5 pontos negativos de morar no Bahrein.
Depois de algum tempo vivendo em um país estrangeiro é comum fazermos análise dos pontos positivos de se morar naquele lugar e claro, também adquirimos uma bagagem para apontar os pontos negativos da nossa nova casa. No texto de hoje, para complementar o texto do mês passado sobre 5 coisas que gosto sobre morar no Bahrein, vou falar um pouco de 5 coisas que não me agradam sobre por aqui.
1- Distância do Brasil
Saudades da família é sempre um ponto negativo de se morar em outro país indiferente da distância. Mas nesse caso, a mais de 10 mil km, praticamente do outro lado do globo, a distância pesa bastante. É claro que tem as férias anuais e a família sempre pode vir nos visitar, mas uma viagem dessas não se faz todo dia. São 14 horas de vôo se estivermos falando de voo direto sem conexão para Dubai e mais uma hora para chegar ao Bahrein, isso sem mencionar o altíssimo custo das passagens. O jeito é a família ficar atenta às promoções na internet para conseguir nos fazer uma visita.
2 – Clima
Já comentei por aqui sobre o calor e as altas temperaturas que castigam a gente durante o verão. Para mim, o clima não seria um “deal breaker” para se morar aqui, mas para nós, brasileiros, acostumados com o clima tropical do Brasil, não é fácil se acostumar com seis meses de calor intenso e umidade durante o ano. Sem falar nas tempestades de areia durante o inverno, que deixam a casa, o carro e a cidade de pernas pro ar.
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3 – Limitação de Fronteiras
Um dos grandes paradoxos do Bahrein é o fato de que o acesso aos veículos é muito fácil, com vasta oferta e preços lá embaixo. A gasolina também está entre as mais baratas do planeta. Por outro lado, os limites geográficos desta ilha de pouco mais de 700km² tornam-se ainda mais restritivos do que o tamanho sugere, já que do outro lado da única fronteira terrestre se encontra a Arábia Saudita, dona de uma das políticas aduaneiras mais estritas de todo o globo – com exigência de visto prévio e justificativa pertinente para viagem para quase todas as nacionalidades, exceto os vizinhos do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC).
Desta forma, você acaba confinado numa malha viária de aproximadamente 545 km², estimativa do total do país, e, embora não seja incomum ter vias expressas, em que é permitido trafegar a 100 ou 120 km/h, dando pelo menos a sensação de “pegar a estrada”, o aeroporto acaba sendo praticamente a única porta de saída para uma viagem.
4 – Custo de frutas e verduras
Já era de se imaginar que agricultura não seria o forte do Bahrein. E quem deseja manter uma alimentação balanceada e saudável à base de frutas e legumes, encontra algumas dificuldades por aqui. Há frutas e verduras no supermercado sim, tudo importado dos mais diversos países do mundo, mas o preço é altíssimo, principalmente, se você optar pelos alimentos orgânicos. Aqui, até existe um pequeno mercado que gira em torno de agricultura familiar, uma feirinha que acontece todos os sábados, onde se vendem frutas, legumes, hortaliças, mudas de plantas, árvores frutíferas e artesanato, mas somente durante o inverno.
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5 – Qualidade do Transporte Público e mobilidade urbana
Apesar de nunca ter utilizado o serviço, os relatos que ouço e leio são sempre muito ruins. O principal problema é a falta de linhas e a limitação de horários. Apesar dos bons carros disponíveis, esperar por longos períodos em um dos lugares mais quentes do mundo para um ônibus que, em muitas das vezes, não vai te levar exatamente onde você precisa ir passa longe do ideal. As alternativas, como aplicativos e táxi, também não são tão acessíveis assim. Logo, o deslocamento por carro próprio acaba sendo quase mandatório, o que gera muito mais trânsito do que o tamanho do país poderia sugerir.