Venho de uma família multicultural. Meu pai é finlandês, mudou-se para o Brasil aos 30 anos de idade, minha mãe é brasileira, filha de pai alemão e minha avó materna era a típica brasileira, com raízes portuguesas e francesas.
Meus pais se conheceram em Penedo, colônia finlandesa localizada no município de Itatiaia (RJ) e, apesar deu ter nascido na capital, nos mudamos para lá quando eu era muito pequena. Me considero a prova viva de que este início da vida de uma criança e as influências que ela recebe são fundamentais para a construção da personalidade e para a formação de quem ela será quando crescer.
Até meados dos anos 80 ainda havia muitos finlandeses em Penedo. O viés comercial ainda não havia tomado conta da pequena vila, que tinha traços de brasilidade, mas uma presença finlandesa ainda muito forte culturalmente.
Meu irmão mais novo nasceu lá e a falta de estrutura típica de uma cidade do interior do Brasil, principalmente nos anos 80, assustou meus pais que, depois da quase morte de minha mãe durante o parto, decidiram que tínhamos que mudar para o Rio de Janeiro.
Os primeiros anos na cidade grande foram muito difíceis para mim, pois perdi toda a liberdade que tinha de poder brincar na rua, andar a cavalo e subir em árvores. Minha vida se restringiu ao meu quarto e ao pátio de concreto da escola. Talvez por ter um jeito mais de criança do interior, também sofri muito bullying dos 5 aos 10 anos de idade, pois era muito ingênua e não reagia.
Apesar disso ter me marcado profundamente, com o passar dos anos me adaptei, mas mal podia esperar pelas férias, quando passava temporadas em minha querida vila finlandesa. Lá podíamos fazer sauna da maneira correta e nos divertirmos nos bailes típicos do clube Finlândia, onde dançávamos danças típicas finlandesas.
Não sei se por conta do início difícil minha forma de buscar adaptação foi procurando pelo não convencional. Talvez pela dificuldade em me sentir parte do todo, acabei me identificando mais com ”tribos” que não seguiam as regras estabelecidas pela maioria. Música sempre foi uma grande paixão que tive, desde a infância. Eu passava horas sozinha em meu quarto ou deitada no chão da sala escutando discos de minha mãe.
Assim que entrei na pré-adolescência, descobri o rock e o heavy metal, comecei a fazer aulas de piano e, anos depois, comecei a tocar em bandas. Usar minhas roupas pretas, calças rasgadas, acessórios esquisitos e andar na rua com meu grupo de amigos igual a mim era maravilhoso, principalmente quando os outros nos olhavam como se fôssemos ”almas perdidas”. Não sei explicar o porquê exatamente disso me trazer tanto orgulho, mas acho que era pelo fato deu me sentir forte com aquele grupo, de achar que juntos podíamos mostrar às pessoas que erámos diferentes sim, mas elas teriam que nos “engolir”!
A verdade é que eu sempre tive um vazio dentro mim, que era preenchido pela música e pela ideia de ser ”metade finlandesa”. Sim, eu acreditava que minha dificuldade em me adaptar deveria ser pelo fato, de repente, de não ter uma essência brasileira.
E eu vivi este conflito interno, lógico que de diferentes maneiras, até 2009, quando resolvi definitivamente me mudar para a Finlândia para ter certeza de que era isso mesmo. Eu precisava testar se aquele sentimento eterno de ”não pertenço a este lugar”, ”minha vida aqui não me satisfaz”, era algo meu mesmo, causado por fatores escondidos em meu sub-consciente ou se, realmente, a genética influencia o nosso ser de tal forma que, apesar deu ter vivido a maior parte da minha vida no Brasil, minha essência ser finlandesa.
Antes de me mudar vim para cá várias vezes de férias, fiz amigos mas, por alguma razão, nunca ficava. Largar nosso porto-seguro, por mais que ele não seja o melhor dos melhores, é sempre assustador e difícil. Você precisa estar preparado para isso, não pode forçar. Não é fácil dizer adeus a uma vida, da mesma forma que não é fácil começar do zero sem ter a menor ideia de se você conseguirá conquistar o que deseja.
Mas em 2009, depois de seis anos de terapia que muito me ajudaram a ter coragem de tomar a decisão, decidi partir e foi a melhor coisa que fiz em minha vida.
