Um fim de semana em Valparaíso no Chile.
Valparaíso e Viña del Mar estão para os santiaguinos como a região de Santos está para os paulistanos: é destino certo de muitas famílias nos fins de semana (especialmente no verão) e nos feriados.
Viña del Mar é conhecida pelas praias, com água gelada sempre e vento frio a maioria do ano, mas que os chilenos adoram e Valparaíso é um polo cultural e boêmio. Uma espécie de Vila Madalena misturada com Rio Vermelho, só que no Chile.
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Como chegar
A opção mais comum para quem mora em Santiago é ir de carro, que demora apenas uma hora (sem trânsito). Para quem está de visita no Chile e sem automóvel, a melhor maneira é tomar um ônibus intermunicipal: é fácil, confortável e barato. Veículos da Pullman, TurBus, Condor, Romani e outras viações partem a cada 10-20 minutos dos terminais San Borja (metrô Estación Central), Alameda e terminal Sul (metrô Universidad de Santiago) e Pajaritos (metrô Pajaritos).
A passagem custa entre 2000 e 7000 pesos (11 e 41 reais). No Chile, os preços das passagens de ônibus variam conforme a demanda, assim como as de avião no Brasil. Para Valparaíso, os preços sobem no verão, nos fins de semana e feriados.
As empresas de turismo oferecem um pacote que inclui Valparaíso e Vina del Mar no mesmo dia, saindo de manhã e voltando no início da noite. Eu não recomendo, é mais caro que ir por conta, é pouco tempo pra cada lugar e você perde a vida noturna de Valparaíso; uma das coisas mais legais a se fazer na cidade.
O que fazer em um fim de semana em Valparaíso
- Walking tour
Eu recomendo o free walking tour – passeios guiados, a pé e com base em gorjetas – a todos os amigos que vem me visitar no Chile. A Free Tour Valparaíso tem saídas com guias em português, espanhol e inglês todos os dias às 10h e às 15h, com início na Praça Aníbal Pinto, no centro.
Nas três horas de passeio, o guia passa pela maioria dos pontos turísticos da cidade. É uma maneira rápida e barata de conhecer o que interessa. Não é necessário reservar e no fim do tour é sugerida uma gorjeta de 5.000 pesos chilenos (R$ 29). A contribuição é opcional, mas não esqueça que esse é o trabalho dos guias.
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- La Sebastiana, a casa de Pablo Neruda
Uma das três casas do poeta chileno e Prêmio Nobel de Literatura, Pablo Neruda, fica em Valparaíso. Hoje transformada em um museu que mostra a coleção de objetos do escritor e suas curiosas peças de decoração, que foi adquirindo ao redor do mundo – Neruda também era diplomata. A casa museu funciona de terça a domingo, das 10h às 18h. O ingresso custa 7.000 pesos (R$ 41).
- Ascensores e street art
Uma atração super típica e barata de Valparaíso é andar nos ascensores, funiculares que ligam El Plan (a parte baixa e plana da cidade) aos cerros (os morros, onde estão a maioria dos bairros). Os mais famoso é o Ascensor Artillería, que liga o cerro de mesmo nome à região portuária, e custa 300 pesos (R$ 1,70).
Na sua estadia em Valparaíso, reserve um tempo para simplesmente perambular pela cidade e tirar fotos. Na capital chilena do street art, cada parede é um clique. Nas pinturas mais famosas, como a “Escadaria de Piano” na Pasaje Beethoven, a pintura “We are not Hippies, we are Happies” e o mural “Ekeko” do grafiteiro Inti Castro, os visitantes formam até fila para tirar foto.
Além dos grafittis, Valpo, como é carinhosamente chamada, tem dezenas de casas (especialmente nos cerros Alegre e Concepción) que são cobertas de zinco e pintadas em cores vibrantes.
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- Vida noturna
Valparaíso é conhecida no país pelos bares onde artistas, turistas, universitários e locais se encontram para tomar uma cerveja (ou um vinho, um pisco, um coquetel) e jogar conversa fora até o amanhecer.
É no Cerro Alegre e no Cerro Concepción que rola grande parte da vida noturna porteña (sim, o pessoal daqui é porteño, igual o de Buenos Aires). Como mulher cervejeira que sou, um dos meus lugares favoritos é a Casa Cervecera Altamira (Av. Elias 126, em frente ao Ascensor Reina Victoria, aberto de segunda a quinta, das 17h à meia-noite, sextas e sábados das 17h à 1h) que tem rótulos artesanais feitos na própria casa.
Embora em Valparaíso seja comum as pessoas beberem nas ruas e praças, no Chile é proibido consumir álcool em lugares públicos. Vale a pena ficar de olho nos pacos (um apelidinho que os chileno dão aos policiais, o nome de verdade é “carabineros”) para não ter dor de cabeça.
Boêmia, multicolorida, artística e cheia de barzinhos e restaurantes, Valparaíso me ganhou desde a primeira vez que visitei o Chile, em 2010. Quando fui morar em Santiago, em 2018, a cidade se tornou a minha escapada preferida de fim de semana, mesmo no inverno.