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    Home»Finlândia»Depois de sete meses em tratamento para depressão
    Finlândia

    Depois de sete meses em tratamento para depressão

    Maila-Kaarina RantanenBy Maila-Kaarina RantanenAugust 26, 20193 Comments7 Mins Read
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    Foto: Pixabay
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    Depois de sete meses em tratamento para depressão.

    Sabe aquele velho ditado que diz: “antes tarde do que nunca”? Pois é, dei uma sumida mas não tenho como deixar vocês. Durante estes 5 anos em que colaboro com o Brasileiras pelo Mundo, conquistei coisas muito importantes; seguidores fiéis que me acompanham por aqui e por outras redes sociais, que me enviam mensagens para saber se estou bem, por que sumi, quando escreverei de novo, outros que me sugerem temas, além das grandes amigas que fiz por causa desta plataforma colaborativa.

    Mas eu realmente precisei de um tempo…

    Em um texto anterior escrevi sobre minha depressão e contei um pouco sobre a crise que tive ano passado. Prometi que contaria sobre o tratamento que receberia e é sobre isso que falarei hoje. Para saber um pouco mais, você pode ler o texto aqui.

    O ano de 2018 foi muito difícil para mim. A conta chegou, sabe? Foi um turbilhão tão grande de sentimentos, de pensamentos, de intensidades, que meu corpo pediu arrego, meu cérebro mandou parar tudo e eu não tive forças para ir contra eles. Parei tudo.

    Em outubro fiz algo que jamais me imaginei fazendo: fui para a emergência do setor psiquiátrico do centro de saúde. Tive que vencer meu próprio preconceito e aceitar que realmente estava precisando de ajuda. 

    Leia também: Tudo que você precisa saber para morar na Finlândia

    Sempre fui um pouco cética quanto aos tratamentos para depressão na Finlândia, pois quando feitos no sistema público, normalmente demora-se a ser atendido e o tratamento não vai muito além de se tomar remédios e fazer um acompanhamento trimestral da medicação. Somente casos extremamente graves recebem atenção melhor. Mas também sei que o sistema público de saúde daqui, apesar de dar a todos os mesmos direitos, não possui equidade no país inteiro quanto a quantidade e qualidade de serviços.

    Cidades com população muito pequena e poucos recursos e cidades como Helsinki, Vantaa e Espoo, que são muito populosas e possuem demanda por serviços maior do que a quantidade de profissionais disponíveis, normalmente deixam a desejar em muitas coisas e o tratamento para depressão não costuma ir muito além do que descrevi no início deste parágrafo. Mas aí vem o detalhe que me impulsionou a acreditar que poderia ser diferente desta vez: não moro em uma cidade com estas características. Moro em Järvenpää, cidade que fica a 30 minutos de trem de Helsinki, pequena, mas urbana e com recursos suficientes para investimento no setor público. Já escrevi sobre isso em um texto que você pode ler aqui.

    Foi uma surpresa extremamente positiva, quando cheguei chorando e desesperada no centro médico, 4 noites sem dormir, totalmente perdida e confusa. Passei por uma triagem com uma enfermeira que imediatamente me enviou para o centro psiquiátrico, onde fiz um teste de depressão. Até então eu era bem cética com relação a este teste, mas a partir deste dia, comecei a ver as coisas de maneira diferente. 

    Fui diagnosticada com depressão profunda grave. No mesmo dia tive uma consulta com uma psiquiatra que me medicou. Além disso, me ofereceram fazer parte de um projeto-piloto da cidade de Järvenpää, de acompanhamento psicológico semanal com uma enfermeira-psicóloga (aqui na Finlândia muitas enfermeiras têm especialização em diferentes áreas, psiquiatria e psicologia são duas delas). Isso foi muito importante para mim. Me senti cuidada e estava precisando demais disso.

    Foram 7 meses de tratamento, com consultas semanais e totalmente gratuitas. Sim, não precisei pagar nem mesmo pela taxa mínima de consultas. Só paguei pela medicação. Minha terapeuta era extremamente preparada e seguimos um programa dividido em 4 partes:

