Como se adaptar ao calor do deserto
Como já foi falado por aqui anteriormente, o Bahrein é uma pequena ilha no golfo árabe com pouco mais de 1 milhão de habitantes e 765 km quadrados de extensão dos quais mais de 100 foram artificialmente construídos sobre a água. Cerca de 90% do território do país é deserto, o que gera, além de altas temperaturas, secas periódicas e tempestades de areia.
Durante o verão, de junho a agosto, registram-se as temperaturas mais altas e os dias mais quentes do ano podendo chegar a 50 graus celsius durante o pico da estação, o que ocorre já no final, por volta de agosto. Lembrando que, com a temperatura registrada de 50 graus, a sensação térmica durante esse período atinge números mais altos ainda, podendo marcar até 56 graus celsius.
Se você pretende desembarcar no Bahrein durante o verão, como foi o meu caso, prepare-se, pois o impacto da mudança climática é altamente sentido. Não são só por conta das altas temperaturas que incomodam, como também porque o clima é muito diferente do que estamos acostumados no Brasil. Os mares ao redor do país são muito rasos, o que faz com eles aqueçam rapidamente no verão, produzindo alta umidade, especialmente à noite. O que mais estranhei – e ainda me incomoda um pouco hoje em dia – é a tal da umidade. A sensação é de que estamos constantemente suando e expelindo água do nosso corpo, as lentes dos óculos, portas e janelas – e até mesmo a tela do smartphone – ficam embaçadas instantaneamente ao serem expostas ao ar livre.
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Outra coisa que tem um papel importante na temperatura e nas variações climáticas no país é o tipo de vegetação comum por aqui, ou melhor, a falta dela. O solo da região é caracterizado como uma planície desértica formado por um agrupamento de ilhas, sendo pouco fértil, o que torna inviável – ou quase impossível – o cultivo de árvores e plantas em geral. A minha primeira primeira impressão ao chegar aqui foi a falta de sombra nas ruas, claro, devido à falta de árvores, assim como a falta de faixa de pedestres e calçadas nas ruas. Logo percebi que o Bahrein não era lugar de pedestres e de atividades ao ar livre, com exceção de alguns condomínios particulares, onde se tem cuidados especiais e ajustamento da vegetação local.
A vantagem de se tratar de um país desenvolvido é que a adaptação ao clima acaba sendo bastante tranquila, na minha opinião, pois o país inteiro está extremamente preparado para enfrentar as altas temperaturas durante o ano. Ar condicionado por aqui não é artigo de luxo e sim de extrema necessidade, questão de sobrevivência. Seja em casa, no shopping, no carro, no ponto de ônibus ou na lojinha de conveniência, o climatizador ou AC é presença confirmada causando até a sensação de frio em algumas situações. Pode-se perceber, então, que o tempo de exposição ao sol quente desse verão desértico é muito curto, ou seja, praticamente não ficamos expostos ao calor intenso. Inclusive, ouso dizer que já enfrentei calor mais intenso e temperaturas altíssimas e mais insuportáveis no Brasil e em alguns lugares que visitei na Europa.
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No que se diz respeito a lazer e entretenimento, a maioria das atividades e eventos culturais acontecem em ambientes fechados e climatizados e, no caso de eventos ao ar livre, tudo acontece à noite, logo após o pôr-do-sol. E, claro, tem também as praias, afinal de contas estamos falando de uma ilha, não é mesmo?! Água é o que não falta por aqui. Desde as públicas até as particulares dentro de hotéis, as praias são o destino mais frequentado pelos turistas, assim como pelos moradores locais, durante o verão.
É importante citar que toda a infraestrutura e preparação oferecida durante os meses mais quentes do ano já não acontecem na época de chuvas, ou melhor dizendo, nas raras ocasiões em que chove no país.
Bom, por hoje foi isso, mas não se preocupe, não vivemos 12 meses de calor no deserto, por aqui também faz bastante frio no inverno com direito a ventos cortantes, mas isso vai ser assunto para um próximo texto.