Uma das primeiras coisas que você escuta quando decide se mudar pra Los Angeles é que a cidade é “espalhada”. No começo esse termo não faz muito sentido, mas o que se quer dizer é que os pontos de interesse da cidade, seja pra turismo, trabalho ou estudo, não ficam concentrados num lugar só e muito menos numa área central.
Os museus de downtown são muito longe das praias de Santa Monica, por exemplo. A UCLA está a uns 12 quilômetros a calçada da fama, E por aí vai. Some o trânsito e a falta de transporte público às distâncias e tá aí uma cidade difícil de navegar com rapidez.
Por tudo isso é que se diz que é impossível viver em Los Angeles sem carro. No entanto, estou aqui pra dizer que nada é impossível. É mais cômodo, prático e gostoso ter carro? Lógico que sim. Significa mais custo, burocracia e imprevistos? Também. Mas dependendo da onde você mora, das atividades que você faz e da sua disposição, eu diria que dá sim pra viver em Los Angeles sem carro. Afinal, eu vivi assim por 2 anos.
O primeiro elemento pra ter essa vida, é a localização. Eu morava, estudava e trabalhava no mesmo bairro. Westwood, onde se localiza a UCLA, é uma área bem universitária: segura, tranquila, cheia de supermercados, lojas, bancos, restaurantes e até cinema. Assim, no dia-a-dia, eu já não tinha necessidade nenhuma de pegar carro.
Além disso, é uma região onde passam diferentes linhas de ônibus que vão pra várias áreas da cidade. Como em São Paulo, as linhas de ônibus costumam fazer trajetos longuíssimos, atravessando a cidade.
Quando comecei a estagiar longe do meu bairro, em Hollywood e depois em Santa Monica, eu fazia um trajeto bem fácil, um ônibus só que eu pegava pertinho e descia pertinho. O Google Maps vira realmente seu melhor amigo, pois nele, além do trajeto, dá pra ver quanto tempo demora pra cada ônibus passar, e no geral, há bastante veículo nas linhas. Isso é essencial pois não há metrô por perto, aliás, a malha de metrô em LA é ridícula.
Para as emergências, sair de noite, ou ocasiões especiais, há Uber e Lyft (um serviço similar) que geralmente saem bem baratos. A opção de pool, quando você compartilha a viagem, funciona de maneira muito mais inteligente nos EUA do que no Brasil. Difícilmente você vai atrasar mais do que 5 ou 10 minutos e se isso acontecer, eles geralmente te dão um desconto automático pelo incômodo.
Também estão crescendo muito os serviços de entrega por aplicativo, hoje em dia dá até pra comprar verdura pela Amazon. Isso diminui bastante a necessidade de se sair de carro por aí.
E quais são as vantagens de viver sem carro?
Basicamente, a tranquilidade. Sim, é muito mais barato comprar carro nos EUA do que no Brasil. Mas os problemas são os mesmos: pagar estacionamento, gasolina, bater, consertar, etc.
As regras de trânsito são mais rígidas, os motoristas em LA são bem estressados e adora buzinar. E as multas correm soltas.
Mas acho que o pior de tudo MESMO é achar estacionamento. Cada bairro tem um conjunto de regras e não é difícil achar placas do tipo: “estacione das 4 às 6 da tarde nas quintas mas não nas sextas das 9 às 12 porque tem limpeza da calçada, se for fim de semana, só se for por 2 horas mas não no último sábado do mês.”
Dizem que você tem que fazer um curso de Direito pra conseguir interpretar as placas de estacionamento nos EUA!
Não digo que isso se aplica a todos os casos, nem sempre a gente consegue achar a localização que melhor se adapta ao nosso bolso, e aí, é preciso ter carro mesmo. Mas não fique bitolado à ideia de que é “impossível viver sem carro” em Los Angeles, pois há opções. Analise as suas e tome sua decisão.
Leia sobre atendimento médico gratuito para mulheres em Los Angeles!
2 Comments
Boa noite, tudo bem?
Eu estava pesquisando sobre LA, nessa pesquisa sobre a vivencia na cidade acabei criando essa ideia de que é impossível viver sem carro. Gostei de saber sobre sua experiencia na cidade e sobre como é possível viver sem um carro.
Olá Vinicius,
A Andrea Yagui parou de colaborar conosco, mas temos outra colunista em LA chamada Raiane Rosenthal que talvez possa te ajudar.
Você pode entrar em contato com ela deixando um comentário em um dos textos publicados mais recentemente no site.
Obrigada,
Edição BPM