    1. Linha do tempo – em um papel com uma linha do tempo, tive que escrever os 10 episódios mais marcantes de minha vida, desde minha memória mais antiga de infância até hoje. Durante 3 sessões, discutimos sobre cada episódio, sobre o porquê deu o haver escolhido, sobre meus sentimentos em relação a cada um. 
    2. Círculo de afeto – em um papel com um círculo no centro, escrevi o nome de pessoas importantes em minha vida colocando-as dentro ou fora do círculo, mais próximo ou mais afastado, de acordo com o meu sentimento de proximidade com cada um. A princípio eu achei que escolheria muita gente, pois há muitas pessoas importantes para mim, mas ao me concentrar realmente sobre a questão da proximidade, do afeto e da importância real, me deparei com a realidade de que são muito menos pessoas do que eu imaginava. Ao discutir sobre isso com a terapeuta, percebi como ter mudado de país afetou minhas relações e de que forma isso é conflitante para mim. Entendi o impacto da saudade.
    3. A vida que eu quero e a vida que eu tenho – nessa parte do tratamento fiz uma reflexão sobre o que eu realmente quero e o que tenho no momento. Sim, pois é fato de que por melhor que a vida esteja, por melhor estruturada que seja, o que queremos envolve sonhos, muitos deles ainda não realizados. Pude perceber que estava tão focada no agora, em planejar coisas concretas e certeiras, que deixei para trás minhas paixões e comecei a boicotar meus sonhos, como se estes fossem besteiras para serem pensadas depois. Acredito que essa tenha sido a parte mais importante do tratamento inteiro e continua a me impactar até agora, pois estou trabalhando para focar um pouco mais nos meus sonhos e paixões, no que realmente quero fazer e não no que que acho que tenho que fazer.
    4. Conclusão e mapa do futuro – nesta parte eu tive que buscar uma conclusão para cada item do tratamento e colocar no papel o que acredito que tenha que fazer para me sentir satisfeita comigo mesma. O que eu concluí? Na verdade não concluí nada. Tenho ideias, mas ainda estou trabalhando nisso. 

    Durante a terapia a dosagem de minha medicação foi trocada 3 vezes, tive duas consultas com um psiquiatra e posso dizer que, ao final de 7 meses, sou outra pessoa. Me sinto positiva e empolgada para reconquistar minhas paixões, me reconectar com minha criatividade e com meus sonhos. Isso estava apagado em mim e esse tratamento me ajudou a acender a luz novamente. 

    O teste de depressão foi repetido a cada quinzena e achei impressionante como o resultado variava, mesmo sendo sempre as mesmas perguntas. 

    Agora em agosto tenho uma consulta para refazer o teste e ver se estou preparada para iniciar o processo de redução da dosagem da medicação. Mas uma coisa é certa: não estou mais em depressão profunda, apesar de ter consciência de que sofro de depressão e que preciso me observar constantemente. 

    Leia também: Depressão ou falta de vitamina D morando fora?

    Se posso falar algo “do contra”, diria apenas que infelizmente esse tipo de tratamento só está disponível para quem fala finlandês ou sueco. Pelo menos em Järvenpää, não há profissionais (pelo menos não havia até maio de 2019), que se sintam habilitados a realizar o procedimento em inglês. Outra coisa é que, pelo que entendi, esse projeto-piloto de ajuda à depressão é uma iniciativa também da cidade, por isso, não sei se é possível fazer esse tipo de tratamento em outros lugares na Finlândia. Caso more na Finlândia e tenha interesse em saber mais, clicando aqui você encontra o site com as informações.

    Para terminar, deixo aqui uma mensagem para todos: cerca de 30 milhões de pessoas no mundo sofrem de algum tipo de depressão. Infelizmente, ainda existe muito preconceito com relação a esta doença e isso ajuda a torná-la um mal silencioso. Depressão não é tristeza. Pessoas com depressão não têm uma cara específica. Pessoas com depressão não são preguiçosas, frescas e nem malucas, são pessoas como você que estão doentes e precisam de ajuda. Tenha empatia.

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    depressão doença sistema de saúde
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    Maila-Kaarina Rantanen
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    Maila nasceu no Rio de Janeiro; filha de pai finlandês e mãe brasilieira, cresceu conectada às duas culturas. Depois de algumas idas e vindas, estabeleceu-se na Finlândia definitivamente em 2009. Metaleira até a alma e ultra multidisciplinar, estudou música, filosofia e relações internacionais. Atua na área das comunicações desde 2006 como jornalista multimídia, redatora criativa e tradutora. Em 2018 lançará seu primeiro filme, o documentário “Heavy Metal Civilization: the history of Finnish heavy metal”. Além de escrever sobre a Finlândia no BPM, Maila é editora geral e colunista da plataforma colaborativa Brasileirinhos pelo Mundo (BPM Kids), site “irmão” do BPM, com foco em maternidade e português como língua de herança pelo mundo.

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    3 Comments

    1. Zandra Ferrer on August 27, 2019 6:57 am

      como sempre, texto ótimo, bem escrito, tema super relevante. Depressão ou não és uma pessoa nota 10!

      Reply
    2. Maria on October 13, 2019 3:27 pm

      Manila, muito obrigada pelo texto.
      Você descreveu exatamente como me sinto há 3 outonos/invernos com S.A.D., sendo que a cada ano está vindo mais cedo. Me identifico também no texto sobre a volta ao Brasil.
      Chorei muito ao ler porque me vi em inúmeros aspectos.
      Obrigada.

      Reply
    3. Emerson Silva Ribeiro on February 27, 2020 3:19 pm

      Olá Maila !

      Obrigado pelo desabafo, o alerta e o compartilhamento, de fato, tão importante desse tema.

      Fico feliz por você estar bem e espero que continue alcançando seus objetivos, inclusive emocionais, sempre !

      Saúde pra você e os seus ! ????

      Reply

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