Facebook Twitter Instagram
    BrasileirasPeloMundo.com
    • Home
    • Sobre o BPM
      • Time do BPM
      • Autoras
      • Contato
      • Na Mídia
      • Blogs
    • Colabore
    • Custo de Vida
      • Quanto custa
      • Cheguei e agora?
      • Custo de Vida Pelo Mundo
    • Países
      • Alemanha
      • Austrália
      • Áustria
      • Canadá
      • EUA
      • Espanha
      • França
      • Inglaterra
      • Itália
      • Japão
      • Polônia
      • Portugal
      • Suécia
    • Mais
      • Dicas para viajar sozinha
      • Relacionamentos online
      • Turismo Pelo Mundo
      • Vistos
    • Intercâmbio
      • Intercâmbio pelo Mundo
    Facebook Instagram
    BrasileirasPeloMundo.com
    Home»Comemorações Pelo Mundo»Ramadã na Turquia
    Comemorações Pelo Mundo

    Ramadã na Turquia

    Ariane ÖzalpBy Ariane ÖzalpMay 8, 2018No Comments6 Mins Read
    Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr Email
    Fonte: Unsplash
    Share
    Facebook Twitter LinkedIn Pinterest Email

    Ramadã na Turquia.

    O primeiro contato real que eu tive com o Islamismo foi na Turquia. Talvez por ser um Estado Laico, quase nunca eu realmente lembro que moro em um país muçulmano. Diariamente, o meu contato com o Islamismo ocorre de forma muito suave: é o chamado da oração, cinco vezes ao dia, vindo das mesquitas; é uma mulher ou outra na rua cobrindo os cabelos com véus coloridos; é um amigo turco mais religioso que, no meio de um passeio no shopping, pede licença para ir orar na Mescit, salas especiais reservadas para esse tipo de atividade… Quando falo do contato “suave” com o Islamismo, obviamente, me refiro a questões ritualísticas. De forma menos óbvia, certamente tenho muito contato com o Islamismo de uma forma ou de outra. Devido a essa falta de tradições islâmicas na minha vida diária na Turquia, as minhas expectativas para o Ramadã não eram assim tão elevadas, no sentido de ter a oportunidade de ter uma aproximação mais significativa com o Islamismo e as tradições islâmicas. Felizmente, eu estava enganada.

    Resumidamente, o Ramadã é o nono mês do calendário lunar islâmico. Em 2018, o Ramadã terá início na noite do dia 15 de maio e será finalizado na noite de 14 de junho. Acredita-se que nesse mês, o profeta Muhammad recebeu a revelação dos primeiros versos do Alcorão. Por ser considerado um mês sagrado, espera-se que o muçulmano, durante esse mês, intensifique as suas práticas religiosas, de forma que possa se conectar de forma mais profunda com Deus. Uma dessas práticas diz respeito ao jejum, um dos cinco pilares da religião islâmica. É esperado, então, que o muçulmano se abstenha voluntariamente de comida e bebida entre o nascer e o pôr do sol. O jejum, no entanto, não é encarado como uma punição, mas sim como um ato de adoração e exercício de autodisciplina. Os detalhes concernentes ao Ramadã e ao jejum são inúmeros, de forma que seria impossível falar sobre todos eles em apenas um texto. Aqui vou me deter principalmente à minha experiência na Turquia.

    Leia também: Como alugar apartamento em Istambul

    A chegada do Ramadã na Turquia se assemelha muito com a chegada do Natal do Brasil. A atmosfera do lugar começa a mudar, como se algo realmente especial estivesse para acontecer. Os supermercados começam a vender em abundância comidas mais típicas para esse momento, tais como tâmaras (muito utilizadas na quebra do jejum), Ramazan pidesi (uma espécie de pão), sobremesas como Güllaç, entre muitas outras coisas. Até mesmo as embalagens de alguns itens, como bebidas, vêm enfeitadas com imagens que fazem referência a esse mês sagrado. Muitas famílias limpam e organizam a casa de forma mais caprichosa, comprando até adereços para decorá-las. Também é comum a troca de presentes e ações de caridade.

    É importante ressaltar, no entanto, que apesar da grande maioria dos turcos se autodeclararem muçulmanos, há uma grande parcela da população, pelo menos em Ancara, que não pratica nenhum dos rituais envolvidos no Ramadã. As praças de alimentação nos shoppings estão igualmente lotadas durante o mês do Ramadã, tais como estão em qualquer época do ano.

    Sortuda como sou, fui premiada de conviver com turcos praticantes e conscientes que me apresentaram o Islamismo da melhor maneira possível: com os seus próprios comportamentos. Havia uma coerência em tudo o que eles faziam. Eles sabiam exatamente o porquê de cada um dos rituais. Não era o jejum pelo jejum, mas era um exercício de compaixão e demonstração extrema de dependência de Deus. O que escreverei nas próximas linhas é totalmente baseado nas conversas com eles e no que observei em seus comportamentos no meu primeiro Ramadã na Turquia, em 2017.

