5 modelos de negócios no Japão durante a pandemia.
Muitos negócios foram afetados com a pandemia. Algumas empresas tiveram que suspender suas atividades temporariamente e outras tiveram que se adaptar ao novo normal. O governo japonês estabeleceu medidas em algumas cidades, como o Governo Metropolitano de Tóquio, que criou políticas e padrões de segurança visando aumentar a segurança nos negócios.
Leia também: Dez curiosidades sobre a comida japonesa no Japão
Dessa forma, surgiram diversas iniciativas, tais como a utilização de medidores de temperatura na entrada do estabelecimento, instalação de divisórias, disponibilização de portas sem maçanetas, uso alternado de assentos, diminuição do fluxo de público, ampliação de espaços, aumento da ventilação, retirada de secadores de mãos e sinalização de distanciamento foram alguns dos procedimentos adotados.
Por outro lado, alguns modelos já incorporados prosperaram e pareciam já estar preparados para atender esse novo cenário. Conheça, a seguir, 5 modelos de negócios japoneses que deram certo na pandemia:
1. Sistema de entrega eficiente
O sistema de entrega de encomendas japonês (takkyubin) é mundialmente conhecido por ser rápido, acessível e flexível. Eu mesma fiquei admirada assim que cheguei no aeroporto de Tóquio e me informaram que minhas malas seriam despachadas e chegariam na minha porta no dia seguinte e na hora programada.
Foi assim que descobri que existem várias empresas de entregas que possibilitam o envio de qualquer tipo de mercadoria para todo o Japão. Você pode despachar desde documentos, móveis, malas, produtos perecíveis e até congelados. É possível utilizar as lojas de conveniência ou os quiosques de recebimento mais próximos do seu endereço e a maioria das lojas de departamento também providenciam o serviço.
Além disso, os pagamentos podem ser feitos na entrega ou no ato do recebimento com cartão ou dinheiro, possibilitando muitos negócios. Na maior parte do Japão o pedido chega em 24h. Caso ocorra algum inconveniente, a entrega é facilmente reagendada pela internet ou telefone, sem nenhum custo adicional.
2. Conceito de autoatendimento
Os japoneses têm o hábito de fazer as coisas procurando não incomodar as pessoas. Por conta disso, o autoatendimento faz sucesso no país. É possível encontrar inúmeros locais que funcionam utilizando máquinas e quiosques automatizados sem atendentes ou com atendentes apenas para suporte, o que agiliza e flexibiliza o atendimento. Muitos restaurantes, por exemplo, utilizam algumas das ferramentas abaixo:
– Recepção no tablet: ao chegar no local, você seleciona no tablet o número de pessoas e é informado automaticamente o tempo de espera e/ou o número da mesa;
– Menu disponível em máquinas de venda automática: você escolhe o seu pedido e faz o pagamento, depois é só apresentar o comprovante ao atendente;
– Menu no tablet: você seleciona o seu pedido e retira o produto em uma esteira;
– Serviço de buffet com menu livre de entrada (arroz, saladas) ou bebidas (frias e quentes): você paga um valor determinado e pode se servir à vontade;
– Cozinhe você mesmo: você escolhe os ingredientes e cozinha o seu prato no espaço estabelecido por meio de chapas aquecidas ou churrasqueiras – muitas churrascarias (yakiniku) e casa de panquecas (o-konomiyaki) funcionam dessa forma.
3. Máquinas de venda automática
Eu fiquei maravilhada quando fui esquiar e no meio da estação de esqui havia uma máquina de bebida quente. Parecia algo meio surreal encontrar aquela máquina no meio da neve e ainda por cima com uma variedade de bebidas incrivelmente quentes.
Por ser um local seguro e sem vandalismo as máquinas de vendas automáticas (jidōhanbaiki) prosperam no Japão. Estima-se que existam aproximadamente 3 milhões de máquinas em todo o país, praticamente uma para cada 40 pessoas.
Leia também: Diário de uma sobrevivente do tufão mais forte da Terra
Elas estão presentes em vários locais e vendem de tudo que a imaginação permitir: bebidas, alimentos, petiscos, ovos, arroz, verduras, sorvete, flores, brinquedos, cartões (telefônico, trem, metrô, ônibus), guarda-chuva, absorventes…
Em alguns locais existem máquinas rústicas nas ruas que vendem as verduras produzidas localmente. Nesse caso, tudo é feito na base da confiança: você retira a verdura e coloca o valor correspondente em uma caixa fechada.
4. Quiosques de pagamento
Muitos estabelecimentos disponibilizam máquinas de autoatendimento para pagamento. Após digitalizado cada item, em vez de entregar o dinheiro ou cartão para a atendente, você se dirige ao terminal de pagamento e insere o valor diretamente na máquina. Dessa forma, não há contato social, manuseio do dinheiro pelo atendente e o processo de pagamento é acelerado.
Na UNIQLO, popular loja de roupas, é possível escolher as roupas, pagar, retirar as compras sem contato nenhum com o atendente. Por meio de máquinas de atendimento exclusivas, as mercadorias já são contabilizadas diretamente da cesta de compras com a leitura automática do código de barras. O cliente insere as mercadorias no terminal, faz o pagamento, e retira as roupas.
5. Lojas de conveniência
Estima-se que existam aproximadamente 60.000 lojas de conveniência (konbini) em todo o país. Em Tóquio, há quase 50 lojas para cada 100.000 habitantes, praticamente uma em cada esquina.
A maioria funciona durante 24h e nelas é possível adquirir produtos de necessidade diária, tais como revistas, alimentos, bebidas, realizar transações bancárias, retirar cópias, usar o toalete, despachar encomendas, imprimir documentos, utilizar a internet, fazer refeições rápidas, descansar, recarregar equipamentos e tudo que você possa imaginar de mais necessário para garantir a sua sobrevivência no país.
Para facilitar e agilizar o acesso, muitas lojas estão investindo na automatização dos serviços e pagamentos. Por conta disso, já existe, desde 2018, uma loja de conveniência em Tóquio totalmente automatizada.