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    Home»EUA»O furacão Harvey e eu – Parte I
    EUA

    O furacão Harvey e eu – Parte I

    Renata Salas CollazoBy Renata Salas CollazoDecember 17, 20172 Comments6 Mins Read
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    Esse texto talvez seja um dos mais difíceis que escrevi até agora. Minha experiência com o furacão Harvey ainda está longe de terminar: as imagens, as incertezas não me saem da cabeça.

    Vamos então ao que aconteceu e como eu estou lidando com isso; vou relatar como tenho convivido com a minha nova realidade. Não é nada pretensioso e, de forma alguma, é um manual ou guia, apenas mais uma vivência que muitas vezes, nós, brasileiras pelo mundo, enfrentamos.

    Uma semana antes da chegada do furacão Harvey, eu já havia me preparado como relato no meu texto “temporada de furacões”, pensei ser mais um na lista de pelo menos três ou quatro que já tinha passado. Ledo engano, esse marcaria de vez minha passagem na terra do Tio Sam.

    No dia 25 de agosto, uma sexta- feira, estava prevista a entrada do furacão na costa de Corpus Christi, cidade a mais ou menos 450 quilômetros de Houston. A categoria ainda assustava, seria a 3, mas pela distância sentiríamos apenas como uma tempestade tropical, o que, traduzindo em miúdos, seria muita chuva e vento. Havia a possibilidade de o Harvey nos atingir como categoria 1 por volta da terça-feira, mas nada confirmado.

    A chuva começou no sábado de madrugada e não deu trégua por 3 dias seguidos. A parte central da cidade já estava bastante alagada e outras regiões seguiam pelo mesmo caminho. Muitas áreas já estavam com o anúncio de evacuação obrigatória e a única solução seria tentar escoar a água o mais rápido e na maior capacidade possível.

    A região em que eu morava não estava na área de inundação da cidade, na verdade, nunca havia acontecido nada parecido. Estávamos tranquilos, apenas aguardando a chuva passar.

    Na segunda-feira pela manhã, o Harris County Flood Control District, o departamento distrital de controle de enchentes do condado (em tradução livre), decidiu que, devido ao grande número de bairros atingidos pelas chuvas contínuas, a melhor solução seria aumentar o volume de escoamento dos reservatórios do Addicks e Baker até o Buffalo Bayou (rio que atravessa Houston no condado de Harris). Os reservatórios de Addicks e Baker foram construídos na década de 1940 como parte de um projeto federal para reduzir os riscos de inundações ao longo do Buffalo Bayou, que corre de oeste para leste através do centro de Houston.

    Área do Medical Center próximo ao Buffalo Bayou. Foto cedida por Luis Vence

    O plano parecia perfeito. Como marcado, às duas da manhã, as comportas foram abertas com uma capacidade maior. Agora começa a parte interessante: eu morava exatamente do lado do Addicks, mas fora da zona de alagamento. As chances de ter inundação na minha área eram baixas, pois, além de tudo, a nossa vizinhança estava numa altura acima da capacidade total da represa, porém existia uma possibilidade que era: se as comportas não fossem abertas liberando o volume necessário, o reservatório poderia transbordar, e a ação que estava sendo monitorada sairia fora do controle e a evacuação seria a única saída.

    Essa noite foi a mais longa da minha vida, eu apenas olhava pela janela e via a água se aproximando da minha casa.

    Durante todos os dias, os canais de televisão de notícias só divulgavam o noticiário local: as regiões alagadas, rotas de evacuação, os abrigos disponíveis, condições das estradas, os salvamentos, como proceder em caso de evacuação, etc. Todas as coletivas de impressa eram transmitidas na íntegra e ao vivo, não desgrudávamos da TV. As redes sociais também distribuíam orientação e informação.

    Às seis da manhã da terça-feira, dia 29, os responsáveis pelo departamento de controle de inundações anunciaram que, infelizmente, as medidas tomadas não foram efetivas e que, pior, as regiões ao redor dos dois reservatórios estavam sob evacuação mandatória, pois o aumento do volume não estava sendo suficiente e a chuva ainda continuava intensa, o reservatório não comportava mais tal volume e começava a transbordar, ou seja, aumentar ainda mais a vazão de escoamento poderia causar uma tragédia ainda maior e alagar totalmente a cidade do Addicks ao Buffalo Bayou. Então sair da região seria a única forma de ficarmos seguros.

    Minha mochila para a evacuação já estava preparada, mas a água já estava na altura do joelho e sair caminhando não seria uma boa ideia.

    As sugestões para ser resgatado eram: colocar um lençol branco no telhado da casa, pois vários helicópteros sobrevoavam a região, ligar para o serviço de emergência, o 911, manter-se calmo e aguardar. Eles eram categóricos ao falar para ninguém se arriscar, todos seriam resgatados.

    Consegui cumprir todas as sugestões dadas até um certo momento, depois você não tem mais controle e a sua fértil imaginação toma as rédeas da situação. A essa altura, no meu condomínio a única forma de se sair com segurança seria de barco. Em um grupo privado, em uma rede social, os moradores trocavam informações e, conforme iam sendo resgatados, informavam a localização de outras famílias.

    Às duas da tarde, uma lancha com cinco bons samaritanos chegou a minha casa. Quando abri a porta, a água entrou em uma grande onda, uma água com odor fétido e escura. Eles se aproximaram, pegaram minha filha no colo para não se molhar, me ajudaram com as minhas duas cadelinhas e eu, naquele momento, não pensava se a água era fria, quente, suja, limpa; na minha frente eu só via a lancha, minha esperança de sair sã e salva.

    Sentei no barco, a chuva nos molhava, meus olhos não acreditavam no que eu estava vendo: as ruas deram lugar a um imenso lago – fundo e grande o suficiente para barcos, lanchas, jet skis circularem livremente.

    Ainda em estado de choque, olhei pra trás e dei adeus para minha casa, rezei para que ela ficasse protegida e logo eu pudesse voltar. Sabia que aquela Renata que estava partindo não seria mais a mesma quando retornasse.

    Hoje, no dia nove de outubro, 41 dias se passaram e ainda estou distante de voltar para casa.

    No próximo texto conto como foi a experiência da evacuação e como voltei a viver uma vida normal ou a tentativa de.

    See you soon.

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    Renata Salas Collazo
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    Renata é carioca e formada em Microbiologia e Imunologia pela UFRJ, com Mestrado em Biofísica e Doutorado na Universidade da Florida. Já circulou pela Polônia, Abu Dhabi e agora está na sua terceira temporada nos Estados Unidos. Apaixonada por Ciência, integra com orgulho o time de ouro dos cientistas da Plataforma de Imunoterapia do MD Anderson Cancer Center em Houston, Texas. É autora do blog Maria aqui e ali (www.mariaaquieali.com) onde conta as suas viagens pelo mundo e a vida no Texas com a família.

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    2 Comments

    1. Lilian Azevedo on December 18, 2017 10:14 am

      Renata acompanhei pelo Facebook um pouco desse seu momento tao delicado e dificil. Desejo que vcs tenham conseguido reconstruir a casa e estejam bem. Um 2018 com muita paz e alegria pra vocês.
      Beijos

      Reply
    2. Guaciara on December 19, 2017 10:13 am

      Nossa, Re, que texto!!! Tô impressionada, vou aguardar pelo próximo. Seu relato está de arrepiar.

      Reply

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