Galera, vocês acreditam que já faz 4 meses que moro na Malásia? Aposto que vocês estão esperando que eu diga: Nossa, parece que cheguei ontem! Mas não é assim que eu me sinto. Para mim, parece que vivo aqui há muito tempo. Não estranho nada e gosto de tudo! “Rolou” um Feng Shui desde o primeiro momento em que a minha energia e a da Malásia se cruzaram. Por isso, agradeço e valorizo cada dia aqui. Sim, faço propaganda mesmo e, se pudesse, traria todo mundo que eu amo para morar do meu lado.
Para completar o pacote de pontos positivos deste lugar, existem muitos locais para se visitar no entorno de Kuala Lumpur (capital da Malásia). Hoje vou contar a vocês sobre 3 desses passeios “bate e volta”. Vamos ver qual a nota que eu dei a cada um deles. Já aviso que teve nota baixa.
Tem serra, tem praia e tem cultura! Ficam logo ali e podem ser visitados no estilo ir e voltar no mesmo dia, ou dá para passar um belo final de semana neles.
Por ordem cronológica de visitação, vou começar falando de Berjaya Hills, que é uma das diversas áreas serranas que ficam ao redor da capital. Leva cerca de 1 hora para chegar até lá, saindo de Kuala Lumpur, de carro. A região de Berjaya é pequenininha e as principais atrações são o clima ameno (coloquei casaquinho e tudo na mochila, o que foi ingenuidade da minha parte, mas tudo bem), o Colmar Tropicale (réplica do vilarejo francês do século XVIII chamado Alsace), a Vila Japonesa, o Jardim Botânico e o Golf Club. Sabendo disto, decidimos passar um sábado por lá.
Ao chegar, estacionamos o carro no local próprio para visitar o vilarejo francês. Eram umas 11 horas da manhã e já estava cheio de turistas. Do estacionamento até o local são cerca de 10 minutos a pé. Também tem uma van que faz o translado gratuito, para quem preferir. Optamos por caminhar pois a fila para o transporte estava gigante. Durante a caminhada o tal friozinho esperado não apareceu e o calor estava “para matar”. Na tal vila, que até lembra os antigos povoados franceses que ainda encontram-se protegidos por muralhas, o que vimos foi uma rua com vários restaurantes que deixaram muito a desejar em todos os aspectos. Nada muito interessante para ver ou fazer, além de muita gente. Nem banheiros adequados encontrei. Enfim, foi o suficiente para darmos uma voltinha, almoçarmos uma comida bem mais ou menos e passarmos muito calor. Dalí fomos para a Vila Japonesa e para o Jardim Botânico. Ambos ok. Bonitinhos, bem mantidos, mas nada demais. Algo parecido com um parque com flores bonitas.
Dei ** (duas estrelas) e não voltaria por lá.
Bora descer a serra e pegar uma praia! Port Dickson fica cerca de 2 horas de carro de KL (Kuala Lumpur), tem várias prainhas na região e, por indicação, fomos direto para a área onde fica o Hotel Lexis Hibiscus, por ter infraestrutura de bares e restaurantes e uma praia, praticamente, privada. Não nos hospedamos nele, apenas passamos o dia por lá.
A praia não é nem de perto formada por areia branca e água clara. Mais parece uma praia de água doce, com água turva, porém quente. Foi uma delícia o dia! Para amantes de praias como eu, Port Dickson quebra um “galhão” já que KL não tem mar. Para quem quiser se hospedar, indico o Hibiscus Hotel mesmo. É lindo, construído em formato de flor de hibisco, com acomodações que têm piscina privada, além da piscina comum interna e externa. Achei “luxo do gaúcho”.
Dei *** (três estrelas) e, com certeza, voltarei.
Agora chegou a hora de falar de Malacca ou Melaka (denominação da cidade após sua dominação pelos britânicos em 1824).
Malacca, fica a menos de 2 horas, também, de KL e é “all about history”, por isso vou começar falando de como o nome da cidade surgiu. Segundo uma lenda popular, Parameswara (um príncipe que fugiu de Sumatra e ao chegar à Malacca a considerou um porto estratégico) descansava sob uma árvore, próximo a um rio, durante uma caçada, quando uma ovelha empurrou um de seus cães de caça no rio. Impressionado com a coragem do animal e com o que considerou um bom presságio, ele teria decidido fundar ali um império, chamando-o Malacca, nome da árvore sob a qual ele havia se abrigado.
Ela foi um porto importantíssimo por muitos séculos, sendo área de negociação entre árabes, indianos e chineses até ser dominado, em 1511, pelos portugueses. Isso mesmo, há mais de 500 anos, os portugueses zarparam de Goa com cerca 1.200 homens e 17 navios com o objetivo de conquistar um ponto estratégico na Península Malaia, de onde eles poderiam continuar sua expansão pelas Índias Orientais. Por ali, eles construíram fortes e igrejas, espalharam sua língua e sua cultura, expulsaram sultões e, mais tarde, foram expulsos pelos holandeses.
Em 2008, a cidade foi declarada Património Mundial pela UNESCO devido a sua importância histórica. As heranças, tanto da era portuguesa, quanto da holandesa, são visíveis a cada esquina. Vimos igrejas católicas, réplicas das caravelas, ruínas de fortes portugueses e até uma versão malaia do doce pastel de Belém e a famosa culinária Nyonya que é uma mistura da cozinha malaia, chinesa e portuguesa, “com certeza”.
Além de muitos museus para contar tudo que Malacca representou, o que mais amei por lá foi caminhar pelo extenso calçadão ao redor do rio, que cruza a cidade, e que após a sua revitalização ganhou grafites pelas paredes, em toda a sua extensão, que contam a sua história e colonização. Esse promenade é recheado de restaurantes, cafés e pousadas. Um dos que mais gostei e indico é o Relish The Moment. Uma delícia, com área para jogos de mesa e um astral show. As paredes grafitadas podem ser vistas, também, pelo passeio de barco pelo rio. Super recomendo. Mas a visita não estaria completa se não fôssemos andar pela Jonker Street que é a Chinatow deles. Ali você encontra alguns templos chineses, os melhores bares e restaurantes da região, além de lojas encantadoras com todos os tipos de souvenirs que você pode imaginar. Por último, super brega e escandaloso, mas culturalmente importante, é dar uma volta de Trishaw que é um triciclo decorado e com música alta que faz um tour por algumas áreas da cidade. Já foi utilizado como transporte entre os moradores e hoje é uma das atraçōes turísticas mais disputadas por lá.
Dei **** (quarto estrelas) e voltaria se fosse para levar um amigo, além de indicar a visita para quem vive na Malásia.
Espero que tenham curtido a leitura e garanto que tem muita coisa boa para ver e fazer aqui pertinho, sem ter que pegar um avião. Pretendo em breve visitar algumas cachoeiras e fazer um Glamping (camping glamoroso, com um pouco mais de estrutura) e aí volto para contar a vocês.
“As pessoas não fazem as viagens, as viagens é que fazem as pessoas.” (John Steinbeck)
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Excelente texto! Obrigada pelas dicas!