Fiação subterrânea e ruas compartilhadas na Holanda.
Fiação subterrânea e ruas compartilhadas são dois detalhes que deveriam ser obrigatórios em qualquer cidade do mundo (assim como os itens de segurança de um carro o são). Além de serem muito agradáveis aos olhos, são muito funcionais. “Tá bom, tá bom, Camila, e você tem sempre que ver só o lado bom das coisas? Não existe perfeição…” Pois é, eu sei, também vou falar das desvantagens, que na minha humilde opinião, não chegam nem a ser desvantagens, mas sim dificuldades que de alguma forma impedem sua aplicação e/ou manutenção (no caso do fios de energia).
Vocês já viram nas ruas os postes com aqueles fios pretos, teimando em ignorar uma lei muito verdadeira que afirma que dois corpos (leia-se objetos) não ocupam um mesmo lugar, em um emaranhado que só de ver dá um nó na cabeça? Pois é, acredito que seja o que prevalece nos dias atuais, correto?
A parte ruim são os custos muito elevados, além de diversas dificuldades de praxe que são encontradas quando se planeja executar uma ação dessas, desde a restrição de movimentação de maquinários e equipamentos, por conta do trânsito, aos horários de execução e reclamações. Enfim, são inúmeros os empecilhos. Mas lembre-se de que nada é impossível.
Na grande maioria das cidades holandesas, bem como em outros países, e inclusive no Brasil (algumas localidades), existem postes de luz, porém, sem a poluição visual e os perigos dos fios externo. Eles são embutidos e ficam por baixo da calçada.
Aqui na Holanda, as ruas ficam lindas, visualmente limpas e sem falar que as prefeituras de alguma cidades colocam cestas com flores nos postes, o que torna ainda mais agradável aos olhos, deixando mais charmoso esse país tão lindo.
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Já as ruas compartilhadas, há quem apoie e há quem não goste tanto assim. Sem sombra de dúvidas é um tema que gera muita discussão. Para quem não sacou o que seria uma rua compartilhada, é nada mais nada menos que uma via onde não existem calçadas e nem o meio fio. Algumas ruas e calçadas são feitas, inclusive, do mesmo material, confundindo quem procura pela segurança. “Mas, Camila, por que deveria ser um item obrigatório na sua opinião?”
Porque as ruas compartilhadas consistem basicamente em eliminar sinalizações de trânsito, os semáforos e os limites espaciais. Gente, eu não fiquei louca não, a princípio pode parecer um caos, mas por incrível que pareça, FUNCIONA! Se não fosse o caso, as cidades de vários países ditos de primeiro mundo não teriam, concordam comigo?
O que acontece é que todos ficam mais atentos ao redor, a velocidades dos carros e bicicletas diminuem radicalmente, os pedestres também ficam mais atentos, e juntar toda essa atenção no que dá? Em ruas harmoniosas onde o índice de acidentes quase não existe por conta da baixa velocidade e todos têm um tempo de reflexo mais rápido! E qual é a desvantagem?
O que gera tanta discussão e bate-boca é que com essa unificação, por assim dizer, os deficientes perderam seus pontos de apoio (um meio fio, uma calçada com caminho específico de material diferente) e, o mais grave, perderam a noção de não saberem se estão seguros, se tem próximo um carro ou uma bicicleta que possivelmente venha a causar algum acidente.
Ainda sou da opinião que seja possível juntar as duas coisas: o compartilhamento com aplicações de itens para deficientes. E quanto à fiação subterrânea, sim, 100% a favor, além da estética, a segurança sempre estará em primeiro lugar.
Além desse conceito não ser ideia da minha cabeça, ÓBVIO, é mais antigo do que pensamos. Esses espaços compartilhados, também chamados de Woonerf em holandês, funcionaram bem muitos anos atrás, mas com o passar do tempo foram ficando cada vez menos amigáveis. Em 1976, a Holanda sancionou um projeto em que esse modelo de rua deveria ser adotado dali por diante. Hoje, o país conta com mais de 6 mil Woonerfs. A experiência provou que a quantidade de acidentes caia dramaticamente, em torno de 40%, e, inclusive, o fluxo de carros se reduzia. Com o aperfeiçoamento da técnica, os desenhos de novas Woonerfs foram sendo simplificados para redução de custos e para implantação numa maior quantidade de áreas (informação retirada deste site).
E aí, gostaram de saber mais um pouquinho sobre a Holanda? Me contem nos comentários! Beijos viajados e até o próximo artigo.