Tenho minha brasilidade presente em minha língua, em meu jeito extrovertido mas, realmente, sou finlandesa também. Isso é claro quando penso em como foi fácil a minha adaptação. A tranquilidade da vida, a certeza de que sim significa sim, não significa não, a liberdade de se poder dizer não ou de se assumir que não se gosta de algo sem que isso seja considerado falta de educação. O jeito direto do finlandês, que normalmente incomoda algumas pessoas que confundem isso com falta de educação, e o valor que se dá ao silêncio e à individualidade, essas coisas realmente me encantam.
Lógico que há muito mais, coisas que são apreciadas por todos, como o sistema voltado para a educação, segurança e saúde. Lógico que este não é o país das maravilhas dos contos de fadas. Há problemas, há coisas das quais discordo, há uma necessidade de constante busca pelo aprimoramento como em qualquer sociedade mas, ainda assim, este é um dos países que pode ser incluído na lista dos que servem de exemplo.
49 Comments
Muito feliz de ler e ser a testemunha desse momento!
Concordo muito com a questāo de seguir o coraçāo e os instintos que nos trouxeram aqui!
E continue a escrever que vou adorar ler! Beijinhos!
Obrigada amiga querida! Um beijo!
Maila, adorei seu texto! O que é mais engraçado pra mim é que eu vivi um conflito parecido com o seu, porém sem ter o parentesco com nenhum outro país fora do Brasil – meus pais e avós são todos brasileiros, nascidos no Brasil, mas eu sempre tive essa sensação de deslocamento dentro da cultura brasileira, não sei explicar por quê. Parabéns pelo depoimento e seja bem-vinda à família BPM. Estou aqui ansiosa pra ler outros textos seus. Nähdään pian!
Olá Cristiane!
Fico feliz que tenha gostado do texto e se identificado com ele. Um grande abraço e obrigada pelo comentário. 😉
Muito legal o texto Maila! Acho que as coisas deram muito certo pra vc porque vc soube esperar a hora certa! Todo brasileiro tem um pouco esse conflito, não sei se porque somos muito misturados ou se é porque o país, em questões básicas (como segurança, saúde, educação), não ajuda né?
Continuo na torcida por mais sucesso em suas novas etapas de vida!
Beijão!!!
Olá Silvia!
Concordo com você que saber esperar a hora certa para se tomar atitudes radicais na vida é essencial. Também acho que no Brasil a situação ajuda a vivermos em conflito…
Muito obrigada pela torcida. Beijos!
Me identifiquei muito com seu relato. Meu pai é nascido na Alemanha e veio ainda criança pro Brasil com meus avós. Também sempre me senti meio “peru-de-fora” apesar de ser brasileira. As tradicoes na minha casa, as comidas, a lingua, nunca eram as mesmas das outras pessoas… Depois de passar quase 4 anos na Alemanha, senti que lá é bem mais o meu lugar do que aqui, e pra maioria é difícil aceitar isso. Por mais que, claro, morria de saudades das coisas daqui, ainda assim a estrutura, o jeito, a segurança, o jeito de viver de lá são bem mais eu do que por aqui. Um dia quem sabe eu ainda consiga ir morar por lá em definitivo, aí sim, saberei que estarei finalmente “em casa”.
abs
Exatamente Barbara. Você entende direitinho como sempre me senti. Espero que você tenha a oportunidade de mudar um dia. Acredite e prepare-se para isso se é o que você realmente quer. Mesmo que demore um pouco, nunca é tarde. Beijos
Parabéns pela coragem, Maila! Muito bom! Bonita história! Beijos
Coragem que você também teve Karina! Um beijão e parabéns para nós. 😉
Muito Legal conhecer sua história Maila…Parabéns pelo texto,
abraços do Brasil
Obrigada Rodrigo! Até a próxima! Beijos
Muito cativante seu relato, minha amiga querida. A Finlândia de fato marca, e muito. Minha segunda terra. Muita felicidade para você aí. Beijos
Amiga, obrigada pelo comentário. Espero que você possa voltar e que possa viver aqui um dia. Beijos
Desde pequena você cativava a todos com seu sorriso e sua facilidade de se comunicar, você é uma pessoa que se adapta a tudo, a qualquer lugar, tenho certeza que é muito feliz no lugar que escolheu para viver.
Muito obrigada Helena querida! Adorei ler seu comentário. Um grande beijo.
