Turismo na Ilha de Jeju, na Coreia do Sul.
Viajar dentro da Coreia do Sul é uma oportunidade gratificante para qualquer turista, com
um sistema de transporte compreensivo e simples de usar, o país parece moldado para garantir que seus próprios habitantes – e de quebra os estrangeiros – conheçam a terra em detalhes.
Com a vinda do verão vem as férias e o tráfego nos aeroportos e terminais de ônibus e trem aumentam consideravelmente, com mais o clima de calor e chuva, a impressão inicial é de que a estação das férias não vem agradável para se aproveitar o próprio país. Ainda assim, cidades costeiras como Busan e a ilha de Jeju ainda oferecem um clima mais receptivo até para aqueles que não podem fazer viagens em época letiva.
Na última semana viajei para a famosa ilha de Jeju e acredito que minhas experiências podem ajudar outras brasileiras a se aventurar na chamada “Havaí da Península”.
Por que (ir para) Jeju?
A maior ilha da península coreana foi formada por atividades vulcânicas há milhares de anos, hoje em dia oferecendo paisagens singulares para os turistas do continente que buscam um passeio ligado à natureza e sem a moleza de umas férias típicas na praia.
Possuindo alguns locais tombados como patrimônio da humanidade pela Unesco, uma verdadeira experiência de visita à ilha compreende caminhadas e escaladas
revigorantes em uma região que ainda mantém características distintas da península coreana tanto em seu povo quanto em sua natureza.
Como chegar lá
A rota Aeroporto de Gimpo, em Seul, ao Aeroporto Internacional de Jeju é a rota área mais
movimentada do mundo, fato completamente comprovado na rapidez com que passagens baratas de avião na rota vendem rápido.
Todas as empresas coreanas oferecem passagens na rota e a empresa Jeju Air se dedica
exclusivamente a oferecer mais de 10 voos por dia. Ainda na opção aérea, voos para Jeju também saem do Aeroporto Internacional de Incheon, perto de Seoul, e do Aeroporto Internacional em Busan, a segunda maior cidade do país. Também de Busan é possível ir para a ilha de ferry, uma via naval mais barata e longa. Passagens para Jeju não costumar ser caras, mas podem ser custosas se compradas “em cima da hora” ou em um “rush hour” de fim de semana quando os coreanos estão, igualmente, indo e saindo da ilha. Planejamento é o conselho.
Transporte em Jeju
Apesar de conter uma frota decente de ônibus, a forma mais conveniente de explorar a ilha
é definitivamente através do aluguel de carro ou bicicleta – um negócio rentável para os habitantes.
Para muitas atrações o ônibus só aparece a cada hora e não em todas as paradas!
Se planejada com adiantamento, uma viagem dependente das rotas de ônibus que saem da cidade, mais alguma flexibilidade financeira para se usar táxi, é possível de ser realizada e curtida (como foi minha experiência). Mas a recomendação definitivamente fica para o aluguel de um veículo que dê autonomia e segurança de horário – e para isso uma carteira de habilitação internacional é necessária!
Clima
Jeju possui clima mais ameno do que outras partes da península, mesmo no verão a
temperatura não passando em média os 28 graus. Deve se ter cuidado, porém, com a umidade geral do verão e as chuvas constantes durante os três meses de junho a agosto. O inverno é frio, com temperaturas beirando os 0 graus Celsius apesar da falta de neve geral.
Atrações
As atrações essenciais de Jeju envolvem uma boa dose de esforço físico, em sua maioria.
Não faltando em beleza, porém, as recomendações a seguir são de teor pessoal e limitadas, grande maioria demanda um preço de entrada, numa média de 5 dólares.
Cavernas Manjang
Tombadas pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade em 1962, a caverna que fica
situada no nordeste da ilha tem cerca de 13 km de extensão, mas somente 1km aberto para turistas – pesquisadores e arqueólogos ainda continuam a explorar o imenso túnel formado por lava que é casa de algumas espécies de animais e de incríveis formações geológicas. A temperatura na caverna é constantemente abaixo de 20 graus, um alívio no verão.
Praia Hamdeok
Deliciosa enseada com poucas ondas e um tapete de areia que permite se entrar longe na água.
Praia Hyeopjae
Definitivamente a praia mais bonita da ilha, quando se tem sol é possível se deliciar com a visão das águas azuis quase caribenhas.
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Seosang Ichulbong
O “Pico da Manhã” no sul da ilha oferece uma vista espetacular da baía da cidade de Seogwipo, fato registrado mesmo numa difícil subida embaixo de chuva. Gratificante, a subida e descida não somam mais de 50 minutos, simpática até às sedentárias aventureiras.
Parque Hallim
Há uma distância de 10 minutos de caminhada da praia Hyeopjae, o Parque possui quase 100 mil m2 e conta com diversos jardins temáticos (por flores ou por ecossistema), uma
caverna, uma representação de uma tradicional vila de Jeju, parque para crianças e outros.
Menções honoráveis: Cachoeiras – apesar de não surpreender a
acostumada turista brasileira, as pequenas cachoeiras e estuários espalhados pelo sul da ilha oferecem uma puxada caminhada e refresco, mesmo que muitas não sejam abertas para banho; recomendação estuário Donnaeko! e Parque Nacional Montanha Halla – provavelmente a visita mais famosa de Jeju, a aventura de se chegar até o pico e descer pode tomar até 9 horas de um dia, com outras opções de trilhas mais sedutoras para essa particular turista (até 50 minutos!), também entre os patrimônios da humanidade tombados pela UNESCO.
Comida
Um dos pratos mais famosos da Coréia, o “bacon” de barriga de porco grelhado (samgyeop-sal) ganha uma versão ainda mais especial em Jeju: o churrasco de porco preto, o famoso porco criado somente na ilha. Não barato, mas indispensável, curtir um churrasco de Heuk-dweji (literalmente “porco preto”) acompanhado do makgeolli tradicional e dos acompanhamentos típicos da ilha são essenciais para se ter a experiência completa da ilha.
Não surpreendentemente também, Jeju é rica em restaurantes que servem versões
coreanas e mais típicas de peixe e frutos do mar – ensopados, grelhados e afins. Tudo geralmente vindo fresco, em Jeju é até possível se deliciar com o que conhecemos como “sashimi”, “hwe”; em coreano, cortes de peixe cru. Sem salmão e atum, porém, a viajante corajosa desfrutará de uma seleção de peixes locais mais magros que as alternativas japonesas.
Minha (muito curta!) visita à ilha foi inesquecível e abriu minha mente no entendimento do
que é a Coreia, e nas maravilhas que a natureza provê gratuitamente. Espero que todas que visitem o país tenham a chance de dar uma passeada.