Todos os que se aventuram a escrever sobre Shakespeare deparam com questões que questionam a própria questão, particularmente porque sendo ele o mago das palavras, e’ tido como o maior explorador da alma humana todos os tempos.
Antes de eu própria me aventurar, levanto, senão as mesmas questões, pelo menos na mesma linha de raciocínio: E’ a essência da alma o seu poder? Há uma energia da alma, ou várias? Como os poderes da alma distinguem um do outro? As ordens dos poderes, estão um para o outro? Os poderes da alma estão nela como em seu assunto? Será que os poderes fluiem a partir da essência da alma? Será que um aumenta a potência de outro?
Em cada obra de Shakespeare, tento encontrar respostas curtas e simples. Sei que elas ali estão , afinal ele tinha o dom de traduzir o que queria dizer nas frases mais simples, mais curtas…Ele sabia como sofrer. Descobriu no sofrimento, na dor do passado como tocar a nossa alma no presente e nos conduzir ao limite da eternidade.
Eu o encontro, todos os dias, refletido ora nas tragédias atuais ou nas comédias da vida. A paixão das suas poesias ecoam e ressoam diariamente no meu espírito.
Um caro amigo, arquiteto, mas também poeta e escritor, há dias me disse:”Shakespeare está no mesmo nível de Copérnico, Galileu, Freud, Darwin, Einstein – ele é um dos “inventores” do nosso mundo, não seríamos quem somos, o que somos sem ele. Jorge Amado e o Dorival Caymmi “inventaram” a Bahia – ou seja, criaram a idéia que hoje temos, a mitologia, os arquétipos, plasmaram um “jeito” baiano de ser. O Shakespeare fez algo parecido – mas com a “alma” humana”
Concordo, Shakespeare faz parte do nosso cotidiano, nos ensina a manobrar nossos interesses pessoais, profissionais e até mesmo nos ajuda a discenir os intrincados meandros da politica.
Nas suas obras o poder sai da essência da alma, usando a fraqueza humana e tem imbutido no seu espírito os sentimentos de apelos facilmente persuasivos, tais como: sofrimentos causados por egoísmo, ciúmes, inveja, corrupção e sede de poder. Argo, com suas enganações e espírito altamente argumentativo, convenceu Otelo que a sua esposa Desdemona, o enganava. Romeu seduziu Julieta e foi seduzido por ela, a ponto de ambos se suicidarem. Lady Macbeth persuadiu Lorde Macbeth a matar o rei para tomar-lhe o trono.
E o que dizer da sua contribuição no volume do Dicionário Oxford da língua Inglesa, que já adicionou 1700 palavras ditas e escritas por Shakespeare, tais como: swager, critics or gossip or bestie. Sem ele, possivelmente elas não estariam lá. Clique aqui para ver mais algumas.
Dias atrás, o secretário da Educação Michael Grove revelou que serão implementadas novas reformas, onde Shakespeare vai desempenhar papel mais fundamental no currículo nacional. A partir de Setembro, todos os alunos com idade entre 11 e 14 serão obrigados a aprender pelo menos duas peças completas de Shakespeare.
Só posso concluir que não basta subir no palco da vida, tem que saber atuar.
“Ser ou não ser…eis a questão”.
Leia mais sobre a Inglaterra: Tudo o que você precisa saber para morar na Inglaterra!
4 Comments
Parabens pleo texto Juraci, voce é uma otima escritora! o mundo de Shakespeare é realmente patrimonio da humanindade! Sempre atual! Um gênio mesmo! Parabens! 🙂 Me due vontade de estudar ainda mais sobre a obra dele. 🙂 Namasté
Obrigada Ana Cristina. Gracas a Ann Moller, O Brasileiras pelo mundo despontou como uma ideia universal onde podemos compartilhar a nosso papel como mulher e professional no cenario mundial e, nao ha melhor lugar para expor nossas experiencias . Aproveito, para parabeniza-la pelos excelentes textos que vc, ate entao, nos premiou. Abracos e sucesso continuo! Namaste’
Perfeito,não podemos por exemplo enxergar os personagens claramente até fazer um reconhecimento da ordem social,um código no príodo onde suas poesias,seus dramas,suas histórias são contadas,tudo é formal próprio de uma Inglaterra,é um estilo,é restrito,reflexivo,tudo fica subjetivo para mim, que sou mulher simples, dona de casa com pouca instrução,mas para muitos também ,não estamos acostumados a perceber normas universais,fica sem concordância por não entender padrões intelectuais morais e sociais.Nosso Jorge Amado via a vida como é, há na Inglaterra ,nos Ingleses, tradiçõs históricas, e literárias complexas demais e ambíguas.Como bem concluiu Só posso concluir que não basta subir no palco da vida, tem que saber atuar.
“Ser ou não ser…eis a questão”.
Maravilhoso poder viver uma Inglaterra e ver de perto Shakespeare até no currículo escolar de crianças,obrigados aprender.Obrigada amiga.
Juraci,eu uso um pseudônimo,se não explicar, vai ficar meio pertubador, um claudius ,escrevendo e dizendo ser uma simples dona de casa,eu não gosto de me expor na internet, mas me chamo Thais Reder sou uma senhora de 64 anos e amo estar neste Blog ,estou viajando por todos os lugares, e encontrando gente maravilhosa.Obrigada mais uma vez.