Facebook Twitter Instagram
    BrasileirasPeloMundo.com
    • Home
    • Sobre o BPM
      • Time do BPM
      • Autoras
      • Contato
      • Na Mídia
      • Blogs
    • Colabore
    • Custo de Vida
      • Quanto custa
      • Cheguei e agora?
      • Custo de Vida Pelo Mundo
    • Países
      • Alemanha
      • Austrália
      • Áustria
      • Canadá
      • EUA
      • Espanha
      • França
      • Inglaterra
      • Itália
      • Japão
      • Polônia
      • Portugal
      • Suécia
    • Mais
      • Dicas para viajar sozinha
      • Relacionamentos online
      • Turismo Pelo Mundo
      • Vistos
    • Intercâmbio
      • Intercâmbio pelo Mundo
    Facebook Instagram
    BrasileirasPeloMundo.com
    Home»Entrevistas»Profissões Pelo Mundo – Cientista na Finlândia
    Entrevistas

    Profissões Pelo Mundo – Cientista na Finlândia

    Ann MoellerBy Ann MoellerNovember 21, 2015Updated:May 9, 20173 Comments7 Mins Read
    Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr Email
    Share
    Facebook Twitter LinkedIn Pinterest Email

    A entrevistada de hoje é a Vanina Heuser, paranaense criada no Rio Grande do Sul, doutora em Genética e Biologia Molecular e atualmente trabalhando com biomarcadores em melanoma e glioblastoma na Finlândia.

    BPM – Como tem sido a sua trajetória profissional? 

    Vanina – Eu fiz Licenciatura em Ciências Biológicas, depois Mestrado e Doutorado em Genética e Biologia Molecular, no Brasil. Trabalhei como professora num Universidade Particular por 2 anos. Pedi demissão, larguei tudo no Brasil, e vim trabalhar como pós-doutoranda na Suécia e depois na Finlândia.

    BPM – Você fez faculdade ou algum outro curso específico na Finlândia?

    Vanina – Nunca fiz curso na Finlândia. Participo de eventos, como conferências e seminários.

    BPM – Como é a sua rotina? A que horas começa a trabalhar e qual é a sua carga horária?

    Vanina – Eu moro perto do trabalho (3 km), portanto vou de bicicleta. Chego entre 8:30 e 9 horas e termino entre 16:30 e 17 horas. Sempre depende do que tem pra fazer no dia, porque quando se trabalha com experimentos a rotina nunca é igual. Meu contrato de trabalho (especificamente) diz que tenho que trabalhar 8 horas por dia (contando 35 minutos de almoço), totalizando 1.600 horas por ano. Eu sou responsável por anotar horas extras ou não cumpridas, ou horas duplas se for no final de semana. O detalhe é que ninguém vai confirmar nada. Depois de trabalhadas as 1.600 horas, o resto dos dias é pra férias. O resultado é que a gente acaba trabalhando mais do que deveria, mas isso porque trabalhar com pesquisa é divertido. A universidade tem a politica de permitir que se trabalhe em casa também, e tudo é mais flexível pra compensar os salários que geralmente não são altos.

    BPM – Quais as diferenças na sua profissão, se houver, entre o Brasil e a Finlândia?

    Vanina – No Brasil eu jamais poderia trabalhar com pesquisa sem ter que dar aula e ficar muito sobrecarregada. Esse foi meu motivo para sair de lá. Aqui a profissão de pesquisador é reconhecida, temos salário e sindicato. No Brasil quem quer fazer só pesquisa tem que se contentar com bolsa, livre de impostos e também sem direitos trabalhistas. Quando acaba a bolsa no Brasil, o pesquisador fica sem absolutamente nada. Aqui a gente paga o sindicato e, quando a bolsa acaba ou o contrato de trabalho que paga salário termina, o sindicato cobre o salário-desemprego pago pelo governo. Isso garante que por 500 dias úteis o pesquisador continue ganhando mensalmente quase o mesmo valor líquido de um salário, até arrumar outro emprego. Outro aspecto importante é que ter férias é considerado necessidade e não luxo.

     

    BPM – Que cursos você recomendaria para as brasileiras que queiram ingressar na mesma profissão e seguirem carreira na Finlândia? 

    Vanina – Eu diria que é mais fácil fazer mestrado e doutorado no Brasil, primeiro em função da língua. Depois, se o pesquisador tiver boas publicações, fica fácil conseguir uma vaga de pós-doc na Finlândia ou em qualquer lugar. As publicações é que contam. Aqui ninguém nunca me pediu pra ver os documentos do CV. Fazer doutorado também é uma opção, mas tem que se levar em conta que a exigência é alta e o conhecimento da língua inglesa tem que se bem avançado pra se escrever uma tese inteira. Biologia molecular, genética, informática, engenharia: pra qualquer dessas profissões tem vaga na área acadêmica e até na indústria, usando só inglês.

