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    Home»Comemorações Pelo Mundo»Nova Orleans completa 300 anos
    Comemorações Pelo Mundo

    Nova Orleans completa 300 anos

    Cristina WollenbergBy Cristina WollenbergJune 8, 2018No Comments8 Mins Read
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    Foto: Philip Wollenberg
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    Nova Orleans completa 300 anos.

    Com 300 anos celebrados este ano, Nova Orleans é uma cidade relativamente jovem, mas cheia de histórias para contar. Desastres naturais e outros provocados pelo homem moldaram a sua geografia e o mix de povos que aqui se instalaram foi crucial na formação da sua identidade social e cultural.

    Nova Orleans não se encaixa na “fôrma de bolo” norte-americana como a maioria das cidades que atraem muitos brasileiros aos EUA pela organização. A sua complexidade me seduz e a melhor maneira que eu encontrei de me adaptar a ela foi descobrir semelhanças com a minha terra natal e buscar em sua história tricentenária respostas para a sua singularidade.

    Pratos típicos como o red beans and rice lembram o nosso arroz e feijão. A temporada de carnaval é tão celebrada quanto a do Rio de Janeiro. O catolicismo e o voodoo, a política corrupta e o ativismo, as mansões no Garden District e os projetos de moradia popular, o descaso com a educação pública e as melhores escolas particulares do país, o preto e o branco, o rico e o pobre. As contradições são muitas e parecidas com as que vemos em países subdesenvolvidos como o Brasil, porém dentro do país mais rico do mundo.

    Sua fundação

    Os primeiros moradores conhecidos da área de Nova Orleans foram os nativos americanos do sul do Rio Mississippi. Os franceses, que já andavam por estas bandas desde a expedição liderada por La Salle em 1682, resolveram que seria prudente criar uma cidade portuária na região. Foi aí que em 1718 o então governador da Luisiana Francesa, Jean-Baptiste Le Moyne, Sieur de Bienville, selecionou uma área a 160 quilômetros da nascente do Rio Mississippi, com fácil acesso ao Golfo do México via o gigantesco lago Pontchartrain, e lá fundou Nuevelle-Orleáns. Quatro anos depois, a capital da Luisiana deixou de ser Biloxi (hoje parte do estado do Mississippi) e passou a ser Nova Orleans. Naquele mesmo ano, um furacão destruiu a maior parte da cidade, que foi reconstruída nos moldes do French Quarter de hoje em forma de uma grade de nove por seis quadras na área mais elevada e segura, rodeada por diques naturais.

    Leia também: Vistos para morar nos EUA

    Em 1763, a França cedeu a Luisiana à Espanha. Durante 40 anos Nova Orleans foi uma cidade espanhola, negociando fortemente com Cuba e México. Incêndios em 1788 e 1794 destruíram 80% da cidade forçando a criação de novos bairros, ou Faubourgs, e uma nova reconstrução. Desta vez com edifícios feitos de concreto, incluindo a St. Louis Cathedral, que virou cartão postal da cidade.

    Foto: Philip Wollenberg

    A compra da Luisiana

    Em 1803, a Luisiana voltou a pertencer aos franceses, que a venderam semanas depois aos EUA por 15 milhões de dólares. A compra do território, que se estende do Rio Mississippi até as Rocky Mountains, é considerada uma das maiores pechinchas da história. Ainda no começo do século XIX, Nova Orleans foi palco da batalha final da guerra de 1812 quando o coronel Andrew Jackson, em defesa da cidade, derrotou a força britânica que procurava o domínio do Mississippi. Até 1830, a maioria dos seus habitantes ainda falava francês.

    Imigrantes de todos os cantos

    Na virada do século XIX, Nova Orleans prosperava não apenas como um grande porto marítimo e fluvial, mas também como um importante centro de entretenimento. A cidade portuária recebeu pessoas de todo o mundo em busca de novas vidas e perspectivas, se tornando a mais rica e a terceira maior dos Estados Unidos.

    O porto conhecido como “A Entrada para as Américas,” chegou a dominar o comércio mundial de bananas com duas grandes empresas sediadas na cidade, a Standard Fruit Company e a United Fruit Company, e com plantações na Guatemala e Honduras. Os filhos de trabalhadores hondurenhos vieram estudar nas escolas católicas de Nova Orleans e muitos permaneceram depois da conclusão dos estudos. Em 1910, o French Quarter era dominado por sicilianos e uma pequena porção foi apelidada de Little Palermo.

    A influência europeia, sobretudo francesa e espanhola, e a forte tradição afro-americana influenciaram a cultura e a economia de Nova Orleans. Milhares de escravos foram vendidos em seus mercados, mas sua comunidade negra livre prosperou. Além disso, imigrantes também vieram da Irlanda, Alemanha, Cuba, Vietnã e outras nações. Hoje muitas de suas celebrações se devem a essa herança diversificada, incluindo o Mardi Gras e outros 135 festivais.

