Viver fora do seu país de origem é sempre desafiador. Trata-se de exercitar o desapego de uma gama de bens, sejam eles materiais e/ou sentimentais, abrindo espaço para o novo. Isso significa nos desenraizarmos de alguns valores que até então mantínhamos como sendo invioláveis, abrindo espaço para o valioso saber do ser.
Sair da nossa zona de conforto, ou renunciar à comodidade é sempre trabalhoso e muitas vezes nos leva a momentos de inquietações, incertezas e angústias. Esse turbilhão de emoções, uma vez bem direcionadas, poderão e deverão se transformar em amadurecimento e autoconhecimento através da superação do nosso próprio eu, dos nossos limites e de nossas crenças. Isso mesmo: o sofrimento faz parte do nosso crescimento e é ele que nos impulsiona a criarmos estratégias de sobrevivência e nos mostra o quão resistentes somos. Assim, nossos medos são facilmente derrotados pela arte de viver o novo e de nos redescobrirmos.
Viver em um país estrangeiro requer também a habilidade de desenvolver um plano de vida, tendo diretrizes e metas traçadas para viver num mundo de diferenças sociais e culturais. É nesse contexto que enriquecemos o nosso saber, dadas tantas oportunidades para crescermos e amadurecermos num plano pessoal e/ou profissional.
Diria que nossas vidas de expatriados são norteadas pelo desapego da saída e renovação da chegada ou vice-versa. E é aqui que está o grande diferencial das pessoas capazes de enfrentar essa realidade. Conseguir se moldar ao novo, ao desconhecido e recriar uma nova vida a cada mudança, fazendo disso uma experiência grandiosa, é para mim o mais valioso de tudo e é exatamente aqui que nos diferenciamos.
Essa mutação nos proporciona vivermos como cidadãos de um mundo globalizado, sem fronteiras para o conhecimento, para o saber e para o viver. Nos tornamos desbravadores de um universo que é de todos e para todos e deixamos nossas marcas e nossa história a cada passagem.
Somos impulsionados diariamente à dedicação do aprender. Aprender uma nova língua, novos costumes, novos hábitos. Aprender a se relacionar com pessoas que talvez tenham pensamentos e experiências semelhantes às nossas, mas saber também que é enriquecedor conhecer e conviver com outras tantas que têm ideias e vivências completamente diferentes.
Dessa forma carregamos e acumulamos lições de vida que automaticamente nos fazem sermos indivíduos diferenciados, com uma mente constantemente preparada para mudanças e novos desafios.
Agora vivemos num novo ritmo de vida, numa constante aceleração do conhecimento. Nesse processo de aprendizagem, já não caracterizamos e enfrentamos os problemas como antes. A facilidade de adaptar-se e adequar-se ao novo nos lança a sermos confidentes e potentes de nós mesmos. Lidar com o imprevisível já não nos amedronta; ao contrário, nos estimula e nos encoraja a seguir!
Fotos: Acervo pessoal
9 Comments
Lindo Mauren!!! Realmente admiro você, por saber lidar com o desapego, a vontade de aprender e saber adaptar-se a uma realidade totalmente diferente do seu país de origem. Tudo é passageiro em nossas vidas , mas saber lidar com nossas emoções , ultrapassa os limites do nosso EU. Se tiver que voltar….volte …sendo diferente , por ter vivido ao lado de pessoas que mesmo falando outra língua, trazem no seu íntimo a bondade de receber bem. Como mãe, adoro a hora da chegada, mas choro ao ver partir um pedaço de mim….não é uma punição, mas uma preparação . Sinto orgulho de você!!!!
Mãe, muito obrigada pelo apoio e compreensão de sempre! Beijos, beijos!
Mauren li seu artigo e percebi que todos nos indiferente de sua situação sócio econômica pode ver o mundo de diferentes formas, basta no esforçarmos pois nada é fácil nem aqui e menos ainda fora basta correr atrás de nosso desafios e garantir a vitória tao sonhada tmb sou orgulhosa de te conhecer desde pequena e conhecer sua verdadeira trajetória . BJ Cris
Obrigada Cristiane! Abraços!
Muito bem descrita a gama de sentimentos que envolve, quando se opta por viver em outro país de povo e cultura tão diferentes dos nossos. Estar longe das pessoas amadas. Mas por outro lado, pela amostra que vi pelas fotos, país belíssimo de tanta história e a grande oportunidade de aprendizado. Seja feliz Maurem com tua linda família e seja bem-vinda todas as vezes que retornares ao nosso.
Querida Mari, muito obrigada pelo carinho! Forte abraço!
Mauren seja muito feliz, te adoro.
Muito bacana Mau! Parabéns!
Parabéns pela coragem de estar no Egito. Estou aqui por dois meses por conta do trabalho do meu marido e duas filhas.
Eu simplesmente não gosto desse país , não me adaptei e conto os dias pra voltar pra Espanha aonde moramos. Realmente viver aqui com toda essa cultura e modo de viver diferente não é para os fracos. Mas o que não dá pr negar é que uma experiência como essa nos modifica .