    Alimentar-se e hidratar-se é uma das necessidades mais básicas do ser humano. Sem o suprimento dessa falta, o ser humano fica impossibilitado de desenvolver de forma eficaz qualquer atividade. É uma das necessidades mais primitivas, se não a mais primitiva, da condição humana. Ao sentir fome e recusar o alimento, apesar de poder ter acesso à comida a qualquer momento, acredita-se que um senso de autocontrole é fortalecido. Ora, se alguém consegue controlar um dos impulsos mais imediatos da condição humana de forma voluntária, todos os outros impulsos que podem afastar o ser humano de Deus ou fazê-lo caminhar por um caminho incorreto, serão controlados de forma mais fácil. O jejum, então, não é apenas de alimento. Especialmente nesse mês, o fiel deve fazer um esforço maior para não cometer nenhum deslize, como fofoca, mentira, inveja, ou qualquer outro pecado. É como se esse mês fosse uma espécie de treinamento intensivo para uma vida pura em todo o resto do ano.

    Leia também: Meu noivado turco no Brasil

    O jejum é também uma das formas de trazer à memória as pessoas necessitadas que passam fome e não conseguem recursos sozinhas. Uma coisa é a empatia que se pode ter através de um noticiário relatando a questão da fome no mundo, outra sensibilidade muito mais profunda pode ser causada quando você pode experienciar a fome no seu próprio corpo. O fiel jejua durante algumas horas do dia, mas sabe que ao entardecer será recompensado com uma refeição completa e saborosa. Mas, e as pessoas que passam fome e sequer sabem quando será a próxima refeição ou mesmo se a terão? A consciência do papel social do muçulmano certamente deve ser maximizada durante o Ramadã.

    Em 2017, eu consegui participar de alguns dias do Ramadã. Realmente, para mim, foi muito complicado conseguir jejuar tantas horas por tantos dias. Lembro que ao término do meu primeiro dia de jejum, ao sentar à mesa com os meus amigos e vê-la cheia de comidas tão gostosas, eu fui tomada por um sentimento de gratidão imenso. Eu pensei em quão abençoada eu fui toda a minha vida por sempre ter tido o que comer, eu pensei em todas as pessoas que não tiveram a mesma sorte que a minha, pensei o que poderia fazer para ajudá-las, pensei em quantas vezes eu não valorizei aquilo que eu comia, em como eu não respeitava o alimento, em como eu desperdiçava comida… Eu pensei em tantas coisas! Foi quando eu tive uma pequena amostra da complexidade do que é o Ramadã.

    Textos relacionados

    • Meu noivado turco no Brasil
    • Principais diferenças entre Istambul e Ancara
    • Dicas importantes para quem estiver indo morar na Turquia
    Clique aqui para ler mais artigos da mesma autora
    Ancara Ankara islamismo jejum Ramadã religião turquia
    Share. Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr Email
    Ariane Özalp
    • Website

    Ariane é pernambucana, formada em Psicologia e mestra em Psicologia Cognitiva. Apaixonada por culturas e religiões, pesquisou no mestrado as Representações Sociais do Islamismo e do Terrorismo entre universitários brasileiros e turcos. Atualmente, mora na Turquia com o seu amor turco e dois gatinhos. É autora do blog Meio Assim, onde compartilha suas experiências, desventuras e paixões na terra dos sultões.

    Related Posts

    Terremoto na Turquia

    February 10, 2023

    10 fatos mais chocantes ao mudar para Turquia

    October 25, 2022

    Viajar  pela Turquia

    May 27, 2021

    Leave A Reply Cancel Reply

    This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

    • Facebook
    • Instagram
    Polônia

    Dia de Finados na Polônia

    By Ann MoellerOctober 28, 20240

    Dia de Finados na Polônia O Dia de Finados é comemorado oficialmente pela Igreja Católica…

    Novas gírias e expressōes faladas nos Estados Unidos

    March 1, 2023

    Terremoto na Turquia

    February 10, 2023

    Natal em tempos de guerra

    December 21, 2022
    Categorias populares

    Green Card e Residência permanente após o casamento

    April 26, 2015

    Como morar legalmente na Espanha

    August 7, 2015

    Como estudar no Ensino Superior em Portugal

    August 14, 2014

    Como é morar em Santiago no Chile

    June 28, 2014

    Validação do diploma brasileiro nos EUA

    May 20, 2016

    Cinco razões para não morar na Dinamarca

    April 19, 2015

    É brasileiro e reside no exterior? A Receita Federal ainda lembra de você!

    February 9, 2017

    Passo-a-passo para fazer mestrado ou doutorado com tudo pago nos EUA

    March 2, 2016
    BrasileirasPeloMundo.com
    Facebook Instagram
    • Sobre o BPM
    • Autoras
    • Na Mídia
    • Anuncie
    • Contato
    • Aviso Legal
    • Política de privacidade
    • Links
    © 2012-2025 BrasileirasPeloMundo.com

    Type above and press Enter to search. Press Esc to cancel.