    BPM – Qual a média de salários para uma pessoa iniciante e já no topo da carreira?

    Vanina – Estudantes de doutorado recebem em torno de 1.972 euros brutos por mês, e esse valor vai subindo conforme o número de publicações, mérito, experiência e responsabilidades. Um professor (posição de professor e não docente, como são os professores no Brasil) recebe no máximo 9.993 euros, isso antes de descontado o imposto que deve ser altíssimo pra quem tem esse salário todo. Eu recebo a média da população: 3.311 euros brutos por mês; pago 29% de imposto e recebo líquido o valor de 2.350,00 euros. O imposto é alto, mas recebemos cada centavo de volta com os serviços do Estado, diferentemente do Brasil. Meu salário não é alto, mas dá pra viver relativamente bem.

    BPM – Como é trabalhar em uma área científica, em outra língua, sendo mulher? Você sente alguma espécie de discriminação?

    Vanina – No ambiente científico existe um predomínio de mulheres em todos os lugares. No meu grupo de pesquisa somos mais de 10 mulheres e dois homens, contando com o chefe. Nunca me senti discriminada por ser mulher, mas claro que por causa da língua, já me senti bem excluída em várias conversas e decisões. Centros de pesquisa são conhecidos por serem internacionais, a língua oficial é inglês, mas claro que os nativos querem falar uns com os outros na sua língua, não e difícil de entender. É um ambiente privilegiado, não acredito que sofreria discriminação se eu fosse negra, por exemplo. Mas fora daqui eu sei que o povo em geral é racista e um tanto preconceituoso com estrangeiros.

    BPM – Qual seria o aspecto mais positivo e o negativo (se houver) de ser profissional na sua área, na Finlândia?

    Vanina – Os aspectos positivos já foram listados acima. Os negativos são a instabilidade do trabalho por contratos de curta duração. Mas isso é assim no mundo todo, não é só aqui. E a língua, claro. Mesmo que se esteja num ambiente internacional, muita gente se recusa a falar inglês, ou não sabe. Finlandês é uma língua muito difícil, só fica atrás do chinês.

    BPM – Você acha que teria as mesmas chances na carreira se estivesse no Brasil, ou o fato de estar na Finlândia lhe proporciona mais opções profissionais?

    Vanina – Se eu tivesse ficado no Brasil agora eu estaria num emprego permanente, sendo infeliz dando aula, exausta, louca pra fazer pesquisa, mas sem tempo e nem recurso pra isso. Fiz a escolha certa, mesmo que não tenha certeza sobre meu futuro. O fato de se ter mais investimento em pesquisa aqui garante que algum tipo de contrato, apesar de temporário, sempre vai aparecer pra alguém que tem experiência na área. Então eu sei que sim, aqui eu tenho mais opções que no Brasil.

    BPM – Como você concilia a vida de mãe e profissional em uma cultura diferente do Brasil, onde ajuda de fora é raro?

    Vanina – A família faz muita falta. Não só pela ajuda, mas pela companhia, mesmo. Mas se tem uma coisa que eu aprendi morando fora do meu país e convivendo com gente de todos os lugares do mundo é que as pessoas são bem parecidas e têm as mesmas prioridades básicas. A cultura no final das contas não é tão diferente. Algumas pessoas acham que os finlandeses são fechados, desconfiados. Pode até ser, mas se você tem um cachorro ou uma criança, muitos vão conversar contigo na rua, por exemplo, então não são tão chatos assim. E se existem lados ruins da cultura, isso é compensado pela segurança, pelas baixas taxas de violência, boas escolas, bom sistema de saúde. Tudo isso me deixa tranquila enquanto passo o dia no trabalho e a minha filha está na escola. Sei que quando ela crescer e for adolescente vai me culpar por tê-la deixado longe da família. Por outro lado, se voltarmos ao Brasil, ela iria perder muitas oportunidades que teria tido aqui. Veremos. Minha filha tem 7 anos e é muito social, faz amizade muito fácil. Temos alguns amigos com os quais podemos contar se precisarmos. E o meu marido, talvez por estarmos sem o machismo imposto pelo sociedade brasileira, é um super pai que compensa a minha vida de profissional sempre ocupada.