“Eu precisava testar se aquele sentimento eterno de ”não pertenço a este lugar”, ”minha vida aqui não me satisfaz”, era algo meu mesmo, causado por fatores escondidos em meu sub-consciente ou se, realmente, a genética influencia o nosso ser…” Acho que os dois Maila… Compartilho esse sentimento tbm, muito bom seu texto. Parabéns! Bjos
Obrigada querida! Beijos
Filhota querida, Sempre acreditei em você, na sua competência, inteligência e força de vontade. Como você mesma diz – Está no nosso sangue… Sei que onde quer que você for, será sempre um sucesso porque é isso que você é, um sucesso! Beijos de sua mãe agora distante mas sempre perto de seu coração. Lilian.
Parabéns pela coragem, Maila. Muito bom seu texto. 🙂
Obrigada! Um grande abraço e obrigada pelo comentário. 😉
Maila ADOREI seu texto!!!! Nossa que relato lindo!!!! nao tenho palavras ainda pra dizer tudo que pensei, senti lendo seu texto! Eu sou uma mineira, que fui muitos anos Nokiana kkkk viajando este mundo a fora e indo pelo menos 2 vezes por mês durante mais de 5 anos a Finlandia, eu adoro a Escandinavia como um todo, meu primeiro pais estrangeiro é a Alemanha onde morei 10 anos e me casei, depois vem a Suecia e Finlandia no meu coraçao, agora a Suiça também, onde moro atualmente! heheheh eita “coraçao do mundo inteiro, um abraço estrangeiro e tao familiar até se encontrar” …. Oswaldo Montenegro! Parabens pelo texto e ja me alegro deste de ja de ler todos os seus textos aqui no BPM! Seja mais que bem vinda a nosso tribo! 🙂 Namasté!
Muitíssimo obrigada por seu comentário tão estimulante. Sua experiência mundo afora com certeza é fantástica. Nada como ser cidadã do mundo. Obrigada pelas felicitaçöes, estou muito feliz em fazer parte da família BPM. Beijos
Continue escrevendo! Adorei conhecer um pouquinho da sua história!
Continuarei! Muito obrigada. 😉
Maila, por acaso encontrei este depoimento tão claro e sincero. Eu estive duas vezes na Finlândia. Em Helsinque e Rovaniemi, neste a última vez. Foi este ano, em agosto,que fui de trem até a Laponia. Posso dizer que admiro e adoro este pais. Sua leveza, educação, organização e respeito pelo cidadão.Gostaria de passar longos períodos por aí. Tenho tempo e condições. Estou com quase 60 anos. Como sou divorciada quem sabe encontraria um namorado finlandês? Assim poderia ficar morando um pouco aí e no Brasil. O que achas? Me dê uma sugestão. Obrigada!
Helena
Olá Lucia Helena!
Obrigada pelo comentário. Fiquei muito feliz ao lê-lo.
Tentar arrumar um namorado finlandês seria uma ótima opção, claro! Assim você poderia se dividir entre Finlândia e Brasil. E tenho certeza de que ele adoraria poder se dividir também. Os finlandeses normalmente adoram o Brasil e os brasileiros. Um grande abraço e boa sorte! Beijos
Bacana este seu Blog Maila. Parabéns!
Sei lá, mas acho que, todo brasileiro, tem essa crise de identidade dada pela conciencia de ser um povo vira-latas, embora eu não goste de usar esse termo. Do que esse povo daqui tem de relevante para se orgulhar? Quantos premios internacionais de literatura temos ganho? Quantos premios nobel temos? Qual de nossas universidades tem relevancia internacional? Ainda temos a Embrapa e a Fiocruz (em processo de destruição), mas o mais bacana é o brilhantismo do povo, para o qual cinco copas do mundo vale por isso tudo!
Olá Mirko,
Muito a se pensar fica depois de lermos seu comentário. Muito obrigada e um abraço para você.
Muito bom texto. Também sempre tive um vazio dentro de mim, sempre preenchido pela metade finlandesa. Sei que o fato de ser finlandesa também que sempre me deu o otimismo e a força que tenho. Agora me mudo pra Finlândia. Dentro de um ano chego. Acredito que minha adaptação seja semelhante à sua. Amo a Finlândia!
Que bom Sylvia, bom também que você decidiu se mudar e tentar. Quando vier, conte com minha ajuda. Beijos
Obrigada! Devo visitar a Finlândia antes a passeio e decidir em qual cidade ficar. Talvez umas dicas sejam bem úteis. Beijos!
