Natal em El Salvador
Natal é uma época especial em qualquer lugar do mundo. Aqui em El Salvador diria que essa data é megaespecial porque estamos num país muito religioso, predominantemente católico. Também por que esse pais é repleto de famílias separadas pela distância, e essa época é de reencontro entre elas.
As famílias estão divididas entre El Salvador e Estados Unidos: por ocasião da Guerra Civil, muitos salvadorenhos migraram para Estados Unidos em busca de uma vida melhor.
Todo bom salvadorenho comemora o Natal com bailes e festas em família, comida, fogos artificiais, compras natalinas, decoração natalina, parques enfeitados, igrejas abertas e shows de luzes.
No item chamado baile e festas em família não pode faltar o ritmo que toca o coração e mexe com as pernas dos salvadorenhos: a cumbia. Noites de música, baile e toda a família reunida fazem parte dessa época do ano.
Comida é um item que não pode faltar no Natal salvadorenho: tamales, peru, galinha, pão com galinha índia e muitas outras delicias fazem parte do banquete natalino salvadorenho.
Tamal é um alimento de origem mesoamericano preparado geralmente a base de massa de milho recheado de carnes, vegetais, pimentas, frutas, molhos e outros ingredientes. Eles são apresentados embrulhados em folhas de vegetais. É parecido com a nossa pamonha, mas é salgado e recheado.
Os fogos artificiais são parte importante dos festejos em El Salvador. Eles são usados pelas famílias para dar um toque colorido ao céu salvadorenho na época natalina.
Como em nosso querido Brasil também se incrementam grandemente as compras nessa época, todas as famílias querem presentear seus entes queridos demostrando todo seu amor e carinho. Os produtos decorativos e típicos dessa época ficam disponíveis nas prateleiras das grandes lojas e supermercados desde outubro de cada ano.
As praças mais importantes da cidade, bem como as casas são adornadas ricamente, visando manter o clima natalino e celebrar essa data tão especial. Na foto desse texto está a praça mais icônica do país, a Praça Salvador del Mundo já sendo adornada para o Natal. Para saber mais clique aqui.
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Momento de agradecer
As igrejas ficam de portas abertas inclusive nos dias 24 e 31 de dezembro para que todos possam agradecer, pedir e fazer sua oração. Nas celebrações tanto natalinas quanto de Ano Novo está sempre presente a oração de agradecimento por todas as bênçãos alcançadas bem como por novo fôlego para o novo ano que se aproxima.
Outra celebração religiosa adotada pelos salvadorenhos é a encenação da peregrinação de José e Maria em busca de um lugar para receber o menino Jesus. Nessas encenações são entoadas canções tradicionais em uma peregrinação com roupas e rezas típicas dessa tradição religiosa em El Salvador.
A cidade organiza diversos show de luzes para celebrar a data. O mais famoso deles é o show de luzes Campero, geralmente feito em um lugar alto buscando iluminar e ser avistado de toda cidade com duração de até 30 minutos.
Com o Natal brasileiro não vejo muita diferença: talvez no som que toca na festa, na língua que se fala na mesa… Mas somos essencialmente parecidos e alegres. Pessoalmente não passei o Natal aqui ainda, ano passado fui visitar uns amigos no México.
Essa será uma experiencia nova para mim e estou ansiosa e feliz de poder contar com minha família nesse momento aqui comigo. Nos próximos posts compartilharei com vocês minhas impressões depois de vivenciar o Natal por aqui.
Natal e seus significados
Aqui nesse ponto do texto quero referenciar e homenagear duas pessoas que amo muito e que não estão mais entre nós. Minha mãe e essa grande amiga que vivia no México, Adriana.
Com elas compartilhei todos os meus Natais até hoje, e foi assim pois minha mãe era daquelas que exigia a presença dos filhos em casa nessa data, e eu com muita alegria sempre me programei para estar com eles.
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Quando me mudei para o Peru esse foi meu primeiro dilema. Não consegui as passagens para chegar nessa data no Brasil, e foi quando essa grande amiga e sua família entraram no nosso Natal, tornando-o diferente, mas não muito. Por que na casa deles me sinto como se estivesse em casa.
E estar com eles nesses dois anos foi um grande aprendizado, uma expansão do meu entendimento da data. Sentir-se em casa depende de nós e quando a vida não nos permite estar com nossa família de sangue, temos sempre a do coração onde quer que estejamos. Com muito carinho dedico esse post às duas, sabendo que meus Natais seguirão sendo diferentes para sempre!
O que acredito firmemente é que, independentemente de onde estivermos, trazer o espirito natalino para a vida da gente é muito importante. No meu caso, adoro enfeitar a casa desde novembro, assim podemos disfrutar desse ambiente de paz e alegria por mais tempo.
Nos faz sentir mais conectados com nossa essência e podemos ir ou não incorporando algumas das tradições de onde estivermos morando, isso é opcional. O que não é opcional é celebrar e vivenciar essa grande tradição, e sobretudo refletir sobre o real significado para nós dessa celebração, dividir, solidariedade, amor, doação… Se é esse o motivo, porque não o estendemos por todo o ano, buscando favorecer todos os dias aqueles que menos têm, além de menos oportunidades?
Com essas perguntas na cabeça, o coração cheio de expectativas e ansiedade de compartilhar esses momentos com meus familiares me despeço, buscando as melhores escolhas para o ano que se avizinha, esperançosa de tentar mudar o mundo. Não o mundo todo, mas começar mudando o de algumas pessoas com atitudes mais altruístas, mais humanas, mais felizes e sobretudo com muita vontade de acertar cada vez mais.
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