e acabou me conquistando.
Em 2006, decidi que estava na hora de criar asas. Fiz algumas economias e fui trabalhar nos EUA como au pair. Logo na segunda semana em Atlanta, conheci meu – hoje – marido. O que era para ser um romance rápido, se transformou em uma paixão e o resto vocês já podem imaginar: dois anos depois de nos conhecermos, mudamos para o país dele, a Eslováquia.
A primeira impressão que tive ao chegar aqui foi de que havia voltado no tempo. Os prédios históricos dominavam a parte central da capital, Bratislava, e as casas na cidadezinha onde consolidamos nosso endereço eram antigas; os residenciais comunistas ainda mantinham a mesma pintura de quando foram construídos e o frio – ah, o frio! – deixava o clima muito mais europeu.
Apesar de ser catarinense e ter morados nos EUA, nunca havia visto neve de verdade. Então, as primeiras semanas foram fantásticas. Fiz bonequinho e anjinho na neve e voltei um pouco aos tempos de criança.
Com o fim da euforia inicial, estava na hora de voltar à vida real e trabalhar. Comecei dando aula em uma escola particular.
Depois, estudei um pouco eslovaco em casa. Com algumas palavras no novo vocabulário, passei a me aventurar pelas lojas e cafés , que são muitos. Percebi então que o atendimento era muito diferente do que o que tínhamos no Brasil e nos EUA. As pessoas mantinham a feição séria e não eram as mais amigáveis. Tive algumas experiências negativas que acabaram arrancando alguns xingões, em português, claro!
O clima cinzento do inverno logo começou a me invadir. Bateu uma pequena depressão e uma vontade louca de voltar para a ensolarada Atlanta ou para perto da família no Brasil. Mas resisti à tentação. E valeu a pena. Em alguns meses (cerca de seis), o Sol voltou a aparecer e fui ganhando ânimo novamente. Com o tempo, me acostumei com o atendimento sem sorriso, fiz algumas amizades e percebi que precisava estar um pouco mais aberta às oportunidades e às mudanças que a vida colocava em minha frente. E, então, comecei a curtir esse país e descobrir suas belezas.
Descobri que aqui me sinto segura, que adoro kapusnica (sopa de chucrute com carne de porco), que me encaixo aqui porque existe uma cafeteria em cada esquina (sou apaixonada por café), que quando se tem amigos, se tem amigos verdadeiros e que tem muita história por aqui.
A começar pelos castelos. Praticamente cada cidadezinha tem um. Uns são dignos de filmes de reis, outros, nem tanto. Mas a verdade é que eles são magníficos e merecem ser visitados.
Como aqui neva muito no inverno, me vi obrigada a praticar esportes também nessa época. Comecei a esquiar. Bem, não tão simples assim. O primeiro dia em uma estação foi de tirar o fôlego. Chorei de medo, literalmente. Mas não desisti. Se crianças de três anos podem, eu também poderia. Levei alguns tombos, quase chorei de medo mais algumas vezes e aprendi meus limites para poder acompanhar a tradição da família de passar o final de ano esquiando. Continuo em fase de treino, mas aprendi a gostar dessa paixão nacional.
Aos poucos, a Eslováquia foi me conquistando. E, como sou uma viajante incansável, “caiu no meu chão”, como se diz por aí. Moro a cerca de 90 minutos de Viena, Áustria, e Budapeste, Hungria. Em uma hora de quinze minutos de voo estou em Frankfurt, Alemanha; em cinco horas de carro estou na Itália ou Estônia e a menos de duas horas na República Tcheca.
Hoje, recomendo o país para quem gosta de história e de praticidade na hora de viajar. Os preços aqui são relativamente baixos, se comparados com a Itália ou Áustria, por exemplo. As águas termais, castelos e estações de esqui são opções interessantes para quem quer curtir as férias de uma maneira diferente, e os brasileiros que vivem por aqui são prestativos.
7 Comments
Ótimo texto. Dá vontade de conhecer a Eslováquia. 🙂
Nossa, que vontade de conhecer a Eslovaquia!
Eu tb nao sabia quase nada do pais, ate ouvir de alguns amigos que eh um lugar incrivel, super bonito.
Adorei a primeira foto, curto muito esse ambiente.
Parabéns Josi pelo texto, definitivamente a Eslováquia entrou na minha lista de destinos do futuro. Mil beijos!
Ola Josiane, Adorei sua entrada no blog!!! sou eslovaca e meu marido brasileiro. Ele esta procurando emprego la na Eslovaquia. Voce sabe sobre algum grupo dos brasileiros ou empregadores brasileiros por ai?
Obrigada pelo ajuda,
Mária
Olá Josiane,
Primeiramente gostaria de parabeniza-la pelo belo texto. Me chamo Indaia Iris sou Brasileira, namoro um eslovaco ha 3 anos, ja fui duas vezes para a Eslovaquia. Fim do ano agora me formo em jornalismo e depois pretendo morar com o Vladimir ai no país dele. Ja estou correndo atras das documentações para eu poder ficar legalizada, mas percebi que é tudo muito burocratico, sera que consegue me responder como conseguiu a permanencia aí?
Show! Me mudei pra Nitra e estou tentando me adaptar. É uma mudança e tanto!
Oi, Me chamo Cláudia, vc disse que dá aula, aula de quê? Estou terminando pedagogia, é possível trabalhar em escola por aí, com diploma brasileiro?