Olá! Engraçado temos histórias semelhantes… sou filha de pai finlandês, mãe portuguesa e nasci em Penedo, onde os dois se conheceram e resolveram morar… Após uma vida brasileira, me mudei para Portugal, não por me sentir mais portuguesa e sim pelas férias que eu tbm vinha cá passar, casei com um alemão e tenho filhos portugueses… ano passado minha filha mais velha foi a Finlândia e eu não pude ir pois tava prestes a ganhar minha 3° filha….mas ainda vou! Pois fui criada na cultura finlandesa e simplesmente adoro! Legal sua história! Qualquer dia vou passear por aí ! Bjs
Olá Patrícia! Temos histórias parecidas sim, muito legal! Quando vier a Finlândia se quiser sinta-se a vontade para me procurar. Abraços.
Olá Maila-Kaarina! Sou Anne, filha de mãe finlandesa e pai brasileiro. Nasci e cresci em Resende mas estava sempre em Penedo, nas cachoeiras e no maravilhoso clube finlandês… Certa vez, fiz parte de um grupo de adolescentes que estudaram finlandês(por volta de 1980) com D. Eeva do e no museu finlandês e por lá tb morava um casal que tinha uma menina de 3 anos, a loirinha de lindos cabelos longos com cachinhos nas pontas, que numa festa junina no mesmo local, subiu ao palco e pediu o microfone pra cantar, seu nome era Maila Kaarina. Essa menininha muito me encantava, daí pensei: um dia, se tenho uma menina dou-lhe o mesmo nome! Pois bem, minha Maila Kaarina nasceu em 84, a primeira de 4 filhas. Também mudei-me pra cá há quase 3 anos, vivo em Tampere. Vim passear aos 16 e decidi que um dia aqui viveria! Mas agora diga-me, essa garotinha era vc, não era? Um abração
Meu Deus, que mundo pequeno!
Sim, era eu mesma. Fiquei muito emocionada com seu depoimento e com o fato de ter colocado meu nome em sua filha por conta de um boa impressão que deixei em você. Muito legal saber que você está morando aqui também. Amo Tampere, é minha cidade finlandesa favorita. Depois se quiser me adicione no Facebook, será um prazer manter contato. Um beijo
Que lindo Maila!! Também me identifiquei muiito com a Finlândia! Muito bom saber que tem mais gente que pensa assim! Obrigada pelo texto, me fez muito bem ler sua história! 🙂
Fico muito feliz que tenha gostado. Um grande abraco!
Muito interessante sua estória de vida Maila. Estou morando com meu namorado em Helsinki depois de 10 anos de Londres,vi em busca de tranquilidade, segurança e claro conhecer melhor a cultura deste país fascinante.
Boa sorte e gostaria de saber mais sobre dicas de empregos aqui em Helsinki se possível.
Que demais essa mistura de culturas. Estou fazendo um trabalho acadêmico sobre Penedo e estou encantada com a cultura finlandesa. Beijos e fique com Deus
Olá Maila, sou carioca e como você disse aqui somos restritos a ficar em casa por causa do “mundo perigoso” que nos cerca na
Cidade Maravilhosa, por incrível que pareça no ano de 2009 quando tinha mais ou menos 15 anos conheci Penedo e digo que me apaixonei loucamente, uma viagem que seria de uma semana se tornou três e digo que não me cansei de andar nas trilhas, ficar horas na cachoeira e apreciar o ritmo da cidade.
O amor foi tão grande que pedi mentalmente poder morar em Penedo e digo se aquela cidade tem magia funcionou, meus pais finalmente estão para se mudar para lá, mesmo depois de tantos anos. rsrsrs
Agora adulta estou pensando em mudar-me para Finlândia, mas percebi que tenho que aprender a língua local entre outras coisinhas que estrangeiros sem descendência necessitam… Apesar de não ter metade, cada dia que estudo e percebo os ideias e jeito dos finlandeses encontro semelhanças que me encantam e que sem saber tenho costume de praticar e sou considerada “boba” diante dos brasileiros.
Olá Débora,
Muito obrigada por seu comentário. Penedo é bem legal sim mas, infelizmente, não é mais a mesma cidade tranquila e sem perigos. Cresceu muito. Mas eu sempre irei amar aquela cidade.
