Terceiro inverno em Yerevan.
Em janeiro de 2018, contei pra vocês que os armênios comemoram o Natal no dia 06 de janeiro, e expliquei tudinho sobre a tradição armênia aqui neste post. Como cristã católica, eu comemoro o Natal no dia 25 de dezembro, mas acho ótimo poder comemorar o nascimento de Cristo 2 vezes, enquanto estamos morando na Armênia!
Se no último inverno nós já o fizemos, este ano será a primeira vez que comemoraremos os dois dias de Natal em Yerevan: em 2017, passamos o Natal cristão ocidental em Dubai, e chegamos em Yerevan para celebrar o ano novo.
Este será o nosso terceiro inverno em Yerevan, uma vez que chegamos em 25 de janeiro de 2017 – ou seja, no meio do inverno. No meu primeiro post no BPM, contei que naquele dia encontramos uma cidade coberta de neve, e que assim permaneceu até o começo de março.
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O nosso primeiro inverno na Armênia foi literalmente congelado: os termômetros chegaram a registrar -21ºC, e só marcaram 0ºC no dia 1º de março! Só então a neve realmente começou a derreter, e os termômetros passaram a marcar temperaturas positivas. Andar na neve é tarefa difícil: eu caí 3 vezes!
O segundo inverno foi quase quente quando comparado ao primeiro: as menores temperaturas registradas foram -8ºC de madrugada e, durante o dia, as temperaturas chegavam a 10ºC. Ao contrário do nosso primeiro inverno, no segundo inverno praticamente não nevou. Se não me falha a memória, nevou o suficiente pra acumular por poucas horas umas três vezes, derretendo ao longo do dia. Eu senti falta da neve no último inverno!! Não me entendam mal: nascida e criada no RJ, -8ºC pra mim é frio pra caramba! Aliás, baixou de 15ºC eu já estou de roupa térmica! Eu sou MUITO friorenta mesmo!
Naturalmente, nesses dois invernos na Armênia, eu aprendi que o frio que eu sinto pode ser contornado – ou melhor, devidamente controlado – de acordo com as roupas que nós vestimos. A roupa que eu visto com 15ºC é diferente da que visto com 10ºC, que por sua vez é diferente da roupa que devo vestir com -10ºC, e muito diferente da roupa dos -20ºC! Entre -10ºC e -20ºC, eu posso vestir até quatro calças – é sério! Aprender a vestir-se pro frio é uma questão de sobrevivência, e é por isso que eu tentei explicar aqui como é vestir-se para enfrentar temperaturas muito baixas, bem como a importância de escolher os tecidos e fibras adequados para as estações mais frias do ano! Os sapatos também fazem toda a diferença: usar uma bota forrada e antiderrapante na neve garante pés quentinhos e menos chances de tombos!
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A sensação térmica já é outro assunto: por vezes, os termômetros marcam -2ºC e a sensação térmica pode ser menos ou mais fria, e por aqui isso depende principalmente se tem sol. E cada um reage de um jeito a cada temperatura: enquanto eu já estou de roupa térmica desde o começo de novembro, o marido (que sente bem menos frio do que eu) só começou a usar roupa térmica na 2ª semana de novembro – e, mesmo assim, só a blusa!
Para o nosso terceiro inverno na Armênia, a expectativa é de que seja mais frio do que o segundo inverno, mas não tão frio quanto o primeiro inverno, que foi considerado atípico. Em novembro de 2018, as temperaturas registradas em Yerevan já eram mais baixas do que aquelas registradas em novembro de 2017. As previsões meteorológicas indicam a possibilidade de um white Christmas – ou, em bom português, Natal branco – por aqui, o que me deixa super feliz e animada! Prefiro mil vezes a neve do que a chuva – e meu sistema respiratório também prefere! Em outras províncias da Armênia, a neve começou a cair ainda em outubro, o que aumenta as chances do frio ser mais rigoroso na capital do país.
Em meados de novembro, as decorações de Natal começaram a tomar conta da cidade, bem como foi montado o mercado de Natal da Northern Avenue para deleite geral. Enquanto eu morava no Brasil, eu sempre achava as decorações de Natal muito forçadas, porque não tem nada a ver pinheiro e neve com o clima tropical de dezembro no Brasil! Eu gostava mesmo só dos Presépios, e continuo achando que podíamos encontrar soluções diferentes para decorações de Natal no Brasil, adaptadas ao clima e cultura (mas isso é outro debate). Entretanto, desde que eu e meu marido nos mudamos pra Armênia, e na viagem que fizemos pelo Reino Unido e pela Irlanda entre novembro e dezembro de 2017, quando visitamos vários mercados de Natal espetaculares, as decorações festivas tradicionais passaram a fazer todo sentido pra mim!
Isso se refletiu, também, na minha vontade de decorar a casa para essa época de festa: se, antes, eu fazia questão de arrumar um Presépio bem lindo e me dava por satisfeita (afinal, pra mim, o que mais importa mesmo é celebrar o nascimento de Jesus Cristo), agora eu fico empolgadíssima pra arrumar a casa com flocos de neve, renas, Papai Noel, boneco de neve e tudo mais a que temos direito! É claro que os Presépios continuam sendo o mais importante pra mim, mas abri espaço também para os outros símbolos deste período festivo – até pijama natalino eu comprei! – porque, agora, sinto que combinam mais com a realidade que estou vivendo.
Eu estou verdadeiramente sonhando com um Natal branco em Yerevan – ou melhor, sonhando com dois Natais brancos!
Um feliz Natal pra todas nós, e um ano novo de muita paz e alegria!
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