Uma das coisas que eu mais curto em ser uma expatriada em Santiago do Chile é que a Cordilheira dos Andes (e nela as estações de esqui, termas, rafting e um montão de atividades) está a menos de duas horas da porta da minha casa.
Antes de vir morar em Santiago eu pensava que a Cordilheira dos Andes era um lugar turístico apenas no inverno, quando as pessoas iam praticar esqui e outros esportes de neve. Morando aqui, eu percebi que a ir à cordilheira é um passeio de fim de semana para os santiaguinos o ano inteiro, e que há muito o que fazer durante o verão.
Estações de esqui também têm passeios no verão
Sim, as estações de esqui abrem no verão e eu também não esperava.
A ausência de neve permite a prática de trekking e outras atividades pela Cordilheira dos Andes em lugares que, no inverno, é impossível andar.
O Valle Nevado, Farellones e El Colorado ficam a uma hora e meia de carro do centro de Santiago e no verão oferecem uma programação com trekking, tirolesa, cavalgadas e passeios de mountain bike.
Na estação de Portillo, já um pouco mais longe, a 150 quilômetros da capital, além de atividades como caminhada e bicicleta, é possível andar de caiaque na lagoa, que é super linda, rodeada pelas montanhas.
Termas Baños Colina
As piscinas termais ficam no meio da Cordilheira dos Andes, a 100 quilômetros de Santiago. No verão o local fica cheio, especialmente nos fins de semana. Enquanto os turistas chegam no final da manhã com os ônibus de turismo, muitos santiaguinos pernoitam (há uma área para camping) levando barracas e comida.
O céu tem poucas nuvens nesta região e dá para tomar um vinho vendo as estrelas e levando agasalhos pois lá, mesmo no verão, é friozinho à noite.
Os Baños Colina são vários poços de água naturalmente quente, na encosta da montanha. As piscinas mais próximas do topo, onde fica a fonte termal, são as mais quentes. A temperatura da água ultrapassa os 70 graus – não dá nem pra entrar de tão quente, sai até fumacinha.
É cobrada uma entrada de 8.000 pesos chilenos (aproximadamente 45 reais) por pessoa e por dia, para visitar o lugar. Quem pernoita paga a cada 24 horas de permanência.
Muitas opções no Cajón del Maipo
A região conhecida como Cajón del Maipo é a parte da Cordilheira dos Andes por onde passa o rio Maipo, formando um cânion. Fica a uns 60 quilômetros de Santiago (depende do ponto, pois o Cajón é extenso) e é outro programa super domingueiro dos chilenos. É um lugar bem acessível onde é possível chegar até em transporte público (metrô e ônibus).
É comum as famílias ou grupos de amigos se juntarem à beira do rio para fazerem churrasco ou piquenique durante o verão. Alguns simplesmente escolhem um ponto ao longo do rio, mas também há uma espécie de mini clubes – com piscina, banheiros e churrasqueira – que dá para alugar por dia.
Para os mais aventureiros, ao redor da praça do povoado San José de Maipo, há várias agências de turismo que organizam descida de rafting no rio Maipo, tirolesa, trilhas e outras atividades.
Eu fiz rafting algumas vezes e recomendo super, pois é muito divertido. A melhor época é em novembro e dezembro, quando o rio está mais caudaloso. Mas não se engane, mesmo no verão a água é geladíssima, pois os rios e lagos no Chile são alimentados pelo degelo na neve dos Andes (e não pela chuva, como é no Brasil).
Na volta do rafting, a pedida é parar em um dos quiosques que vendem empanada pelo caminho (na estrada mesmo). São maravilhosas e “enoormes”; duas já valem por um almoço. A empanada mais tradicional, que você irá encontrar em todo lugar no Chile, é a de pino (carne picadinha, cebola, azeitona, ovo cozido e passas).