Acredito que a frase “mãe é mãe” se aplica a qualquer lugar do mundo. Aqui na Nova Zelândia, o Dia das Mães também é uma data de comemoração, com muito amor, decoração de corações e presentes, claro! Dia de reconhecer de formas diferentes aquela que é tão importante para nós. A data é a mesma em que celebramos no Brasil (segundo domingo de maio) e o mês de maio movimenta as pessoas, o comércio e principalmente restaurantes e cafés em todo o país.
Para quem não é do país, como eu, essa data costuma ser um pouco nostálgica. Estamos, na maioria das vezes, longe das nossas mães e sentimos essa distância ainda mais em celebrações assim, pois não podemos ao menos dar aquele abraço que fala tudo que queremos transmitir para aquela que amamos intensamente. Sim, a tecnologia ajuda bastante, já que sempre podemos dar uma ligadinha ou mesmo ver a carinha das nossas queridas mamães pelo Skype, Facetime e outros. Isso acaba ajudando a nos sentirmos mais próximos, mas não substitui o calor humano da presença física e da mesma forma não faz diminuir a saudade.
Pesquisando sobre a data, achei bem interessante a história de como surgiu a celebração desse dia que é hoje mundial. Na realidade, foi uma junção de histórias diferentes e passadas em décadas diferentes, mas que contribuíram para o estabelecimento desse dia tão especial.
Ao final dos anos 1800, uma ativista social, Julia Howe, organizou alguns serviços especiais para mulheres se unirem. Em 1870, ela escreveu uma proclamação chamando todas as mulheres para essa união, e tentaram reconhecimento formal do grupo como Dia das Mães de Paz, mas falharam. Ao mesmo tempo, outra mãe, Ann Jarvis, também trabalhava com um movimento que visava melhorar as condições sanitárias para mulheres nos 2 lados da Guerra Civil Americana (1861-1865). Anos depois da morte de Ann, em 1908, sua filha decidiu organizar uma homenagem especial na igreja como um tributo a sua mãe e suas lutas e, na ocasião, decidiu homenagear todas as mães, tanto as que estavam entre eles como as que tinham já deixado seus filhos na Terra. Essa pequena celebração foi se tornando popular e, com os anos, se desenvolvendo e atraindo mais pessoas, tornando-se regular. Anna, filha de Ann fez então uma campanha com ministros, pessoas de negócios e políticos em geral para que o dia se tornasse um feriado nacional e, em 1914, a resolução foi aprovada se tornando o segundo domingo do mês de maio o Dia das Mães. Muitos países seguem essa celebração e alguns acabaram criando seus próprios dias e versões.
Descobri que aqui na NZ, assim como no Brasil, segue-se a história do Dia das Mães baseada nesses contos americanos. Essa não é a única similaridade nas celebrações. Para entender um pouco melhor e escrever tudinho neste texto, perguntei a alguns amigos kiwis como eles tradicionalmente celebram.
As respostas foram o que eu já esperava e eles inicialmente explicaram que para eles é dia dos filhos demonstrarem apreciação pela mãe e tudo que ela representa. As celebrações acontecem de várias formas sendo que muitas famílias se reúnem em casa para um almoço especial. Como o dia é das mães, a tradição é que essas não façam nada durante o dia todo a não ser colocar os pés pra cima e relaxar. É dia dos outros membros da casa mimarem a mamãe como podem. Assim como no Brasil, as crianças fazem cartões na escolas como formas de homenagem. Para aqueles que têm filhos adultos, ir almoçar ou jantar fora é a opção mais popular. Eles consideram o dia como um day out (dia fora). As reservas têm que ser feitas com antecedência, pois vários cafés e restaurantes atingem lotação total nesse dia. É um dos grandes dias do comércio, onde todos se preparam, fazem cardápios especiais, organizam surpresas e mimos para as mamães.
Lembro quando trabalhava com cafés e nesse dia tudo ocorria de forma bem diferente. O menu era reduzido para facilitar para os chefes de cozinha, que precisam girar muitos pratos e rapidamente, para que todos pudessem ser atendidos. O movimento começava já no café da manhã e ia até o jantar. Muito corrido e cansativo para quem estava trabalhando! Costumávamos dar também uma rosa ou um sabonete perfumado para cada mãe que passasse pelo café. Era um dia especial para a gente também, que acabava envolvido no carinho que fica no ar.
É visível uma maior movimentação no comércio em geral nos dias anteriores, mas tenho a impressão que nós brasileiros consumimos um pouco mais em datas como essas. Gostamos de mostrar afeto através de presentes também.
Na NZ, temos várias mamães brasileiras e elas têm grupos diversos, fazem atividades juntas, levam seus filhos para brincar e falar português. No entanto, não tem nenhum evento especial para comemorar o Dia das Mães brasileiras juntas. Acaba sempre sendo um evento de cada família, no qual todos se reúnem para comemorar com suas mães.
Esse ano, o mês de maio será mega especial para mim, será o meu primeiro Dia das Mães como mamãe e, para contribuir com tudo isso, a minha mãe vem do Brasil e estará aqui comigo para celebrarmos juntas depois de 7 anos. Já estou começando a pensar no que fazer, onde ir e como celebrar tanta felicidade junta. Apesar de parecer apenas um dia comercial, acredito que o Dia das Mães é uma chance para que possamos fazer algo especial e mostrar às nossas mamães o quanto elas são amadas.