Empreendendo na Nova Zelândia.
Inconscientemente nunca tive grandes ambições na vida. Vivia sempre um dia após o outro e ia, de certa forma, aceitando com gratidão tudo que o Universo me enviava.
Claro que isso não significa que eu era acomodada, pois sempre estudei, dei o meu melhor no meu trabalho e pelo caminho optei por aproveitar as oportunidades que me foram dadas.
Nunca, nos meus maiores sonhos, imaginei que me tornaria empresária, dona de três negócios do outro lado do mundo.
A sociedade e o jeito com que somos criados acaba influenciando muito em nossa forma de pensar e nas decisões que tomamos ao longo da vida.
Para alguns, ser livre e mudar é simples. Para mim, que me adapto à rotina facilmente, sempre há um pouco de desconforto inicial.
Com o tempo, aprendemos a lidar com mudanças e deixar para trás o que não nos cabe mais, abrindo, assim, espaços para novos conhecimentos e oportunidades.
Lembro-me, bem, de chegar à Nova Zelândia, em 2009, sem inglês, e ver o quanto eu era apenas mais uma na multidão. Mais detalhes no meu texto “Minha Vida na Nova Zelândia”.
Os trabalhos que conseguia não me davam sinal algum de que um dia iria evoluir para a carreira que eu queria. Afinal, naquele momento, o que eu queria era voltar a trabalhar na minha área.
Quando consegui meu primeiro trabalho de garçonete (ehhhh) foi só celebração, que passo!
Eu, enfim, conseguia entender algo e por mais que tudo fosse bem difícil, sabia que tinha, de alguma forma, evoluído.
Com muita boa vontade eu servia famílias, casais, grupos, empresários. Lembro-me de servir, uma vez, um grupo de mulheres empresárias e ficar imaginando que tipo de mulher eram aquelas que estavam em um evento beneficente tão sofisticado.
Para mim, aquilo era totalmente fora da minha realidade e aquelas mulheres eram um grupo ao qual eu não pertencia.
No fundo, naquele dia, eu desejei ser servida e estar sentada naquelas cadeiras desfrutando da comida linda que eu estava servindo.
Não muito tempo depois, fui ganhando confiança em mim mesma e as coisas foram mudando. Pequenas escolhas, friozinho na barriga a cada mudança, passos de tartaruga. Resolvi deixar de ser garçonete e entrar para minha área.
Leia também: Tudo que você precisa saber para morar na Nova Zelândia
Consegui um trabalho de assistente de contabilidade, a seguir mais um, dessa vez, no grupo de cafés que eu trabalhava como garçonete, só que agora fazendo parte do time administrativo.
Com dedicação e positividade fui mostrando meu valor. Alguns meses depois, fui convidada pelo dono da rede a ser sócia de uma das franquias de cafés.
Quem diria, esse seria meu primeiro negócio na NZ. Nunca imaginei, mas estava mais uma vez aberta para as possibilidades.
Algum tempo depois fui entendendo que a área de hospitalidade não era realmente onde eu queria estar. Gostava de lidar com pessoas, e do mercado em si, mas estava cansada da quantidade de tempo e energia que era necessário colocar naquilo.
E tinha mais uma questão, eu queria ser mãe; e com aquela rotina ia ser tudo muito difícil. Eu já havia entendido isso quando minha amiga Roberta veio para um café e saiu como minha sócia.
Nesse dia, ela me contou o sonho dela de abrir um negócio. Ela falou, explicou tudo como seria e ao final me perguntou: você quer abrir esse negócio comigo? Pensei em torno de 30 segundos e disse SIM.
Não entendia muito bem sobre a indústria, mas sabia que era capaz de contribuir e enxerguei naquele momento mais uma oportunidade de mudança.
Era mais um desafio e por que não? Foi assim que nasceu a Yep!NZ em 2013, com o ideal de ser uma empresa de intercâmbio diferente, de contar com a experiência de quem viveu tudo e com o objetivo de realmente fazer a diferença.
Queríamos transformar a vida das pessoas e ajudá-las a realmente atingir seus objetivos. Dessa maneira, acabamos não só transformando a vida de muitas pessoas que não conhecíamos, mas também a nossa.
Depois de um tempo entendemos que era aquilo mesmo e eu, então, deixei a sociedade no café para investir meu tempo e energia no que acreditava para meu futuro.
Um pouco depois, iniciamos os trabalhos com a Yep!OZ (Austrália); e 2 anos depois, nasceu a Yep!IS, nossa segunda empresa focada em suporte a Working Holiday Visa holders do mundo inteiro.
