Israel é um lugar sagrado e repleto de história.
Considerada o único país democrático do Oriente Médio, em que mulheres possuem os mesmos direitos dos homens, e onde gays são respeitados e aceitos (aliás, a última parada gay em Tel Aviv juntou mais de 250 mil pessoas – sendo que a população da cidade não passa de 450 mil), Israel é vista pela comunidade LGBT como uma das principais “capitais gays” do mundo. Um país em que muçulmanos, judeus, drusos, católicos, ateus, direitistas e esquerdistas – todos – têm o seu lugar no parlamento.
Ainda que se tenha a idéia (equivocada) de que Israel é um país em constante conflito territorial e religioso, exposto a ameaças de guerra e atentados terroristas diários, quem vive lá sabe que a realidade não é bem assim.
Se por um lado a mídia descreve o país como um lugar dividido pelo ódio, intolerância e fanatismo religioso, Israel aparece na lista dos países mais seguros e menos violentos do mundo. Aliás, nunca me senti tão segura caminhando pelas ruas, como me senti por lá. O medo de ser morta em um atentado terrorista é nulo, assim como o medo de ser assaltada, assassinada, estuprada ou violentada. O índice de crimes no país é praticamente inexistente, graças à ação eficiente da polícia e das leis criminais que, diferente do Brasil, funcionam muito bem.
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Apesar de a maioria dos cidadãos israelenses ser judia, a população também se divide entre muçulmanos, católicos, drusos e cristãos. Apenas uma pequena parte dos judeus em Israel se considera, de fato, religiosa. Mais de 65% se descrevem como seculares e/ou não religiosos. Lá, todos são livres para serem o que quiserem ser. Mulheres não se escondem. Participam de forma efetiva e ocupam cargos altos no governo, usam as roupas que querem, são respeitadas e possuem os mesmos direitos dos homens.
O povo se comunica gritando – possui o típico pavio curto – mas é caloroso e ama o Brasil. Israelenses são completamente apaixonados pelos brasileiros (sem exagero!), seja pelo nosso futebol, capoeira, música, mentalidade, ou pelas belezas naturais de nossas praias, homens e mulheres. Se você disser que é brasileiro, pode ter certeza de que receberá um sorriso largo como retorno. E, quiçá, um pedido de casamento.
Israelenses também são conhecidos como “sabras”. Sabra é uma fruta espinhosa – da família das cactáceas – que pode ser encontrada facilmente em todo o país. É uma fruta que define com maestria a personalidade do israelense: espinhoso e duro por fora, mas muito doce por dentro. O israelense sabe ser grosso e levantar a voz, mas, ao mesmo tempo, também sabe ser gentil. Por isso, não se assuste ao ver dois cidadãos berrando na rua. Muitas vezes, esta é a forma em que eles demonstram afeto.
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O que, talvez, chame mais atenção ao caminhar pelas ruas de Israel é a quantidade de pessoas fardadas, a maioria abaixo dos 25 anos. Não estranhe se, ao entrar no trem, você se deparar com um jovem militar sentado com seu fuzil. Cenas como essa são extremamente comuns e fazem parte da cultura israelense. Como o país sempre lutou para se defender, o exército é parte importante e obrigatória na vida de qualquer jovem israelense, seja ele homem ou mulher, imigrante ou já nascido no país. Esse momento marca o ingresso do jovem na vida adulta e começa aos 18 anos de idade. Homens permanecem por três anos no exército, enquanto mulheres servem por dois. Após este período, os homens podem ser recrutados uma vez por ano até que completem 40 anos de idade, enquanto mulheres podem ser recrutadas uma vez por ano, até os 24 anos de idade. Lá, a mulher está longe de ter o estigma de “sexo frágil”. O número de oficiais mulheres no exército israelense é similar ao número de homens.
Israel é uma terra maravilhosa para se viver, em que a qualidade de vida é altíssima e onde a segurança fica sempre em primeiro lugar. Um país pequeno de tamanho – 5 horas de carro é o suficiente para percorrer Israel de sul a norte – mas grande em possibilidades e beleza. Do deserto às praias, das montanhas congeladas ao calor de 45 graus, Israel é uma mistura de tudo e de todos. Lá se confundem cheiros, religião, cultura, sabores, memórias e pessoas.
Um destino obrigatório para quem procura por belezas naturais e história. Um país inesquecível. Um lugar abençoado por Deus. E bonito por natureza.
1 Comment
Lílian, que texto maravilhoso!
Me senti representada nesse texto, sou descendente de judeus, já morei em Israel durante anos e servi ao exército. Tudo que você escreveu é o sentimento que temos quando andamos pelas ruas e cidades. Um País maravilhoso, nossos israelenses somos bem brutos mas por dentro uma manteiga derretida, ver o povo conversando parece que estão brigando kkk mas é só o tom de voz que é alto.
Parabéns!