Quando você muda para outro país, a pergunta: ‘Onde vou morar?’ sempre vem à tona. Essa é também uma conversa comum entre os amigos que tenho aqui em Sydney. Então achei que seria interessante abordar este tema, onde morar em Sydney.
Posso dizer que a Austrália é o país intercâmbio. Em todos os lugares é possível encontrar estudantes de diversas nacionalidades. Gente de todos os países e várias idades e toda essa gente precisa, claro, de um lugar para chamar de seu.
As opções também são muitas; todas com seus prós e contras, dependendo das preferências de cada um e do orçamento. Em todas elas, em geral, o pagamento é feito por semana ou quinzena – assim como acontece com o salário.
Antes de chegar ao país muitas pessoas escolhem a opção Home Stay, que é a casa de família, onde é possível ter uma convivência legal com uma família australiana (ou não, é também possível ficar em uma casa com apenas uma senhora idosa que pouco conversa com você, ou com uma família de imigrantes chineses que pouco fala inglês). Mas esta pode ser uma boa opção para o primeiro mês e também para estudantes menores de idade, que podem ter aqui um pai e uma mãe postiços. O custo varia em torno de AU$ 250 por semana, dependendo do lugar, se inclui alimentação e mais algumas coisas.
Assim que as pessoas chegam, conhecem gente, fazem amigos e entendem um pouco mais como funciona o esquema das moradias. Aí o próximo passo pode ser a Share Accommodation, que nada mais é do que as repúblicas de algumas universidades brasileiras. Essa opção é excelente pra quem não se incomoda de dividir a casa com outros moradores; é também ótimo para conviver com gente de todo o mundo e desenrolar no idioma (se a pessoa estiver disposta a se jogar em uma share com gente de todo canto claro).
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É também mais barato e dá a possibilidade de morar perto das praias ou da Sydney City pagando um valor razoável. Os valores variam muito: já que é possível dividir o apartamento/casa com duas amigas – cada uma tendo o seu quarto -, ou com dez pessoas – e dormir em um quarto com mais três pessoas. Por isso o preço pode variar de AU$ 150 a AU$ 300, pra mais e para menos.
Encontrar essa opção não é muito difícil e muitas vezes a pessoa já vai entrar em um apartamento que já está alugado por outro morador e vai contribuir pagando a sua parte no aluguel. Em geral, na share também estão incluídas as despesas de internet e energia. E muitas já são mobiliadas. Se a pessoa vem sozinha, ou apenas com o marido/esposa pode ser uma opção excelente antes de dar o próximo passo – que é alugar o próprio apartamento.
Para alugar um apartamento sozinho o processo é um pouco mais burocrático. Em cada bairro existe pelo menos uma imobiliária e é lá que você vai encontrar as ofertas que cabem no seu bolso. Tudo depende, claro, de onde se quer morar, que tipo de apartamento/casa e as condições do imóvel.
A 40 minutos de distância de trem da Ópera House, por exemplo, pode-se pagar AU$ 400 por semana. Nas praias e mais perto da cidade, esse valor sobe para AU$ 600, AU$ 800 por semana.
Para visitar o apartamento/casa, a pessoa tem que ficar atenta aos dias das inspeções – são cinco minutos, às vezes em uma tarde de sábado para conhecer o local. O corretor abre a porta, os interessados visitam e depois apresentam os documentos necessários. Aí complica um pouco. Por isso, é mais fácil alugar uma casa depois de um tempo no país.
Isso porque é necessário apresentar algumas referências de cidadãos australianos, passaporte e visto, comprovante de renda daqui ou uma carta de suporte financeiro. E, mesmo que esteja tudo certinho, pode ser que o proprietário não queira alugar para alguém com seu perfil – então a busca tem que recomeçar. Ao ser aceito, começa o processo de pagamento. E a palavra é Bond – um depósito (caução) de 2 ou 4 semanas de aluguel pago quando a casa/apto é alugada. O valor pode ser recebido de volta ao final do contrato – em geral de 12 meses – se nenhum dano à propriedade for constatado.
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Ah sim, como toda grande cidade, se a passagem por aqui for rápida, há também Backpackers, pousadas (lodges) e muitas opções no Airbnb (onde as pessoas alugam as próprias casas por pequenos períodos).
Com dois filhos, eu e minha família optamos por morar a cerca de 30 minutos da cidade em um apartamento de dois quartos. Nossa busca até que não foi tão árdua.
A qualidade de vida aqui em Sydney é imensa. Qualquer bairro que você morar vai ter um belo parque para tomar sol e fazer caminhadas, comércio e transporte público por perto.
Seja qual for a opção é sempre legal ter referências. Comunidades de brasileiros, agências de estudantes, conhecidos que já moram no país podem dar uma luz sobre as melhores opções que atendem ao seu perfil. E, claro, aqui também tem golpe. Uma amiga minha russa passou por isso e perdeu dinheiro ao fazer um depósito para segurar o imóvel. Depois do depósito o proprietário sumiu e ela ficou sem dinheiro e sem casa pra morar.
Alguns sites de busca de moradia aqui em Sydney são:
2 Comments
Fabiana, bom dia,
Obrigada pelo texto. Fico aliviada cada vez que encontro algo que ajude mães com filhos que desejam mudar para Austrália. Aventuras são maravilhosas, mas com filhos a coisa fica um tanto mais complexa. No meu caso, tenho dois filhos, uma de 7 e outro de 13. 🙂
Você poderia, por favor, nos indicar bairros mais tranquilos para morar com família? Porque é muito comum encontrar indicações de bairros com baladas, pubs, programação intensa, colado na praia. E como mãe, minha preocupação maior é morar em um local seguro, com boas escolas, comercio próximo para ir a pé, transporte e que não seja tão longe do centro (30-40 min). Praia é bom, mas a intenção é ir somente no fim de semana. Vida de mãe é loucura e, inicialmente, só meu marido vai trabalhar. Então terei que me virar sozinha com meus filhotes.
Agradeço antecipadamente,
Camila
Olá Camila,
A Fabiana Marinelo parou de colaborar conosco, mas temos outras colunistas na Austrália que talvez possam te ajudar.
Você pode entrar em contato com elas deixando um comentário em um dos textos publicados mais recentemente no site.
Além disso, aconselhamos que você também acesse o site: https://www.brasileirinhospelomundo.com
Obrigada,
Edição BPM