A tecnologia que acalma o coração.
Quanto tempo de sua vida fora do país você passa resolvendo coisas (das mais diversas naturezas) relacionadas ao Brasil? Eu passo longas, longas horas por mês. Quem acompanha meus textos há algum tempo sabe que estou fora do país há cinco anos e que ano passado meus pais ficaram seriamente doentes. De lá para cá, uma boa parte da minha agenda é dedicada aos cuidados com eles e com a administração de sua casa.
Essa não é uma situação fácil e, ainda assim, ela é muito mais tranquila do que se estivéssemos há 20, 30 anos atrás, quando o acesso à tecnologia que temos hoje não era tão simples assim.
O objetivo deste texto de hoje é lembrar todas as ferramentas que podemos ter à mão para facilitar a nem sempre corriqueira tarefa de estar de alguma forma presente no Brasil, gerenciando atividades quase como se estivéssemos lá. Quem sabe se, ao escrever essas linhas, eu mesma acalmo meu coração quando acho que não conseguirei dar conta de tanta coisa!
Para começar, o telefone. Consegui aqui na França uma operadora que oferece ligações gratuitas ilimitadas (ok, eu sei que do ponto de vista comercial praticamente nada é gratuito…) para telefones fixos em mais de 100 países, inclusive o Brasil. Graças a esse serviço, eu ligo todo dia para meu pai (minha mãe faleceu em março último) e converso com ele tranquilamente, como se estivesse no bairro vizinho. Aliás, desde que vim para a Europa passei a falar mais com meus pais do que quando morava no Brasil!
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Esse serviço ainda me permite, por exemplo, discutir com a operadora de saúde sobre o reembolso que não foi feito, fazer orçamentos com prestadores diversos, solicitar uma cuidadora extra de idosos e outras atividades mais.
Quando o telefone não é suficiente, e o rosto da pessoa amada faz uma falta danada, nada como a miríade de aplicativos com chamada visual. A cada ano novos aplicativos surgem, cada vez mais fáceis de serem usados. Alguns nem requerem a instalação de sistemas no seu computador: basta clicar em um link e pronto, o encontro virtual acontece.
Assinaturas eletrônicas e transmissão segura de dados se alinham às já conhecidas ferramentas de formatação de documentos. Com isso, contratos e outros documentos importantes podem ser assinados e enviados, de um canto a outro, com segurança.
A máquina de lavar da casa do meu pai quebrou. Bastou entrar em um site que vende eletrodomésticos e em 72 horas uma nova máquina já estava instalada, e em operação.
Plataformas de pagamento internacional facilitam as transações comerciais, incluindo entre particulares. Em poucos cliques você recebe o que espera ou paga o que deve. Sem atrasos ou comissões absurdas.
E, por falar em pagamento, os mais atrasados, em termo do que a tecnologia é capaz de fazer e o que eles oferecem são os bancos. Ainda que existam os “internet bankings” da vida, gerentes de alguns bancos ainda têm a cara de pau de dizer que algumas operações só podem ser feitas pessoalmente. Eles mesmos ficam constrangidos de dizer isso, já notei.
Ainda com todo o apoio da tecnologia, tem horas em que só uma boa e velha viagem faz sentido. Uma passagem de avião representa um gasto importante mas, se nos lembrarmos bem, antigamente os preços eram verdadeiramente proibitivos. Será que em algum futuro próximo chegaremos a ver esses preços realmente caírem?
Eu me pergunto o que mais existe, hoje em dia, que eu ainda não estou usando para facilitar esse “gerenciamento à distância” e conseguir encurtar os caminhos. Como é a sua experiência em relação a esse tema? Tem alguma sugestão para compartilhar e ajudar a acalmar ainda mais meu coração e o de tantas outras pessoas que passam por situações semelhantes?