Uma brasileira na República Dominicana
Fazem exatos seis meses que estou vivendo na República Dominicana, um pequeno pedaço de paraíso no meio do Mar do Caribe. Quando surgiu a proposta da mudança, eu não fazia idéia do que era o país com relação a tamanho, costumes, custo de vida… nada! E assim, começaram as minhas pesquisas.
Primeiro fato: não confunda com a Dominica, outro país caribenho. A República Dominicana é o segundo maior país do Caribe, ficando atrás apenas de Cuba. Está localizada na ilha Hispaniola (ou Espanhola), que é parte do arquipélago das Grandes Antilhas na região do Caribe, e que divide-se entre República Dominicana e Haiti, única fronteira terrestre do país.
Em sua capital, Santo Domingo, vivem cerca de 1 milhão de habitantes, dos seus estimados 10 milhões totais. Um país cheio de história, marcado por ditaduras, intervenções dos Estados Unidos, que tem um povo extremamente solícito e acolhedor, uma culinária marcante e deliciosa, e que tem a música e o esporte como os grandes pilares da cultura local.
Na música e na dança são a bachata e o merengue que fazem sucesso entre os dominicanos, enquanto o basebol é o esporte favorito.
Na República Dominicana, faz sol e calor praticamente o ano inteiro. Sua média anual de 26ºC faz com que o turismo seja um dos maiores potenciais na economia do país. Suas belíssimas praias e campos de golfe estão entre as principais atrações da ilha, o que faz deste o destino mais visitado de todo o Caribe.
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Afinal, quem nunca ouviu falar de Punta Cana, sua areia fina e branquinha, e seu mar azul turquesa? A temporada de alerta de furacões acontece no período entre 1 de junho a 30 de novembro.
Porém, apesar desse dado, o ultimo furacão forte que atingiu a República
Dominicana foi o furacão Georges, em 1998. Mais recentes, em 2017, os furacões Irma e Maria também passaram pelo país, mas não causaram nem de longe, o impacto do Georges.
Para visitar a República Dominicana
A forma mais fácil de vir do Brasil para a Republica Dominicana, é fazendo conexão no Aeroporto de Tocumen, no Panamá. De lá, saem diariamente voos para o Aeroporto Internacional Las Americas, em Santo Domingo.
Além deste, existem ainda mais oito aeroportos internacionais em outras províncias, como Punta Cana, La Romana e Samaná, alguns dos destinos que mais recebem turistas do mundo todo.
Para a entrada no país não é exigido visto, apenas passaporte com validade de pelo menos seis meses no momento da entrada. Até abril de 2018 era cobrada uma taxa no valor de U$D 10.00, chamada de “tarjeta turismo”, porém a mesma passou a ser cobrada diretamente no valor da passagem.
O idioma oficial da República Dominicana é o espanhol, e a moeda é o peso dominicano (DOP). O idioma não foi um grande problema para mim.
Ainda que cada país fale o espanhol de forma muito particular, me comunico bem (dica: o espanhol não é tão similar ao português quanto pensamos. Portanto, estude o idioma, o nosso “portunhol” não ajuda em nada!).
Já com a moeda, confesso que ainda fico um pouco confusa com as conversões, mas basicamente a conta é: 1 dólar vale 50 Pesos, ou 1 real vale cerca de 13 pesos.
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Os desafios da mudança
Quando chegamos aqui, senti um impacto grande. Sai com a minha família do Panamá – país que está em pleno desenvolvimento, onde já vivíamos há um ano e meio e completamente adaptados – para o interior da República Dominicana.
Como muitos lugares aqui, a cidade em que vivemos é uma cidade simples, porém com praias lindas, contato direto com a natureza, além de muita tranquilidade.
Considero esse o meu maior desafio na vida de expatriada até agora. Viver no interior, onde nem tudo está acessível, onde nem sempre tenho a opção de escolher o que mais me convém.
Mudança já é um fato que gera uma certa ansiedade; mudar para o interior de outro país me provocou algumas noites sem dormir antes de chegar. Como eu me adaptaria? Ficaria isolada do mundo? E a escola para minha filha, será que encontraria algo que nos
atendesse bem?
Entre muitos outros mínimos detalhes que eu pensava, e que nem sei se valeria citá-los aqui (segredo: onde eu compraria meu shampoo favorito, por exemplo, risos). O fato é que foi uma mudança radical, apesar de ter sido bem pensada e planejada.
Mudança no sentido visual; de um centro urbano cheio de arranha-céus para o verde da natureza. Mudança nos costumes, na rotina, e até nas pequenas coisas do dia a dia.
Estava muito acostumada com as facilidades das grandes cidades, e de repente, não havia outra opção senão me adequar àquela nova realidade. Mas é em momentos como esse, quando a necessidade bate à porta, que eu acho que reconhecemos a nossa capacidade de nos adaptar.
E essa capacidade está dentro de nós, basta acessarmos! Então, para amenizar aquela ansiedade pré-chegada, eu tinha decidido tentar ver as coisas pelo lado bom. Eu precisava tornar aquele processo de adaptação, que quase nunca é tranquilo, em algo um pouco mais leve.
Uma das alternativas que encontrei para conseguir isso, foi estabelecer ao menos uma ida à capital por mês. Lá, desfrutamos dos prazeres da civilização, compro meu shampoo favorito e outras coisas que preciso, e assim retornamos para a nossa tranquilidade rotineira da vida no interior. E hoje, seis meses depois, posso afirmar que sim, existe um lado muito bom!
Aliás, algumas coisas até superaram minhas expectativas. A segurança e tranquilidade no ir e vir, o transito caótico que não existe, o céu estrelado todas as noites, uma criança livre brincando pelo jardim… essas são apenas algumas vantagens que hoje eu vejo por morar nesse paraíso.
Sobre a escola para minha filha, encontrei uma escola completamente fora dos padrões que tínhamos antes, porém não poderia ter sido melhor! Estamos todos muito contentes com a nossa escolha de trocar o agito das grandes metrópoles pelo canto dos passarinhos.
Sei que é temporário, sou consciente de que nada nessa vida dura para sempre. E é
exatamente por isso, para viver melhor aqui, que estabeleci algumas regrinhas dentro de mim: desfrutar desse lindo país e de sua cultura, agregar coisas boas para a vida desse povo que me acolhe tão bem, adquirir conhecimento e aprendizado, ser feliz enquanto estiver por aqui e, por último mas não menos importante, ser sempre grata por essa experiência enriquecedora, mesmo que um dia esse ciclo chegue ao fim!
5 Comments
Ótimo texto, informativo na medida certa, o que é muito bom para quem está buscando informações sobre o país antes de visitá-lo ou por pura curiosidade mesmo. E muito bacana seu relato sobre a chegada e adaptação no interior. Não deve ter sido fácil mesmo, mas acredito que está sendo, no mínimo, muito enriquecedor!
Parabéns Taiane, você tem o dom da escrita. Já estive na Rep. Dominicana mais especificamente em Punta Cana e confesso que não conheci o país. Conheci mais agora, com seu texto.
Um forte abraço a você e toda a família Mazzé.
Obrigado.
Parabéns e obrigada pelas informações.
Ótimo texto e sucesso!!!!
Meu Deus olha os mazzé aonde estão. Que orgulho de vocês. Tai parabéns pelo texto fiquei super feliz em ler. Como sempre mandando muito bem… um enorme beijo para vocês e desejo todo sucesso e felicidade. Saudades
Taiane, tudo bem?
Você ainda está na RD?
Gostaria de conversar com você e tirar algumas dúvidas. seria possível?
Abraços
Ligia Prestes