Como os imigrantes são tratados na Carolina do Norte.
Em tempos de intolerância e preconceito de toda forma, chegar em um novo país traz, além de todas as naturais preocupações, o adicional da insegurança com a recepção.
Sabemos que os EUA é um país que recebe muitos estrangeiros e que há regiões que, inclusive, são conhecidas pelas comunidades dos países de origem de seus moradores.
Todavia, com as posturas assumidas pelo atual Presidente Americano com relação aos imigrantes, não se sabe precisamente quais são os reflexos disso na opinião da população e no cotidiano entre americanos e estrangeiros. A preocupação é válida, mas não se faz necessária se o destino for a região do triângulo na Carolina do Norte.
Região cosmopolita
A região do Triângulo é composta principalmente pelas cidades de Raleigh, Durham e Chapel Hill, compreendendo uma série de municípios menos populosos que se misturam entre si. Transitando pela região, os limites entre as cidades são cruzados sem que se perceba.
Raleigh é a capital do Estado com 479.332 habitantes pelo censo realizado em julho de 2018 (U.S. Census Bureau). As três cidades acima citadas abrigam três universidades: North Carolina State University, Duke University and University of North Carolina at Chapel Hill.
Além disso, há muitas empresas instaladas nesta região, como a IBM, Red Hat, ABB, Le Novo e Dell. A combinação universidades/grandes empresas traz para a localidade estrangeiros de todas as partes do mundo.
Muitas pessoas vem para as universidades em busca do MBA e outras extensões, com suas famílias, residindo ao menos pelo tempo do curso. Outras vêm a trabalho, contratadas ou transferidas de seus países de origem.
Ou seja, há muitos imigrantes por aqui. Pelo mesmo motivo há muitos americanos de outros Estados que vêm para a região, o que também contribui para a atmosfera receptiva do lugar.
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Obviamente que a massiva imigração não é uma característica unicamente desta região. Um país como os EUA está no topo dos destinos migratórios em todo o mundo. Cidades como Nova Iorque e Orlando, por exemplo, recebem uma infinidade de estrangeiros pelos mais variados motivos. Por se tratarem de destinos mais comuns, muitas pessoas acabam por chegar ou permanecer ilegalmente.
Dentre os estrangeiros na região do triângulo, uma característica que se nota é que a maioria parece estar no país de forma legal, justamente por virem com suas famílias a estudo ou trabalho, com os vistos regulares, datas de início e término, com previsão de extensão ou não.
A presumível legalidade dos imigrantes pode ser também um fator de aceitação pelos cidadãos locais.
Diferente do que se encontra em algumas partes do país, não há uma grande comunidade de estrangeiros bem definida por nação, mas uma pluralidade de nacionalidades.
ESL: oportunidade para aprender ou aprimorar o idioma
É muito comum em lugares públicos ouvirmos pessoas conversando em idiomas indistinguíveis aos ouvidos menos treinados, fugindo do mais comum espanhol.
Algo que facilita a vida dos estrangeiros nesta região é a oferta de cursos de inglês como segunda língua gratuitos. Como mencionado, muitos estrangeiros se mudam trazendo suas famílias. Geralmente quem chega por estudo ou trabalho já apresenta um bom nível de domínio do idioma local, mas não necessariamente é a realidade do companheiro ou companheira.
Os cursos de ESL (English as a Second Language) são oferecidos por escolas técnicas, pelas universidades e por algumas igrejas. Além de ser uma excelente oportunidade de aprendizado e aprimoramento do idioma, é também uma oportunidade de encontro entre expatriados e trocas de experiências.
Imigrar: mudança de vida e adaptação constante
Mudar-se para outro país, seja em qual condição for, é um marco na vida de qualquer pessoa. Um marco pessoal em muitos aspectos e também um marco social. Exige-se a adaptação aos costumes, cultura, hábitos, clima, idioma, unidades de medida, leis, trânsito, moedas e uma porção de outras coisas.
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Desbravar um novo local a ponto de estabelecer ali a sua moradia é um desafio por si, mas certamente encontrar um ambiente acolhedor e receptivo torna a experiência mais fácil e agradável.
Obviamente que pessoas intolerantes e extremamente nacionalistas existem, mas elas não são maioria por aqui. Você ouvirá pelas ruas vários idiomas, e se tiver sorte, também o seu.
Quanto ao inglês, caso você não saiba como iniciar ou continuar uma conversa, terá boas chances de seu interlocutor também não ser nativo do idioma, ou ser um americano gentil e paciente, acostumado a conviver com muitos “gringos” em seu dia a dia, bem disposto a lhe ajudar.
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*Foto: David Mark/ Pixabay