Como mencionei no post anterior, um dos nossos objetivos quando resolvemos mudar para a Tailândia era a oportunidade do nosso filho ter contato com outra língua. Dessa forma, antes da viagem, já comecei a pesquisar sobre as escolas existentes nas regiões onde possivelmente moraríamos. Queríamos algo que não fosse muito longe do trabalho do meu marido, já que o trânsito em Bangkok e arredores é um caos.
No primeiro mês, ficamos em uma cidade próxima a Bangkok, chamada Pattaya. Esta cidade era uma opção de moradia para fugirmos da correria de Bangkok, ficarmos perto da praia e próximos ao trabalho do meu marido. Visitei algumas escolas e gostei de uma, em especial, que utilizava o método Montessori, era bilíngue (80% inglês e 20% tailandês) e, principalmente, aceitava o meu filho com menos de dois anos, já que a maioria das escolas só aceita crianças a partir de dois anos completos.
Conversei com funcionários, com o dono e com alguns pais que estavam pelos arredores. As recomendações foram boas. Entretanto, decidimos ficar alguns dias na capital, para poder escolher melhor onde moraríamos, uma vez que meu marido notou o fato de eu não estar muito confortável com a cidade, que transpirava sexo por todos os lados.
Chegando em Bangkok, comecei a procurar lugares que aliassem a moradia e a escola, para que não gastássemos um tempão no trânsito. Sendo assim, logo na primeira semana, decidimos morar em Bangkok mesmo. Essa escolha faria meu marido ficar entre os escritórios onde trabalha, perto de escolas e de toda a facilidade oferecida pela capital. A empresa na qual meu marido trabalha nos auxiliou na seleção de algumas escolas e também a buscar uma casa ou apartamento na região. Isso nos ajudou, já que com alguém local ao lado, conhecedor da realidade, a escolha fica um pouco mais fácil.
Selecionamos uma escola e, num sábado, saímos do hotel, localizado na região onde gostaríamos de morar, e fomos passear a pé pelos arredores, porque, na minha opinião, nada melhor do que andar a pé e observar a vida real para conhecer a cidade, o povo e a vizinhança. Chegamos na escola apenas para ver se podíamos dar uma olhada na estrutura, pois não havíamos agendado nada. Para a nossa surpresa, o porteiro nos deixou entrar e logo fomos muito bem recepcionados pelo diretor.
Isso era julho, época de férias de verão, e a escola tinha se tornado um canteiro de obras, ao invés de pátio e colégio. O diretor nos mostrou toda a estrutura e nos contou toda a história do local, nos fornecendo um material explicativo, juntamente com a ficha de inscrição e listas de taxas e mensalidade. Infelizmente, o meu filho não tinha a idade mínima para começar no inicio do ano letivo, o que na Tailândia acontece em agosto. Ele teria apenas 1 ano e 11 meses e lá só aceitariam com mais de dois anos, sendo bem rigorosos quanto a isso.
O diretor nos indicou um jardim de infância internacional, próximo à escola, no qual os filhos dele estudaram enquanto pequenos. Neste mesmo dia passamos por lá, mas estava fechado e só conseguimos dar uma espiada pelo muro. Entrei no site e agendei uma visita para a semana seguinte. Gostamos muito do que vimos. Eles têm um parque enorme com várias estações de brinquedos para as crianças. Segundo a secretária, todas as crianças são recepcionadas nesse parque, todos os dias, facilitando a integração entre criança, escola, professores, cuidadoras e colegas. O jardim de infância tem crianças de 29 nacionalidades, proporcionando uma troca cultural gigantesca.
Procurei por outras opções, mas todas as indicações me levavam para este que visitamos. A intenção era que o nosso filho ficasse no jardim de infância até dezembro e, em janeiro, no início do segundo termo, mudasse para a escola internacional. Matriculamos ele e, em agosto, iniciariam-se as aulas. O primeiro dia de aula foi de reconhecimento da turma e reunião com os pais para mostrar os objetivos da escola, os valores e como eles trabalhariam com nossas crianças.
Foi muito interessante ver a miscigenação na sala de aula: crianças de todas as partes do mundo iniciando uma relação que provavelmente lembrarão pelo resto da vida. A minha maior preocupação era se meu filho entenderia o que seria proposto a ele, e se saberia pedir o que precisava, as coisas mais básicas mesmo, como água e comida. Nesta reunião, vi que as preocupações de uma mãe brasileira são bem parecidas com as da russa, indiana, tailandesa e japonesa. A professora conversou com cada pai individualmente e me tranquilizou quanto à comunicação, me orientou a continuar a falar em português, em casa, para que meu filho não perdesse a língua mãe, e que o inglês entraria na vida escolar de maneira gradual.
E assim tem sido desde então. Levo ele à escola, deixo ele no parque, ele se vira para mim, diz: “Bye, bye, Mãe”, e sai correndo para brincar. No mês de dezembro, decidimos mantê-lo nesta escola, pois está tão adaptado que não quisemos mais uma mudança, após tantas nos últimos meses.
Com esta idade, tanto nesta escola, quanto na outra que gostamos a visão deles é a de que as crianças vão lá para brincar e não para serem alfabetizadas. Assim, através das brincadeiras vão se trabalhando cores, números e coordenação motora. A escola não é grande, então conheço todas as professoras, as secretárias e a dona. Isso dá uma segurança enorme.
2 Comments
Jonine, tudo bem?
a escola é em Pattaya ou Bangkok? teria algum nome de escola para visitarmos em Pattaya?
obrigada!
Olá Débora,
A Jonine Brancher infelizmente parou de colaborar conosco. Sugerimos que você acesse o https://www.brasileirinhospelomundo.com/ e verifique se há alguma colaboradora na Tailândia que possa te ajudar.
Obrigada,
Edição BPM