Todo mundo sabe que morar fora exige que sejamos fortes pra aguentar tanta saudade da família e dos amigos. Mas às vezes, isso vai um pouco além quando temos um pet. Com amigos e familiares conseguimos conversar e fazer chamadas de vídeo, mas e com os nossos pets? Temos que nos contentar em apenas vê-los por foto ou um vídeo rápido. Venho então falar um pouco de como é lidar com toda essa saudade dos nossos animais de estimação e as diferenças entre o Brasil e Hungria neste quesito.
- Educação
A primeira e mais importante característica que eu quero destacar aqui é a educação dos animais. Todos são bem treinados, educados e muito obedientes, tanto que eles nem precisam de coleira. Mesmo depois de mais de um ano morando fora, ainda me espanto como os animais são bem educados por aqui. Eles andam ao lado do dono, não fazem bagunça e o que mais me espanta… eles não latem!! Isso tudo sem precisar de uma única bronca. Tenho que admitir que acho isso demais!
- Lugares Pet Friendly
Outra diferença gritante é que os pets são bem-vindos na maioria dos lugares, como lojas, galerias, shoppings, transportes públicos e até em restaurantes e escritórios. Dessa forma é muito fácil levá-los pra passear ou somente pra te fazer companhia nas suas atividades diárias.
No prédio em que trabalho, uma das empresas tem o “dog’s day” (dia do cachorro), onde cada funcionário organizadamente pode escolher um dia da semana pra trazer o seu cachorro. Já imaginou que maravilha poder trabalhar com o seu amigão do lado? Cria um ambiente mais relaxado e super descontraído. Eu e minhas amigas aproveitamos bastante disso; já éramos conhecidas nesta empresa somente porque aparecíamos quando avistávamos algum cachorro. Inclusive, levávamos até mimos pra eles. Alguns donos nos adoravam, outros já nem tanto.
- Veterinários
Uma certa vez, minhas amigas estavam ajudando a resgatar um gatinho de rua e tiveram que levá-lo ao veterinário. Esse foi o primeiro contato que elas tiveram com a medicina veterinária húngara e me contaram que ficaram bem impressionadas com a qualidade do atendimento. Afirmam que foi muito bom e bastante profissional, fizeram todos os exames, receitaram todos os remédios e logo depois já puderam levá-lo para casa.
Leia: Como levar seu pet para outro país
- Chips de identificação
Ainda na mesma história do gatinho de rua, enquanto estavam esperando atendimento na clínica veterinária, minhas amigas se depararam com um cachorro perdido. Para encontrar o seu dono, os funcionários tiveram que acessar as informações em um chip que ele tinha. A surpresa foi instantânea, isso é muita tecnologia e modernidade pra gente, não é mesmo? Mas não acaba por aí, o melhor foi a naturalidade com que eles lidaram com a situação, assumindo assim que é algo bem comum os pets possuírem esse chip de identificação, onde se é possível guardar os dados do dono ou do próprio animal.
- Donos chatos
Sim, isso mesmo! Os donos geralmente são super chatos quando você tenta fazer algum contato com o pet deles. Eu lembro que no Brasil quando a gente queria brincar ou fazer amizade com algum animal, os donos geralmente amavam, puxavam papo, faziam graça, eram simpáticos e tudo isso vinha acompanhado de um belo sorriso no rosto.
Na Hungria a coisa muda de figura. Não vou dizer que é regra eles serem sempre chatos e não gostarem que um desconhecido brinque com o pet deles, mas é bem normal você tentar chamar a atenção do animal e os donos puxarem eles pra mais perto, ou te mandar um olhar de desaprovação. A maioria das vezes eles somente vão ignorar a sua existência ali, fingindo que nada está acontecendo.
Isso sempre me lembra de uma moça que levava seu cachorro para o trabalho e literalmente era grossa com todo mundo que tentasse falar com ele. Eu e minhas amigas nunca entendemos o motivo, já que se você não quer que ninguém fale com seu cachorro, não deveria tirar ele de casa, certo?
- Pets em casas alugadas
Falei anteriormente que existem muitos lugares “pet friendly”, Porém, por incrível que pareça, quem mora em flats alugados pode encontrar muita dificuldade com os proprietários caso desejem ter algum animal de estimação. Eles são super restritos e sempre é uma das primeiras informações a serem dadas, “Pets are not allowed” (animais de estimação não permitidos). E aqui incluo o atual apartamento onde moro.
Tenho como exemplo um amigo português que tem uma gatinha muito fofa e tranquila. Ele precisou mudar de flat e contou o quão difícil foi encontrar um novo apartamento que o proprietário permitisse criar animais. Tudo bem que ter um pet em casa traz alguns riscos, um sofá arranhado, algum objeto quebrado, disso a gente já sabe. Mas aqui não tem conversa, é NÃO e ponto. Eles não vão fechar contrato com você somente por causa do seu bichinho. Na minha opinião, acho meio ridículo, mas… quem sou pra falar algo aqui não é mesmo?
Até quando o assunto é sobre pets, a gente nota muitas diferenças entre os europeus e brasileiros. Mas claro que tudo é só uma questão de costume e o importante mesmo é saber juntar o melhor de cada lado.
E se você também notou algo bem marcante em relação aos animais de estimação deixe o seu comentário aqui embaixo!
3 Comments
Oi! Como funciona o mercado de moda pet aí em Budapeste? Tem lojas? As pessoas tem o hábito de usar? As roupas são valorizadas financeiramente? Desde já agradeço muito!
Olá Barbara,
A Yeda Maria parou de colaborar conosco, mas temos outra colunista na Hungria chamada Mayra Di Domenico que talvez possa te ajudar.
Você pode entrar em contato com ela deixando um comentário em um dos textos publicados mais recentemente no site.
Obrigada,
Edição BPM
Nenhum aceita pet na Hungria?