Artista Luã Dorneles.
Hoje no Especial do Clube do Bolinha eu entrevisto o Luã Dorneles, um jovem artista brasileiro radicado em Londres, na Inglaterra, que faz uma arte bastante madura para a sua idade, eu diria, contando que ele apenas tem 21 anos. Ele fala um pouco sobre inspiração, morar em Londres e o futuro.
Fale um pouco sobre sua trajetória. De onde é no Brasil, quanto tempo mora fora, em que países morou e quanto tempo está em Londres.
Luã: Nasci e cresci no Rio de Janeiro. Com 12 anos meus pais resolveram se mudar para Portugal por conta da violência no Brasil. Moramos em Lisboa por cinco anos, até que surgiram oportunidades profissionais para o meu pai em Londres. Para mim foi uma grande mudança, já que a Inglaterra é um dos países com o cenário artístico mais em evidência. Esse ano completo 10 anos fora do Brasil.
Quando você percebeu que seria artista, que faria da arte sua vida profissional?
Luã: Na verdade, desde a infância, já tinha um lado criativo forte. Com cinco anos comecei a frequentar a escola de desenho do artista Daniel Azulay; com dez, uma escola de teatro no Rio. Sempre foi uma brincadeira pra mim. Em Portugal, no ensino médio, tem-se que escolher uma área especifica de estudo; eu escolhi naturalmente artes visuais. A minha ideia inicial era fazer arquitetura, simplesmente por segurança profissional. Quando comecei a estudar História e Cultura das Artes que vi que não tinha como escapar, hehe.
Você é jovem e a sua arte, bastante madura. De onde vem inspiração?
Luã: Obrigado. Muitas pessoas me perguntam o mesmo e geralmente me atrapalho pra responder, hehe. Acho que a minha arte é mais intuitiva, então é difícil as vezes apontar inspirações. Tudo me inspira, acho que vou interiorizando várias ideias e quando crio é uma mistura de todas elas. Gosto de alguns artistas em especial, tiro muitas ideias de lifestyles diferentes, às vezes, sonhos, mas dificilmente sei de onde exatamente vem a minha inspiração.
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Você foi aceito para estudar na renomada escola de artes Central St Martins School em Londres. Que curso irá seguir? E qual a sensação de ver seu trabalho apreciado por uma universidade reconhecida por formar inúmeros talentos?
Luã: Fui aceito na Central St Martins há uns anos. Apesar de ser uma universidade ótima, não me identifiquei muito com a forma de ensino. Claro que fiquei muito feliz na época, ser reconhecido por uma escola desse porte é sempre bom. Tenho vários amigos que cursaram lá e adoraram.
Que outros cursos de arte ou fotografia você recomendaria em Londres para quem possa ter vontade de fazer algo específico?
Luã: No caso de ensino superior o importante é pesquisar muito, porque varia bastante a forma de ensino. Alguns mais específicos, outros, mais livres. Na minha opinião a Goldsmith University tem o melhor curso e a mais livre criatividade hoje em dia em Londres. No geral, em artes plásticas e fotografia o importante é praticar muito. É bom aprender varias técnicas para aumentar seu conhecimento na mídia escolhida, mas tão importante quanto desenvolver a sua própria e fazer um trabalho original.
Como é ser artista e viver em Londres nos dias de hoje, com tecnologia por todos os lados? Isso afeta a sua arte de alguma maneira? Para melhor?
Luã: Eu cresci nessa era da tecnologia então pra mim sempre foi muito natural. Acho a tecnologia, tanto para produção quanto para divulgação do trabalho, essencial hoje em dia, principalmente em Londres onde o mercado é grande, mas muito concorrido. É uma maneira de estar sempre a par de todas as oportunidades.
Você foi convidado para expor alguns dos seus trabalhos na Flórida, em maio passado, no evento do Brazilian International Press Award, que contou com a presença da cantora Daniela Mercury e do ator Tony Ramos. Como o seu trabalho foi recebido?
Luã: Foi uma experiência e tanto pra mim. Já tinha exposto no evento ligado ao Focus Brasil em Londres, o que me deixou mais tranquilo por já conhecer os organizadores. A exposição foi numa galeria em Wynwood, distrito de Miami, conhecido por ser um dos principais locais de cultura e arte dos Estados Unidos, só por isso já fiquei muito feliz. A minha arte é considerada por algumas pessoas bizarra, surrealista, então eu sempre espero reações diferentes. Em Miami foram muito boas, o que me deixa bem satisfeito.
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Como você se vê em 10 anos? O que espera estar fazendo? Vivendo da sua arte, estúdio em Londres? Viajando pelo mundo?
Luã: Não consigo imaginar a minha vida em 10 anos. Eu gosto de mudar, de espontaneidade. Londres hoje em dia é definitivamente a minha casa, em 10 anos eu não sei. Gostaria sim de viajar pelo mundo, mostrar e ver ideias diferentes.
A série de fotografias em preto e branco, fiz para a exposição em Miami. Quis criar texturas e formas diferentes no meu próprio rosto com pintura. A pintura é toda feita com tinta acrílica inclusive nos cílios, o que me deu uma alergia horrível depois. Não indico deixar tinta acrílica em contato com a pele, hehe.
2 Comments
Muito bom ver o Luã se destacando, talento ele tem em abundancia e o sucesso ja se desponta!! Fiquei feliz de ver que as fotos foram as que eu fiz em Miami….(Beth Kress Photography)
A baba me escorre grossa e infinita rs rs!
Gostei da iniciativa do BPM de abrir um “clube do Bolinha” nesse mês especial de aniversario! Parabéns Ann e a todas as colaboradoras deste MARAVILHOSO blog 🙂
Muitos e muitos anos de vida ao BPM e eu continuarei aqui, lendo tudo 🙂
Beijos meninas