Nada mais propício do que falar do nosso povo, da gente da gente, no mês da Independência do Brasil, certo? Quero compartilhar com vocês um pouco do perfil e das diferentes características dos brasucas e da comunidade brasileira no exterior, que venho conhecendo e convivendo nesta minha vida cigana!
Nossa comunidade pode ser bem diferente dependendo do país em que ela se encontra. Abordando os países em que já morei, percebi que nos Estados Unidos e na Inglaterra encontrei muita gente jovem e solteira tentando a vida, apesar de ter visto um número crescente de profissionais e famílias constituídas deixando o Brasil e imigrando nesses países nos últimos anos. Por que será? Já aqui na Malásia, o que eu venho percebendo é que a comunidade é bastante madura, grande parte formada por funcionários de grandes empresas/multinacionais e suas famílias.
Essas diferenças estão atreladas a vários fatores que devemos considerar. Destaco, primeiramente, a diversidade cultural do nosso povo. Somos muitos e do “Oiapoque ao Chuí” temos brasileiros de todos os tipos, culturas, cores e origens! Uma benção que poucos países do mundo podem se vangloriar! Segundo é que cada vez mais nos espalhamos por este mundão de Deus e, por último, claro, as oportunidades de emprego e qualidade de vida oferecidas pelo país de imigração, além da questão da legalização (quanto é fácil viver legalmente, com visto de trabalho ou de descendência hereditária, neste ou naquele país).
Os Estados Unidos continuam sendo um dos países mais procurado pelos brasileiros. Apesar do “sonho americano” não ter sido fácil de alcançar nas últimas décadas, cerca de 1 milhão e 420 mil brasileiros vivem nas terras do “Tio Sam”. Boston, Miami e Los Angeles são os principais destinos dentro do país. Já na Europa, a Inglaterra, onde eu vivia até 3 meses atrás, só perde para Portugal pela questão da língua mesmo. São cerca de 120 mil corações verde-amarelos batendo por lá! E o número só cresce.
Já na minha nova casa – Malásia –, por não ser fácil de arrumar emprego devido ao protecionismo para com os locais, como falei no meu texto de estreia aqui, além da grande distância do Brasil, o número de brasileiros registrados, segundo a embaixada, é de apenas 284. Claro que tem muito gente que não se registra ao chegar e sempre tem os que estão em situação ilegal. Sendo assim, somos em torno de 500 brasileiros e a concentração é maior na capital – Kuala Lumpur.
O que eu percebo aqui é que a comunidade, por ser pequena, é bem homogênea e unida. Eu, ainda mesmo antes de chegar, já fazia parte de um grupo no WhatsApp com, pelo menos, 50 “Brazilindonas” que têm me ajudado muito. Portanto, se me permitem dar um conselho, intensificando o interessante texto de julho da colunista Analu Tavela, se encontrares outros brasileiros na sua jornada fora do Brasil, se beneficie desta relação. Aproveite! Creio que as relações pessoais são um dos fatores mais importantes para se ter sucesso e felicidade em qualquer área da vida, e elas são ainda mais significantes quando estamos a milhares de quilômetros de casa.
Encorajo fortemente a amizade com estrangeiros e igualmente com brasileiros. Por que não se encher de cultura e desfrutar da diversidade que o nosso próprio povo oferece? Não existe quem não sinta saudades de casa e, sim, você sempre irá se expressar melhor e se sentir mais confortável falando a sua língua materna. E, não, você não precisa ser amigo de alguém só porque esse tal é brasileiro. Óbvio que não. Mas também não deixe de ser só por esse motivo.
Não sei quanto a vocês, mas eu acredito que toda a energia que a gente emana para este mundão volta. Eu, modéstia à parte, recebi de volta só coisas boas nestes anos de expatriada, e muitas delas vieram em forma de amizades brasileiras e das melhores! Meus amigos me fortalecem e me fazem seguir em frente na nada fácil arte de viver em outro país!
São muitas as formas de conquistar amigos quando vivemos fora. Entre elas cito os grupos de expatriados que se reúnem, fazem eventos, etc., além das famosas mídias sociais como o Facebook. Eu não acreditava muito na força destes grupos mas, por experiência própria, posso dizer que eles funcionam muito bem, principalmente para um contato inicial com as pessoas. Meu grupo de amigos brasileiros, na Inglaterra, eu fiz através do grupo Mães Brasileiras em Londres. Não foi rápido, não. Levei quase seis meses para formar o meu “grupinho”, mas posso dizer que conheci pessoas maravilhosas por lá e minha vida mudou da água para o vinho! Aqui na Malásia eu estou no comecinho, tipo “primeiros dias de aula”, sabe? Conhecendo e consolidando as relações. Mas tenho certeza que somarão muito.
É isso pessoal, espero que tenham curtido. Contem-me como são os brasileiros nos países em que vocês vivem.
Eu vou continuar seguindo firme e forte, fazendo amigos “tupiniquins” por onde quer que eu vá e encorajando o nosso povo a se fortalecer neste mundo globalizado.
Beijo verde e amarelo no coração de todos!
3 Comments
Jana, que texto lindo! Realmente, por onde vamos sempre “plantamos” um pedacinho do Brasil! ???
Obrigada gata! Tenha certeza que vc e as meninas estão fazendo com que os “meus primeiros dias de aula” sejam incríveis e inesquecíveis.
Oi Janaina … td certinho contigo? Vc ainda esta em KL? Temos possiveis chances de ir morar lá no começo do proximo ano (2021)
Gostaria de algumas dicas em relaçao a escola pois tenho 2 pequenos (10 e 3 anos)
Obrigada
Tati