Hoje eu vou falar de uma das dificuldades mais óbvias sofridas por um imigrante: o choque cultural na Turquia. Na verdade, não importa de onde você é e para onde tenha se mudado, esse problema atinge a todos. A única coisa que varia de pessoa para pessoa é a intensidade do estrago e a duração dele. E em se tratando de um país muçulmano, as coisas complicam bem mais.
Na minha opinião os aspectos mais comuns de choque cultural para brasileiros na Turquia são:
- Língua;
- Comida;
- Forma como os turcos se relacionam;
- Clima;
- Impacto da religião na sociedade;
- Regras da família turca.
E dessa lista eu posso dizer que sofri e ainda passo os meus perrengues com a língua, a forma pela qual os turcos se relacionam e o impacto da religião na sociedade.
O idioma, apesar de lindo, não é dos mais fáceis de aprender devido à sua gramática toda inversa às línguas latinas. Eu já falo e entendo bastante coisa, mas estou longe de ser fluente.
No convívio com os turcos eu geralmente preciso me esquivar das perguntas impertinentes de cunho pessoal que eles insistem em fazer para qualquer ser dotado de fala que cruze o caminho deles. Seja no ônibus, no cabeleireiro ou até mesmo sentada no chão passando mal eu sempre ouço uma enxurrada de perguntas. O jeito que eu encontrei para contornar esse incômodo foi deixá-los sem graça. Faço questão de dizer o quanto são perguntadores e que para mim isso não é educado. Quase sempre isso funciona!
Outra coisa difícil de aceitar é o problema deles com a palavra “NÃO”. A cultura turca é muito invasiva e isso faz com que eles detestem receber um “não” como resposta. Não adianta você dizer que já está satisfeita, eles vão continuar te mandando comer mais. E a velha desculpa de dizer que não gosta de tal comida também não funciona muito. Geralmente eles soltam a pérola: “Mas desse jeito aqui aposto que você vai gostar. Experimenta, vai!”
Eu como sou do tipo com resposta na ponta da língua para tudo, sempre acho um jeito de sair de fininho, rsrsrs.
E por último, o que me tira o sossego às vezes é a religião. Na verdade, é a forma como ela impacta a vida de não religiosos que me incomoda. É complicado, por exemplo, ter que me privar de usar certas roupas (nada vulgar, apenas um pouco mais abertas) no verão para não correr o risco de passar raiva na rua, ou ter que ser sisuda com os homens porque na cabeça turca de muitos deles, um simples sorriso pode significar sinal verde para um assédio.
A típica tradição islâmica de ensinar às mulheres a se cobrirem para não provocar os homens e para sinalizar que são decentes acaba comprometendo o direito de outras mulheres turcas e estrangeiras não muçulmanas de se vestirem como bem querem sem passar por certos constrangimentos, e isso me indigna porque a Turquia não é assim tão religiosa quanto parece.
Existem muitos turcos que se definem como muçulmanos mas não praticam a religião de fato, outros são ateus e uma pequena minoria tem outro tipo de crença. Basta andar pelas ruas durante o Ramadã (mês de jejum) e ver o tanto de gente comendo na horário proibido ou sentado num bar e contar o número de pessoas consumindo álcool. Isso para não entrar em questões muito mais sérias das relações humanas. Mas como eu sei que não posso mudar nada quanto a isso, procuro me adequar como posso e frequentar ambientes onde me sinto mais à vontade.
Felizmente, Istambul é um turbilhão de estilos de vida, o que nos possibilita encontrar a nossa tribo e viver com mais leveza!
12 Comments
Que tipo de perguntas eles fazem, que te deixa incomodada??
Coisas do tipo: qual é o trabalho do seu marido? Como vocês se conheceram?Onde vocês moram? Onde o seu marido trabalha? E coisas desse tipo.
Comecei a ler o seu texto toda empolgada, e terminei meio frustrada. Achei que vc não aprofundou os topicos como deveria e fiquei com a sensação de que o texto acabou antes de vc conclui-los.A Turquia tem muitas coisas para serem descritas e vc sequer os comentou. Realmente o texto frustrou um pouco.
Que pena que você não gostou Cassia, mas a intenção não era aprofundar e sim enumerar alguns dos aspectos que causam choque cultural aqui na Turquia. Beijos.
Gostaria de saber, como é a relação namorados nas ruas…
Olá. A Aline parou de colaborar com o blog.
Edição BPM
Olá Aline,
Estou envolvida com um turco já tem uns seis meses e no entanto ele nunca responde minhas perguntas quando quero conhecer um pouco mais dele. Não nos vemos já tem quatro meses pois tive que voltar para o Brasil e ele mora na Holanda nos conhecermos nas minhas férias e continuamos a manter contato. Vou para a Europa no período do Ramadã e não vou poder estar com ele e isto está me deixando um pouco frustada.
ALÍNE gostaria de ser sua amiga conversa
Oi gostei dos comentários
Eu li seu texto e nada nesse mundo me faz ir para países muçulmanos
Aline gostaria de saber de sua arte da Turquia) trablahos de televisão, filmes,séries,novelas, atores e atrizes
Olá Josenira,
A Aline Oliveira, infelizmente parou de colaborar conosco.
Obrigada,
Edição BPM