    Textos relacionados

    • Natal em tempos de guerra
    • O medo da mudança
    • Passatempos que os ingleses gostam
    • Países para morar fora do Brasil
    • Violência doméstica e contra a mulher pelo mundo
    • Melhores países para morar se você for mulher
    Clique aqui para ler mais artigos da mesma autora
    brasileiras cientistas pelo mundo cientista Vanina Heuser cientistas brasileiros na Finlândia doutorado na Finlândia fazer pesquisas na Finlândia morar na Finlândia Vanina Heuser
    Share. Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr Email
    Ann Moeller
    • Website
    • Facebook
    • Instagram

    Ann é paulista de Santos e mora na Europa desde 1990. Morou em Lisboa por 6 anos onde estudou Engenharia no Instituto Superior Técnico, Dusseldorf, na Alemanha por 6 meses, 24 anos na Inglaterra e desde 2020 está na Polônia. É criadora & editora chefe da plataforma colaborativa Brasileiras Pelo Mundo/BPM. Recebeu o Brazilian International Press Award em 2013 na Categoria Evento Comunitário, pelo I Encontro das Brasileiras Pelo Mundo e já organizou vários Encontros do BPM em Londres e em Stuttgart, na Alemanha.

    Related Posts

    Conheça o processo de restituição da cidadania lituana

    September 6, 2021

    Profissão na Alemanha: Limpador(a) de Chaminé

    March 30, 2021

    Profissão na Alemanha: Fisioterapeuta

    February 10, 2021

    3 Comments

    1. Patrícia G on May 24, 2016 10:05 am

      Bom dia Ann, descobri o site hoje, procurando informações para novamente sair do Brasil (morei na Inglaterra por 3 anos). Sou Fisioterapeuta formada e andei buscando países onde a burocracia para o registro do meu diploma não fosse tão grande, pois já tentei em UK mas nossos currículos são incompatíveis. Canada é onde todo brasileiro gostaria de ir, portanto…sem contar que apesar da minha experiência, já não tenho 20 aninhos… e o Canada quer gente jovem!
      Pensei em países onde as pessoas talvez nem imaginem ir, e Finlândia já tinha despertado meu interesse pois tenho um amigo que passou algum tempo lá como professor de Jiu Jitsu.
      Gostaria de saber se tenho como entrar em contato com a Vanina para maiores informações. Sei que ela não é Fisio mas é tbém da área da saúde e morando lá poderia talvez me dar algumas informações sobre essa minha “empreitada”. O Brasil cada dia está mais difícil não somente em morar, mas trabalhar.
      Agradeço se puder fazer esse ‘link’ entre nós. Caso prefira por favor passe meu email a ela e veja se ela pode me mandar um email que retorno.

      Parabéns pelo blog, fantástico!
      Beijos
      Pat

      Reply
      • Vanina on July 26, 2017 10:39 am

        Olá Pat,
        So hoje vi que tinha esse comentario. Meu email: vaninaheuser@gmail.com

        Vanina

        Reply
    2. Evelyn on September 16, 2017 8:04 pm

      Achei a entrevista muito instrutiva. Parabéns à
      Vanina pela coragem e determinação. Sucesso!
      Bjs
      Evelyn

      Reply

    Leave A Reply Cancel Reply

    This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

    • Facebook
    • Instagram
    Curiosidades Pelo Mundo

    Novas gírias e expressōes faladas nos Estados Unidos

    By Alessandra FerreiraMarch 1, 20230

    Olá! Mais um ano se passou, agora o Covid-19 e a pandemia ficaram cada vez…

    Terremoto na Turquia

    February 10, 2023

    Natal em tempos de guerra

    December 21, 2022

    10 fatos mais chocantes ao mudar para Turquia

    October 25, 2022
    Categorias populares

    Green Card e Residência permanente após o casamento

    April 26, 2015

    Como morar legalmente na Espanha

    August 7, 2015

    Como estudar no Ensino Superior em Portugal

    August 14, 2014

    Como é morar em Santiago no Chile

    June 28, 2014

    Validação do diploma brasileiro nos EUA

    May 20, 2016

    Cinco razões para não morar na Dinamarca

    April 19, 2015

    É brasileiro e reside no exterior? A Receita Federal ainda lembra de você!

    February 9, 2017

    Passo-a-passo para fazer mestrado ou doutorado com tudo pago nos EUA

    March 2, 2016
    BrasileirasPeloMundo.com
    Facebook Instagram
    • Sobre o BPM
    • Autoras
    • Na Mídia
    • Anuncie
    • Contato
    • Aviso Legal
    • Política de privacidade
    • Links
    © 2012-2023 BrasileirasPeloMundo.com

    Type above and press Enter to search. Press Esc to cancel.