Olá, leitoras do BPM! Mais uma vez agradeço a oportunidade de poder dividir com vocês algumas ideias sobre saúde e bem estar.
Não podemos negar que estamos enfrentando uma epidemia mundial de obesidade. O que antes era um problema específico de países como os Estados Unidos, hoje se espalha pelos sete cantos do planeta e a população brasileira também está incluída nesta problemática. Aliás, desde 2013, o Brasil foi declarado pela Organização Mundial de Saúde, OMS país obeso. Ou seja, mais de 50% da população está acima do peso.
Essa estatística é preocupante porque com aumento geral do peso da população, também aumentam os números de casos de doenças relacionadas ao excesso de gordura. Novamente de acordo com as OMS, as doenças que mais matam no mundo são:
- Ataque cardíaco
- Derrame cerebral
- Câncer
- Diabetes
Todas doenças relacionadas ao excesso de peso e a uma alimentação pobre em nutrientes. E o mais importante, todas absolutamente possíveis de serem prevenidas através da alimentação, com exceção das pessoas com predisposição genética.
Como chegamos a esse ponto? Claro que esse problema não foi gerado do dia para noite, aliás, ninguém se torna obeso do dia para noite. Esse é um processo que leva algum tempo.
Antigamente era normal pensar nas pessoas mais velhas sendo um pouco mais gordinhas. Com o passar dos anos, nosso metabolismo se desacelera e é normal ter mais dificuldade para manter o mesmo peso que tínhamos na nossa juventude. Porém, infelizmente, hoje em dia o que vemos cada vez mais, são crianças e jovens já crescendo doentes. Obesidade é doença, sim, foi reconhecida como tal em 2014.
E aí nos perguntamos, de quem é a culpa?
Acho extremamente cruel dizer que uma pessoa gorda é preguiçosa ou não tem força de vontade. Ninguém é doente porque quer. Hábitos alimentares são criados ao longo de uma vida e são extremamente influenciados pela indústria alimentícia e seu marketing enganoso. O mais cruel é ver que a mesma se aproveita da ignorância das pessoas, no que diz respeito à escolha de alimentos saudáveis.
Oportunistas de plantão estão sempre à disposição para apresentar uma solução rápida, imediata e sem muito esforço. Como mágica, um problema que levou meses ou anos, pode ser solucionado em poucas dias ou poucas semanas.
Outro dia, uma amiga querida me ligou para perguntar. “Amiga, você conhece a dieta de Hollywood? A dieta das celebridades?”
Eu, que não acredito em dieta, não tinha a menor ideia do que ela estava falando. E lá fui eu pesquisar a tal da dieta de Hollywood.
Pois bem, para minha surpresa e horror, descubro que a última moda no Brasil é um remédio chamado hCG, gonadotrofina coriônica humana. Um hormônio secretado principalmente após a fertilização do óvulo em mulheres.
Esse remédio custa quase um salário mínimo e deve ser injetado ou colocado sob a língua por 21 dias, enquanto a pessoa segue uma dieta de apenas 500 calorias.
Uma dieta de 500 calorias por si só, já deveria ser evitada a todo custo. Só para manter as funções básicas do nosso organismo, precisamos de 1500 calorias por dia. Passar quase um mês comendo 500 calorias é um crime contra o nosso corpo. Principalmente se essas 500 calorias não forem devidamente alocadas em alimentos ricos em nutrientes. Isso significa levar seu organismo a um estado de desnutrição e fome.
E o que acontece quando corpo entra neste estado? Ele desacelera o nosso metabolismo e, no momento que paramos com a deita, e voltamos a nos alimentar exatamente como nos alimentávamos pré-dieta, temos uma grande chance de recuperar em dobro o que perdermos.
O outro problema, e este, no meu ponto de vista, muito mais grave, é o risco que o uso desse medicamento implica.
A pessoa, seguindo esta dieta, vai perder peso, mas ela também pode danificar seus rins, aumentar o risco de desenvolver um câncer e ficar estéril, só para citar algumas possibilidades.
E esse milagroso hGC é só um exemplo das muitas dietas absurdas que existem no mercado e que na maioria das vezes só beneficiam quem escreveu o livro ou está vendendo o remédio.
Não existe dieta milagrosa. Estamos engordando porque desaprendemos a comer. A vida se acelerou e a conveniência tomou conta do senso comum que significava se alimentar com alimentos reais.
Não acredito em dieta, acredito, sim, em reeducação alimentar. Voltar a se aproximar da natureza e de como se alimentavam nossos avós.
A regra é muito simples, se aquilo que você chama de alimento vem numa embalagem e a lista de ingredientes tem mais de três ingredientes e muitos deles você não consegue nem pronunciar, isso não é alimento. É, sim, um produto desenvolvido em laboratório que provavelmente seu organismo não sabe muito bem o que fazer com ele e que, a longo prazo, vai lhe trazer mais danos do que o prazer imediato que você acha que está tendo.