A Yep!NZ se transformou em Yep!Mundi e eu agora tinha confiança de me chamar de empresária, de me descrever da forma que eu queria e não que me era solicitada.
Esse ano, mais um projeto, mais uma empresa, a Mumpowerment, que está saindo do papel para promover evolução e equilíbrio para mães em posição de liderança.
Olhando para trás, eu me orgulho do caminho que escolhi e sou grata às pessoas que encontrei, as portas que se abriram, todas a lições que aprendi.
A Nova Zelândia, com certeza, foi o meu país das oportunidades. Entendi que por aqui as coisas são realmente simples.
A burocracia para se abrir uma empresa é mínima, para calcular impostos não é preciso um contador. É possível, sim, trabalhar do jeito que você acredita que te faz bem. E, ao final, entendi que empreender faz parte da minha história e foi o que sempre me moveu.
8 Comments
Inspirador! Inspirador! Era tudo o que o precisava ler hoje!
Sou sócia de uma empresa de tecnologia com meu esposo, que é especialista em BIM para obras de infraestrutura urbana. Ele é o cabeça da empresa e tenho muita vontade de pegar uma licença sem vencimentos no meu trabalho (sou servidora pública) para poder ajudá-lo, já que por causa disso não posso trabalhar na empresa com ele. Aqui no Brasil, as coisas estão muito difíceis desde o golpe político de anos atrás. E por conta dessa guerra entre direita e esquerda, as grandes obras estão paradas. O trabalho dele é maravilhoso, mas infelizmente não tem tido o reconhecimento devido. Pensamos desde o início do ano em ir na embaixada da Nova Zelândia para saber as oportunidades de empreender neste país e como está o mercado de engenharia civil. Você acha que esse é um bom caminho? Espero que consigamos realizar nossos sonhos, o meu esposo em prosperar na empresa de engenharia que ele criou com tanta dedicação e o meu de trabalhar com gestão de negócios e pessoas – de preferência na nossa empresa. Amo tudo que é voltado a liderança estratégica. Voltei a estudar inglês. Ele também vai voltar mês que vem. Espero que tudo dê certo.
Desejo sucesso para você, Rosana e que Deus derrame bênçãos na sua vida profissional e familiar.
Bjos
Muito bom poder inspirar pessoas destemidas e com vontade de promover mudanças. Obrigada pelo comentário.
A Nova Zelândia com certeza é um lugar maravilhoso, sobre ser ,um bom caminho, para o seu caso especifico, acredito que tenha que pesquisar bastante e seguir o caminho correto pra realmente atingir o objetivo desejado. A area de engenharia é promisora por aqui, mas é necessário que tenha inglês e pode ser que seja exigido que seu marido seja membro de algum conselho dependendo do tipo de trabalho que for exercer. Existe tambem a possibilidade de solicitar visto de empreendedor ou de investidor. Um caminho interessante pra quem não conhece o país é vir passar um tempo e estudar inglês, assim vocês conseguem analisar se realmente gostam e conseguem entender o mercado de trabalho e as possibilidades de investimento. Caso essa seja uma opção pra vocês nao deixem de entrar em contato que teremos o maior prazer em ajudar. So mandar um email pra hello@yepmundi.com. Bjão e nos vemos pelo mundo!
Rosana!
Estou te acompanhando e torcendo por você. Adorei o texto.
Beijos,
Ina
Muito obrigada pelo carinho!
Rosana, senti um suspiro de esperança com seu texto; é onde devo estar, DE CI DI DO! Esse texto veio como um bálsamo e alento a minha alma …
Sou brasileira, 37 anos, mãe solo, com cidadania italiana e buscando me encontrar novamente em meio a pernanente maternidade.
Estou totalmente aberta ao novo, ao recomeço, a nova vida que me aguarda.
Sou formada em Administração de negócios com vasta experiência em gestão, como gerente de vendas de multinacional de cosméticos.
Não destravei o inglês ainda e gostaria muito de um intercâmbio onde possa tb trabalhar, levar meu filho e quiçá manter residência e reconstruir minha vida com meu filho.
Quanta alegria e esperança com seu texto, nossa!!!
Como faço pra contar com a ajuda de vcs pra esse momento de renascimento pra minha família?
Gratidão! Beijos
Olá Mirela,
A Rosana Melo, infelizmente, parou de colaborar conosco.
Obrigada,
Edição BPM
Olá vocês prestam consultoria para pessoas que querem morar na nova zelandia?
Olá Etevaldo,
A Rosana Melo não faz parte mais do nosso time de colunistas. Também somos apenas uma plataforma passando informações ao público e não oferecemos serviço de consultoria.
Equipe BPM