Madri em dois dias: dicas baratas para quem têm pouco tempo
Madri e Barcelona são os lugares que primeiro vem a cabeça quando pensamos na Espanha. Na minha mente, pelo menos (e pelas músicas sertanejas no Brasil, onde São Paulo é bem longe de Madri, risos).
Ficava desenhada uma cidade grande e movimentada, mas diferente das grandes capitais do Brasil e com uma história de mais de 1000 anos para contar. Pois bem, não decepcionou.
Com seu pôr do sol de novela e seus bairros descolados, perfeitos para comer e beber, ou como dizem por aqui, “ir de tapas”, suas avenidas largas e parques enormes, para se estirar ao sol, no melhor estilo europeu.
Vou fazer por aqui uma visão geral do que foi Madri nas 48h que por lá passei: onde ir, o que fazer a pé e o mais importante, uns lugares legais para comer e afogar o calor do verão em cañas, nossa cerveja gelada.
Já adianto que meu tipo de viagem não é de fazer check na lista com todos pontos turísticos que os guias mandam, passear em todos os museus e gastar todos os euros que poderiam ser gastos em comidas, bebidas e em entradas.
Costumo pesquisar antes os que me agradam e penso se valem a troca por alimentos. Outros, são trocados por guloseimas. Cada um viaja de uma maneira. Sei que para alguns é super importante entrar no museu nacional, já que afinal, não sabe se vai voltar ali, ora bolas. E eles também estão cobertos de razão, mesmo viajando de uma maneira diferente da minha. Cada um fazer o que sente vontade é a chave da felicidade.
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No meu caso, se o lugar não tiver um toque para chamar a atenção, ou não for barato, ou de graça (sou dessas, e quem não?), prefiro investir meu tempo me perdendo nas ruas, entrando em cafés e bares charmosos, sentando em parques e tentando absorver o máximo que posso da verdadeira atmosfera da cidade.
Passeios baratos
Fiquei hospedada perto da GRAN VIA, o que foi ótimo, já que fica no meio da maioria das atrações e deu para fazer tudo a pé. Passear a noite a pé já é uma dica legal, já que tem uma parte que é como uma “mini times square”, com letreiros luminosos, cheio de restaurantes e gente fazendo apresentações.
Tem várias ruelas em volta para se perder olhando as lojas, os restaurantes e vendo a turistada (me incluindo nessa, claro). Andando pela Gran Via se chega ao Parque do Retiro, que não deu para passear muito, graças ao calor, saído das profundezas desérticas, que fazia no momento, mas no caminho até lá, se pode passar pela Plaza de Cibeles, com um Palácio lindo e a Puerta de Alcalá, que te fará lembrar outros arcos perdidos nas capitais européias, como o Arco do Triunfo, lindão, lá em Paris.
Para quem ama pôr do sol como eu, vale a pena fazer uma caminhada até o Templo de Debod, no Parque del Cuartel de la Montaña, perto da Plaza de España. O templo foi doado para a Espanha pelo Governo Egípcio. Antes ele ficava em Filas, pertinho da primeira catarata do Nilo e do grande centro religioso da deusa Ísis.
Além da chance de ver um monumento egípcio todo transferido para terras européias, tenho que contar que a vista do pôr do sol lá é impagável, valendo a disputa por um canto tranquilo para aproveitar.
Dica: leve seu vinho e “pica picas”, como dizem aqui, se acomode tranquilo na grama e aprecie um quadro pintado com a cidade de Madri de plano de fundo.
Tem a Plaza Mayor, que é cartão-postal de Madri, mas perde de longe para a de Sevilha, que conto em outro post. Ou seja, vale a olhada, mas por ser mais turístico, comer lá fica um pouco mais caro.
Sair de tapas
O Bairro La Latina foi meu lugar preferido em Madri. Tem ruazinhas mais medievais, tem a Cava Baja, que é uma rua só com barzinhos, tem grafite nas paredes e uma animação que não vai te deixar ir embora sem antes se sentar e tomar alguma coisa em um bar charmoso. Fui em dois bares que indico sem medo e sem dor no bolso:
La Chispera: com mesas na calçada igual brasileiro gosta, com ambiente descontraído e caña gelada. Não lembro perfeitamente, mas a caña (choppinho) fica entre 1,50-2 euros, mas cada uma vem com um tapa surpresa, que mesmo que alguém na mesa não peça na rodada, o tapa vem garantido. E são variados, dando aquela curiosidade: e na próxima, o que será que vêm?!?! Ah, e lá também é famoso pelo Vermut de grifo, para quem quiser provar, tirado da torneira, como nosso chopp.
El Buo: o nome já me encantou, pois falou de coruja, ganha minha simpatia. O bar estava lotado quando chegamos, mas o serviço é super eficiente e logo nos encaixaram em uma mesa. O preço da caña não varia muito.
Meus amigos! Façam um favor e peçam a “Tortilla de Patatas” do lugar. Serve bem quatro pessoas, com tempero na medida. Pedimos de “rabo de toro”, que veio desfiando no meio, e sem miséria. Só de lembrar o peito aperta de saudade.
Tem outros bares como o Museo de la Radio, Tupperware e mais retrôs, porém ficarão para a próxima, mas se alguém for, me contem como é.
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Dica: Se estiverem em busca de cerveja barata e um lugar autêntico e sem frescuras, procurem um Museu do Jamon, têm vários espalhados pela cidade. Normalmente é mais barato comer no balcão (aqui chamam de “barra”) do que sentar na mesa ou na calçada. Além da amizade que dá para fazer com quem está servindo que, às vezes, rendem petiscos mais generosos.
Conclusão
Um dia todo de passeio e uma noite de tapas e outra de piquenique com pôr do sol. Madri é encantadora, movimentada e viva. Para mim, essas 48h foram suficientes para conhecer a vida Madrileña.
Tem mais: vocês podem fazer um bate e volta saindo de Madri, para Toledo, por exemplo (que de bate e volta não tem nada, vale um dia de visita e uma noite, tranquilamente).
Ah, se você, como eu, tiver que ir no verão, não se esqueça do protetor solar e muita hidratação! A cidade é quente. E lembre-se que mesmo que aproveite um museu para fugir das horas de sol forte, as filas frequentemente são longas e sob um calor que não deixa em nada a desejar ao nosso querido Nordeste.
Tente se lembrar disso ao fazer seus roteiros, para evitar o estresse de caminhar ou enfrentar esse clima na rua. Só não vale deixar passar a oportunidade de conhecer um lugar novo por um suorzinho de nada.