Como levar seu cachorro para a República Tcheca.
Moro com meu marido em Brno, na República Tcheca, desde o começo do ano. Uma mudança grande, onde uma de nossas preocupações era com relação ao Chico, um Shih Tzu que chegou em nossas vidas há dois anos, em um momento extremamente difícil. Deixá-lo nunca foi uma opção, então começamos o processo para trazê-lo.
O processo documental é bastante longo e burocrático, mas no geral é bastante fácil. Vou falar primeiro dessa fase e depois dos preparativos com o Chico para a viagem.
A União Europeia permite a entrada de animais com as devidos cuidados e seguindo regras específicas:
Primeiro o animal deverá ter um Chip de identificação com reconhecimento internacional, pois nos aeroportos essa identificação será conferida. É um procedimento simples em que o Chico não sentiu dor nenhuma. O procedimento foi realizado por um veterinário, o chip é subcutâneo e implantado na nuca do animal.
A segunda coisa a fazer é a vacinação, a União Europeia exige que o cão seja vacinado contra o vírus da raiva, essa vacina tem que ser aplicada após a microchipagem e ter no cartão de vacinação o lote, data de aplicação e assinatura do veterinário responsável.
Depois da vacinação o cão tem que coletar sangue para que se possa fazer uma sorologia, esse exame determinará a quantidade de anticorpos presente após a vacinação.
Infelizmente são pouquíssimos laboratórios no Brasil que estão autorizados a realizar esse exame, elevando assim o custo.
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A sorologia deve acontecer com o prazo mínimo de 30 dias contados a partir da vacinação
antirrábica. Em caso do cão não apresentar os níveis de anticorpos necessários deverá ser feita novamente a vacinação e repetir a sorologia, dentro do prazo que o veterinário indicar.
Após a sorologia, o cão deverá entrar em período de “quarentena” com duração de 90 dias, a quarentena deverá ser cumprida no Brasil. Passado os 90 dias, é necessário que o cão passe por um veterinário para que tenha seu estado de saúde comprovado e com o atestado em mãos, tem até 72 horas para solicitar a liberação de viagem junto à Vigiagro (órgão do Ministério da Agricultura) para aí sim poder embarcar com cão.
A Vigiagro se encontra em aeroportos internacionais e em algumas cidades, fizemos em Uberlândia e tivemos um excelente atendimento.
O documento da Vigiagro tem validade por 10 dias, ou seja, depois de pegar esse documento o prazo para embarque do animal é de no máximo 10 dias e passado esse prazo é necessário repetir a última fase do processo (atestado de saúde e documento Vigiagro).
Outra parte importante é a saúde e o bem estar do animal, foi uma viagem de 14 horas e
extremamente cansativa e estressante para o Chico, tentamos deixa-lo o mais confortável possível. Para esse tipo de viagem existem duas possibilidades, o cão vir na cabine do avião junto com o dono ou ser despachado e vir no compartimento de carga.
Na cabine o cão deve ser colocado em uma bolsa de transporte maleável com as medidas e
especificações passadas pela companhia aérea, já se for o caso de o cão ser despachado, ele será transportado dentro de uma caixa de transporte rígida e com as especificações passadas pela companhia aérea. Comida, água e coletor de necessidades são de responsabilidade do tutor do animal.
O Chico veio na cabine comigo, dentro de uma mala de viagem própria para o transporte, por ser um cão braquicefálico, não são todas as companhias que aceitam, nós optamos fazer essa viagem pela TAP Air Portugal, por considerar o melhor itinerário. A Luftansa e a Swiss também fazem esse transporte.
Na cabine são permitidos cães de pequeno porte, onde o peso do cão mais a mala de transporte não ultrapasse 8kg. Se passar desse peso o animal será despachado e virá no compartimento de carga dentro da caixa de transporte apropriada.
O Chico tem um ótimo temperamento, ele é bem tranquilo, então com o auxílio do veterinário optamos por não medica-lo, mas cada caso deve ser avaliado.
No avião trouxe pra ele petiscos e água, a viagem foi tranquila e não tivemos nenhum contratempo.
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Não é permitido que animal saia da caixinha de transporte durante a viagem, mas nós tivemos a sorte de uma aeromoça deixar a cada quatro horas o Chico sair, então por alguns minutinhos ele ficava fora da bolsa de transporte e conseguia beber água, comer e esticar as perninhas. Com isso a viagem pra ele foi bem mais confortável. Ele dormiu praticamente durante todo o trajeto.
No geral apesar de longo e burocrático, o processo para viajar com o Chico foi fácil. Com tempo e paciência é perfeitamente possível, sem ajuda de empresa especializada, realizar esse processo.
Hoje, já descansado, Chico está em sua nova casa!
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2 Comments
Oi Mari, me chamo renato e queria mais umas informacoes sobre a viagem e sobre RC. Voce tem insta amiga ou email ? desde ja , obrigadao.
Olá Renato,
A Mariana Oliveira, infelizmente, parou de colaborar conosco.
Obrigada,
Edição BPM