    Leia também: Destino de Turismo nos EUA fora da rota tradicional do turista brasileiro

    Atualidade e conflitos raciais

    Quando uma amiga de infância veio me visitar pela primeira vez e contou para os seus colegas de trabalho que viria para Nova Orleans, um deles perguntou com desdenho: “Por que você vai para lá? Nova Orleans é Salvador dos EUA.” Ela respondeu: “É mesmo? Que bom, porque eu adoro Salvador!”

    Mesmo que Nova Orleans seja uma cidade americana atípica onde várias culturas se misturaram mais abertamente do que qualquer outra, o preconceito empregado no comentário do colega da minha amiga é o mesmo que acompanha a cidade desde a emancipação dos escravos.

    Com o fim da Guerra Civil Americana, o estado da Luisiana, como o todos os estados vizinhos, implementou os Black Codes, um conjunto de leis ingratas que tentava limitar a liberdade dos negros, permitindo discriminação e encorajando segregação com a intenção de manter a supremacia branca depois do fim da escravidão. O Jazz, germinado na comunidade afro-americana e responsável por colocar a cidade no mapa mundial, nasceu em Nova Orleans durante essa repressão.

    Após a Segunda Guerra Mundial, a suburbanização e a integração escolar forçou muitos moradores brancos para fora da cidade, deixando um núcleo cada vez mais afro-americano e empobrecido. Depois do movimento dos direitos civis nos anos 60, a cidade em vez de remediar a segregação e promover a inclusão, se tornou ainda mais segregada. A população afro-americana mais afluente se mudou para o leste da cidade onde podiam viver entre eles sem conflitos. Ainda hoje pessoas de raças diferentes frequentam igrejas e escolas diferentes.

    Em 2015, o prefeito de Nova Orleans Mitch Landrieu abordou a ideia de remover monumentos associados à Confederação após o tiroteio racialmente motivado em uma igreja negra em Charleston, Carolina do Sul. Como resposta à tragédia, a Carolina do Sul removeu a bandeira confederada de lugar de destaque no Capitólio do estado. Depois de muita discussão, o Conselho da Cidade de Nova Orleans declarou os quatro monumentos confederados da cidade como um incômodo público.

    As pessoas que defendem as estátuas dizem que elas representam uma parte importante da identidade e cultura do estado, mas em uma cidade onde 60% dos moradores são afro-americanos, muitos veem os monumentos como uma celebração ofensiva da Confederação e do sistema de escravidão que buscava preservar.  Em maio de 2017, a última estátua, a do general Robert E. Lee, foi removida sob protestos e muito mais aplausos.

    Apesar das mudanças sociais, Nova Orleans cresceu como uma atração turística, com centenas de milhares de visitantes anuais atraídos pelas festividades do Mardi Gras e pela cultura que serviu de inspiração para grandes autores e músicos.

    De olho no futuro

    Como parte da celebração do aniversário de 300 anos de Nova Orleans, foi criada uma comissão que lançou 300 projetos que homenageiam os trabalhos de Martin Luther King Jr., Rosa Keller, Edith Stern e inúmeros outros ativistas dos direitos civis, fazendo melhorias nas escolas e nos edifícios e espaços comunitários. A proposta da comissão encoraja residentes e turistas a acumularem 300.000 horas de serviço através de 300 projetos voluntários ao longo de 2018. Após a conclusão do desafio, os projetos escolhidos fornecerão um impacto estimado na comunidade de US$ 7,2 milhões. Além dessa iniciativa, também estão sendo construídos: um novo aeroporto, o calçadão à frente do Rio Mississippi e um moderno corredor médico.

    William C.C. Claiborne, o primeiro governador da Luisiana, eleito por americanos, chegou a dizer que o povo de Nova Orleans era ingovernável por causa de sua preocupação com a dança. É verdade, eles têm muito com que se preocupar, mas isso nunca foi desculpa para deixarem de dançar. Esse talvez seja o aspecto com que mais me identifico porque me lembra muito de um povo com preocupações na cabeça e samba no pé.

    Eu deixei de mencionar o impacto do Furacão Katrina na história da cidade de propósito, pois o tema será abordado no meu próximo texto, junto com a chegada de imigrantes brasileiros à Nova Orleans.

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    Cristina Wollenberg
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    Cristina é gaúcha e formada em Comunicação pela University of New Orleans. Apaixonou-se pelo jazz e pela cidade onde vive há 15 anos. Em 2009, abriu uma agência de Marketing e Propaganda, onde atua como planejadora de mídia e produtora. Viaja para lá e para cá com o marido fotógrafo e atualmente aproveita uma brechinha na carreira publicitária para escrever o seu primeiro romance.

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