Quanto a sua vontade de se mudar para cá, leia meu texto com dicas para quem sonha em imigrar. Meu próximo texto será sobre visto de trabalho, pode ser que tenha informações importantes para você também. Os textos das colaboradoras da Noruega, Suécia e Dinamarca também têm tudo a ver, pois todo o sistema é muito parecido. Um abraço
Me identifiquei muito com seu texto… com um porém. Eu sou brasileira até dizer chega. Minha família está há 13 gerações no Brasil. Mas sempre me senti um peixe fora d’agua, com até alguns principios e praticas não comuns ao brasileiro (mas que quando morei na Holanda, parecia que estava em casa). Nunca soube explicar nada disso, essa parte de mim que me diz que não sou daqui, mas que ao mesmo tempo não dá meios de sair e explorar por aí. Atualmente, estou cogitando mestrados fora e quem sabe não será este meu caminho. Torça comigo 😀
Um grande beijo ^.^
Olá Nadja,
A ideia de fazer mestrado fora é muito boa. Conheço muitas pessoas que fizeram isso e nenhuma delas se arrepende, pelo contrário. Algumas conseguiram emprego e outras até se casaram nos países para onde foram. Não há nada mais gratificante do que poder descobrir o mundo, do que poder buscar o nosso lugar que nem sempre é onde nascemos. Um abraço
Minha adorada filha; Sinto muito orgulho de você que desde pequenina me dizia: – Mamãe, eu não sou daqui. E tinha razão você é daí o que me dá muita saudade pela distância e com sua falta em minha vida mas como eu também sempre disse: – Não tive filhos para mim e sim para a vida. Como sempre, adorei seu texto. Beijos da Mams.
Que relato maravilhoso, Maila, eu de verdade me emocionei. Sempre quis conhecer Penedo, sou de RJ também. Já até comprei camisas de lá pela internet, mesmo não sendo de lá. Sempre tive uma fascinação pela cultura e pela realidade nórdica, especialmente a finlandesa. Leio compulsivamente sobre esses países, e meu coração aperta por eu não vislumbrar um meio imediato de me mudar pra lá e começar uma vida nova. Mas acho que um dia eu talvez consiga, pois a realidade brasileira que se apresenta diante dos meus olhos se tornou deprimente, e vem me fazendo infeliz. Compartilho com o seu gosto pelo rock e pelo metal, em especial as bandas finlandesas, as quais escuto o dia inteiro quase que ininterruptamente. Pouca coisa deve escapar meu conhecimento da realidade deste países, e talvez eu faça um mestrado ai em breve, assim que eu me graduar no brasil, sendo esta uma janela de oportunidade para a emigração. Mas deixe-me perguntar: Ainda existem muitos finlandeses em Penedo? Sabe dizer se a vida lá ainda permanece pacata, ou se a violência urbana já chegou lá? Para mim, Penedo, bem como suas adjacências, constituem verdadeiras pérolas, afastadas do caos incessante da capital. Obrigado por compartilhar seu relato, aguardarei avidamente pelos outros. Kiitos.
Olá Thiago,
Fico feliz em ter te emocionado. Seu comentário também me emocionou e muito!Espero que você leia os outros textos e acompanhe minha coluna e a da Elisa (também sobre a Finlândia) aqui no BPM.
Quanto a Penedo, infelizmente a cidade que descrevo nesse texto deixou de existir. Atualmente ela é explorada por pessoas que nada entendem sobre a cultura finlandesa, mas que buscam uma maneira de ganhar dinheiro usando o adjetivo “finlandês” no nome de seus negócios, enganando as pessoas que pensam estar tomando um “sorvete finlandês”, comendo um “cholocate finlandês” e por aí vai. Claro que ainda há pessoas que têm a preocupaçäo em promover a cultura real, mas essas näo säo mais a maioria. quanto aos finlandeses, há bem poucos por lá ainda, mas ainda há alguns da segunda e terceira geração de fundadores da colônia.
Pelo que sei a violência também já chegou por lá e bem forte. Muitos assaltos a residências, roubo de carros e até assassinatos. Triste…
Se você pretende estudar aqui no futuro, indico para você o site studyinfinland.fi. Nele você encontrará todas as iformações que precisa.
Um abraço,
Maila
Bom dia Maila!
Gostei pra caramba dos relatos do blog, gostaria de tirar umas dúvidas, pretendo morar na Finlândia, mas como sabes bem, bate aquela insegurança, gostaria de te perguntar sobre outras coisas referente a vida aí..Poderias me ajudar? Tem algum que possamos conversar? Não quero ser invasivo, mas se houver a possibilidade.
” Tem algum email que possa conversar contigo?
Obrigado